Vieira da Silva duvida de “que alguém de esquerda se oponha a correções progressistas”
Vieira da Silva diz ter dúvidas de que "alguém de esquerda se oponha a correções progressistas, democráticas, de valorização do trabalho" e do "diálogo social".
Vieira da Silva, ministro do Trabalho, vinca que o acordo laboral alcançado em concertação social abarca a revisão de algumas normas “num sentido claramente progressista, de correção de desequilíbrios”. E diz ter dúvidas que alguém “de esquerda” se oponha a isso.
“Eu tenho muitas dúvidas de que alguém de esquerda se oponha a correções progressistas, democráticas, de valorização do trabalho, de valorização da democracia no local de trabalho, de valorização do diálogo social, que isso possa ser interpretado como uma aproximação a outra qualquer coligação, a outro qualquer arranjo eleitoral”, afirmou Vieira da Silva em entrevista na Edição da Noite da Sic Notícias.
Foi esta a resposta do governante quando questionado sobre a leitura que seria dada se o acordo agora assinado com patrões e UGT acabasse por ter o apoio, por exemplo, do PSD. Vieira da Silva também recordou que, em várias ocasiões, já existiram “maiorias no Parlamento de diferente tipo”. E disse ainda que compreenderia que outros partidos tivessem em conta, na hora de votar a proposta, a existência de um acordo entre parceiros sociais.
Na concertação social, o Governo conseguiu chegar a um compromisso com as quatro confederações patronais e a UGT, ficando a CGTP fora de um acordo. Mas as medidas ainda têm de passar pelo Parlamento, e os partidos mais à esquerda já deixaram críticas. E também o PS já avisou que vai apresentar propostas de alteração às medidas do Governo, para que sejam “clarificadas” e “melhoradas”.
Ainda durante a entrevista, Vieira da Silva também recordou que as medidas em causa são sobretudo de regulação do mercado de trabalho e não de natureza orçamental. Quando questionado sobre eventuais dificuldades que este acordo poderia trazer às negociações em torno do Orçamento do Estado, o ministro indicou que poderá haver alguma incidência orçamental no âmbito de medidas ligadas ao reforço da administração do trabalho, que está “fragilizada” e tem “poucos quadros”, o que dificulta a fiscalização e a aplicação das leis. Mas “creio que nessa dimensão não há o risco de haver aqui uma contaminação negativa nas questões orçamentais”, salientou.
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