Presidente da UITIC: “Indústria de calçado portuguesa é das mais importantes da Europa”
O presidente da UITIC diz que "em termos de volume de produção e do número de empresas, a indústria de calçado é uma das mais importantes da Europa".
O presidente da União Internacional de Técnicos da Indústria do Calçado (UITIC) deixou esta quinta-feira rasgados elogios à industria de calçado portuguesa, considerando que esta é uma das mais importantes da Europa, “em termos de volume de produção e número de empresas, com empresas muito competitivas, com visão e muito investimento feito em equipamento moderno e pessoal qualificado”.
Yves Morin afirmou ainda que, quando pensou no tema do 20º congresso — “Da moda à fábrica – uma nova era tecnológica” — estava pensar em Portugal. “Há poucos países no mundo onde podemos encontrar em simultâneo toda a cadeia de produção, com muito bom know how produtivo e conhecimento aprofundado da moda e ‘design’”.
Yves Morin, que falava na abertura do 20º congresso mundial do setor que, entre hoje e amanhã reúne no Porto mais de 500 profissionais de 33 países, disse ainda que “graças à política deste Governo, Portugal é um país com uma ambiciosa estratégia internacional, promotora de inovação e marketing, com produção de qualidade e pessoal bem qualificado”.
O presidente da UITIC disse mesmo que “a indústria de calçado tem um futuro promissor, mesmo que nem tudo seja fácil”, e lembrou que a produção mundial de calçado tem aumentado todos os anos graças ao aumento da população mundial e ao crescimento do poder de compra em muitos países em vias de desenvolvimento.
Contudo, refere que a “moda é o fator chave do negócio” o que obriga o setor a “uma cada vez flexibilidade na produção e mais ferramentas de comunicação entre os retalhistas, fábricas e clientes”.
Por seu turno, a secretária de Estado da Indústria, enalteceu as características das empresas nacionais considerando esta “indústria como inovadora e fortemente exportadora”. Para Ana Lehmann, o facto de o par de sapatos nacionais apresentar o segundo preço mais elevado do mundo, logo atrás de Itália, “é um indicador do bom que se faz neste indústria”.
A secretária de Estado enalteceu o aumento de 25% no emprego verificado nos últimos anos, num setor que paralelamente “aumentava a automação e a robótica”, transformando um setor tradicional num “setor do futuro”.
O investimento realizado pela APICCAPS de 50 milhões de euros no projeto FOOTure 4.0, com o intuito de afirmar a indústria portuguesa de calçado numa referência mundial na utilização de novas tecnologias foi também mencionado por Ana Lehmann.
“A Indústria 4.0 está a acontecer em Portugal e em todo o mundo e é com orgulho que vejo as empresas a posicionarem-se nesta indústria”, referiu. Ana Lehmann lembra, no entanto, que “é preciso continuar a apostar na qualificação dos recursos humanos e na promoção do empreendedorismo de modo a trazer para as fábricas uma nova geração”.
Alberto Castro: “Isto é uma história que vai continuar”
O presidente da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), Alberto Castro, referiu que a história do setor é uma história que vai continuar. Alberto Castro começou por recordar os anos penosos da indústria, quando todos a consideravam “condenada”, e o caminho percorrido até se tornar uma “indústria sexy”.
Para isso, referiu Aberto Castro, as empresas tinham de estar dispostas a concorrer nos mercados internacionais sem quaisquer ideias de protecionismo e tinham de trilhar o seu caminho, o que acabou por acontecer. Lembrando que, para dançar o tango são precisos dois, Alberto Castro enalteceu o papel dos governos que começaram a olhar para o setor com outros olhos. Para o presidente da IFD, todo este processo implicou grandes investimentos por parte da indústria que foi acompanhado pela evolução média no preço do calçado.
Hoje a indústria tem perto de 1.500 empresas, 40 mil trabalhadores, exporta 83 milhões de pares de sapatos, participa em perto de 600 feiras por ano e está pronta para conquistar… os Estados Unidos.
Alberto Castro, que evocou a New York, New York de Frank Sinatra, brincou dizendo que “devemos avisar o Sr. Trump de que estamos a chegar”.
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