Qual a probabilidade de Portugal ter uma recessão dentro de cinco anos? 55%, diz o Conselho das Finanças Públicas
CFP analisou probabilidade de nova recessão tendo em conta o passado da economia portuguesa e estimou em 3,1% o custo médio de uma recessão.
E se Portugal não crescer o esperado? Este é um dos principais riscos para as finanças públicas portuguesas, admite o Conselho de Finanças Públicas (CFP), que calcula que “a probabilidade de a economia portuguesa se encontrar em recessão num dado ponto em qualquer período de cinco anos é de aproximadamente 55%”.
A análise da instituição liderada por Teodora Cardoso faz consta do relatório sobre “Riscos orçamentais e sustentabilidade das finanças públicas”, publicado esta quarta-feira.
“Com base na evolução do PIB entre 1977 e 2017, verifica-se que a probabilidade de Portugal se encontrar em recessão num qualquer ano é de aproximadamente 15%”, explica a instituição que depois analisa como esta probabilidade se comporta quando a avaliação é feita ano a ano. “Assumindo que a probabilidade de recessão é independente em cada ano, conclui-se que a probabilidade de a economia portuguesa se encontrar em recessão num dado ponto em qualquer período de cinco anos é de aproximadamente 55%.”
O CFP avança também que, “em média, uma recessão em Portugal “custa” 3,1% do PIB e a economia portuguesa demora o mesmo número de trimestres a recuperar o nível anterior do PIB que a duração da recessão, com exceção para as duas últimas recessões”. Isto porque na recessão decorrente da crise financeira global de 2008, “é expectável que a economia portuguesa recupere o nível do PIB real pré-crise durante o ano de 2018”, ou seja, leva 20 trimestres a recuperar para níveis anteriores à crise.
O relatório publicado pelo CFP — e que se concentra mais no médio longo prazo — identifica um conjunto de cinco áreas de risco para as finanças públicas portuguesas: “o desempenho macroeconómico, a receita e a despesa públicas, as responsabilidades contingentes e a dívida pública”.
Sobre a dívida pública, o CFP acredita que esta deverá diminuir para 106% em 2022 e, a partir de 2023 a redução é menos acentuada. “As análises realizadas apontam para uma acentuada sensibilidade do rácio da dívida a choques na taxa de crescimento do PIB e no valor do saldo primário”. Ou seja, a evolução da dívida num horizonte de médio longo prazo será mais afetada pelo que se passa na economia e pelos resultados obtidos pelos governos na execução dos Orçamentos do Estado, do que pela evolução da taxa de juro.
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