Francisco Assis: “Geringonça foi um expediente político para superar uma derrota eleitoral”
O eurodeputado socialista recorda a altura do nascimento da "geringonça", afirmando que "é como os iogurtes, tem um prazo de validade e a partir daí azeda".
O eurodeputado socialista Francisco de Assis recordou a altura em que o PS se “aliou” ao Bloco de Esquerda (BE), ao PCP e ao PEV. Hoje, dois anos e meio depois, em entrevista ao Público (acesso condicionado), afirma que essa coligação parlamentar foi, durante um momento, “um expediente político para superar uma derrota eleitoral“. No entanto, sublinha que, assim como os iogurtes, a “Geringonça tem um prazo de validade e, a partir daí, azeda”.
“Ao fim destes dois anos e meio o que eu constato é que, felizmente, o BE e o PCP foram relativamente anestesiados pelo PS, um mérito de António Costa”, começou por dizer Francisco de Assis. No entanto, acrescenta: “No essencial, naquilo que tem que ver com a política europeia, com a política económica, com a política orçamental, com a política externa, não há nenhuma interferência destes dois partidos na ação governativa“.
Relativamente a essa coligação parlamentar, o eurodeputado diz continuar a ter “essa visão muito negativa da possibilidade de construir um projeto político centro-esquerda a prazo com base no entendimento com PCP e BE, até porque eles não evoluíram nestes dois anos e meio do ponto de vista programático”.
E isto porque, tal como explica ao Público, “verdadeiramente estes dois partidos não entraram no arco da governação“. “Todos os fins de semana, vemos o PCP e o BE a contestar todas as nossas opções em termos europeus, a contestarem as opções do ministro das Finanças, a contestarem as nossas posições mesmo em matérias de políticas sociais, a insinuarem que não rompemos com as velhas políticas de direita que nos acusaram de praticar durante muitos anos”, atirou.
Questionado sobre a estratégia adotada por António Costa, o eurodeputado socialista responde que, ainda que o importante seja a ação do Governo, “houve um momento em que a ‘geringonça’ foi um expediente político. Com legitimidade parlamentar inquestionável, mas um expediente político para superar uma derrota eleitoral“. Acrescentou ainda que “é como os iogurtes, tem um prazo de validade e a partir daí azeda”.
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