Sindicato dos bancários preocupado com “redução do negócio” da CGD
“A Caixa, com muito menos agências e menos trabalhadores, necessariamente vai ter menos negócio”, afirmou Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), Rui Riso, manifestou preocupação com a “redução do negócio” da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em consequência do plano de encerramento de balcões do banco público.
A CGD anunciou em comunicado que vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e sobretudo nas áreas urbanas de Lisboa e Porto.
Em declarações à Lusa, o presidente do SBSI, Rui Riso, sublinhou que, embora o plano de encerramento de agências da CGD esteja “traçado há muito tempo”, ainda está por se saber “o que é que se pretende da Caixa”.
“A Caixa, com muito menos agências e menos trabalhadores, necessariamente vai ter menos negócio”, afirmou Rui Riso, que também é dirigente da Febase (estrutura que agrupa os sindicatos de bancários ligados à UGT) e deputado pelo PS.
Segundo acrescentou, a própria Caixa assume que há uma redução do negócio quando afirma que tem mantido 95% dos clientes, mas “não diz qual é a fatia de negócio dos outros 5%”.
“Tudo isto provoca algumas incomodidades entre os clientes, o que é lamentável, porque com certeza fará a Caixa perder negócio e perder importância e relevância no mercado”, defendeu o presidente do SBSI.
"A Caixa, com muito menos agências e menos trabalhadores, necessariamente vai ter menos negócio.”
“Os compromissos que são assumidos são para cumprir, mas temos aqui estes constrangimentos que se podem refletir de forma clara na atividade da Caixa”, disse ainda.
Rui Riso disse estar também preocupado com o facto de a reestruturação ser feita “sempre à custa dos mesmos, dos trabalhadores e, neste caso, dos clientes”, mas garantiu que até agora não tem havido queixas sobre o plano de redução de trabalhadores.
“Há um plano de redução de trabalhadores que está a decorrer com algum equilíbrio, sem haver fortes pressões sobre os trabalhadores”, afirmou, adiantando que o sindicato não tem registos de pessoas que tenham apresentado queixa “por atitudes menos corretas por parte da Caixa”.
Porém, alertou que, normalmente “a conflitualidade surge na parte final” do processo, garantindo que o sindicato estará pronto a intervir para defender os trabalhadores caso isso aconteça.
A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.
A redução da operação da CGD, incluindo com fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.
Em 2017, tinha fechado 67 balcões, encerramentos que provocaram muita polémica e protestos, sendo o mais conhecido o caso de Almeida.
Assim, com o encerramento destes 70 balcões, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.
Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal) e Avanca (Estarreja).
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