Alemanha acusa tarifas e sanções de Trump de destruírem crescimento e empregos
"Esta guerra comercial está a abrandar e destruir o crescimento económico e criar novas incertezas", diz Peter Altmaier. Ministro garante que a UE não vai vergar à pressão dos EUA em relação ao Irão.
O ministro alemão da Economia criticou, duramente, as tarifas impostas pela Administração de Donald Trump e a sua política de sanções, sublinhando que esta estratégia destrói postos de trabalho e crescimento. Peter Altmaier, em entrevista ao jornal Bild am Sonntag, deixou ainda um outro recado: a Europa não se vai vergar à pressão dos Estados Unidos em relação ao Irão.
“Esta guerra comercial está a abrandar e destruir o crescimento económico e cria novas incertezas”, disse Altmaier, citado pela Reuters. Segundo o responsável alemão são os consumidores aqueles que mais sofrem, porque o agravamento das tarifas resulta num aumento dos preços. Ainda assim, o ministro alemão elogiou o acordo alcançado entre o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o Presidente norte-americano, Donald Trump., porque salvou centenas de empregos na Europa.
“O acordo entre a UE e os EUA apenas pode ser o primeiro passo. O nosso objetivo é ordem no comércio mundial com tarifas mais baixas, menos protecionismo e mercados abertos“, disse Altmaier.
Voltando-se para as sanções contra o Irão, o ministro disse que a Alemanha e os seus aliados europeus vão continuar a apoiar as empresas que façam negócios com o Irão, apesar da pressão norte-americana. “Não vamos deixar Washington determinar com quem podemos fazer negócios, por isso, vamos continuar a cumprir o Acordo Nuclear de Viena para que o Irão não possa construir armas nucleares”, afirmou.
De acordo com as convicções das autoridades alemãs as empresas germânicas devem poder continuar a investir no Irão tanto quanto desejem e o Governo de Angela Merkel está à procura de formas, em conjunto com os seus aliados europeus, de garantir que as transações financeiras ainda podem ter lugar, acrescentou Altmaier.
Várias empresas europeias suspenderam os seus planos e investimento no Irão tendo em conta as sanções norte-americanas. A petrolífera Total, assim como os fabricantes automóveis PSA, Renault e Daimler, são apenas alguns exemplos de empresas.
As tarifas e as sanções comerciais estão a ensombrar as perspetivas de crescimento — o FMI reviu em baixo o crescimento alemão e alertou para os efeitos no crescimento mundial –, mas Altmaier ainda assim espera um forte crescimento económico este ano devido à forte procura interna, aos máximos históricos do nível do emprego e à subida dos salários.
O Gabinete Federal de Estatísticas vai publicar uma estimativa rápida do crescimento no segundo trimestre, na terça-feira (à semelhança do Instituto Nacional de Estatísticas). Os analistas apontam para uma progressão de 0,4% de abril a junho depois de um crescimento de 0,3%, nos três primeiros meses do ano.
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