Meo fecha 2017 com prejuízos de 157 milhões de euros
A empresa de telecomunicações terminou, novamente, aquele que é o segundo exercício fiscal sob gestão da Altice com prejuízos.
O ano passado, a Meo acabou novamente com prejuízos. Naquele que foi o segundo exercício completo sob gestão da Altice, a empresa acabou com um resultado líquido negativo de 157 milhões de euros, um valor superior aos 13,2 milhões verificados no final de 2016, avança o Público (acesso condicionado). De acordo com o mesmo jornal, estas contas são resultado da comissão anual da Altice, do aumento dos custos com conteúdos, da redução de efetivos e do peso da fatura com juros paga à PT Portugal, que bateu os 318 milhões de euros.
Uma comissão, que segundo a nota enviada às redações pela Atice ao final do dia, vai diminuir em 2018. “Em 2018, estima-se que o fee devido à Altice seja em torno de dez milhões de euros, bastante inferior aos 55 milhões de 2017, o que permitirá uma melhoria dos resultados da Meo no ano 2018″, garante a operadora.
Em 2017, o resultado operacional foi de 218,5 milhões (menos 30,9% face ao ano anterior), ao qual são descontados, entre outros custos financeiros, os juros suportados com os empréstimos obtidos junto da PT Portugal/Altice (318 milhões). Essa matemática empurra os resultados antes de impostos para um valor negativo de 112 milhões de euros (12,7 milhões em 2016). Quanto aos custos operacionais, estes subiram cerca de três milhões de euros, para 1.248 milhões e, em termos de EBITDA, este caiu para 930 milhões. A Altice considera que “o custo com juros não difere muito daquele que existia no período pré-Altice” e que se referem “essencialmente a remunerar empréstimos” junto dos acionistas, “já que, atualmente – e ao contrário do passado -, as empresas do Grupo Altice em Portugal, praticamente não têm dívida bancária”, justifica a mesma nota.
A 31 de dezembro do ano passado, as receitas operacionais da Meo ascenderam a 2.179 milhões de euros, ficando 3,8% aquém do verificado no ano anterior. No segmento residencial, as receitas caíram 3,2% para 1.228 milhões de euros, apesar de a operadora ter concluído o ano com um 10,3 milhões de serviços vendidos, “invertendo a tendência do ano anterior”.
Como a própria Meo explica, um aumento do volume de serviços nem sempre significa maiores receitas, exemplo disso são os serviços móveis: se, por um lado, as ofertas dos pacotes de serviços contribuíram para um aumento da base de clientes dos serviços pré-pagos, por outro “a competitividade do mercado” e o “empacotamento” têm “exercido pressão sobre os preços dos serviços móveis”, cita o Público.
Embora o número de clientes tenha aumentado, a receita média mensal retirada de cada um tem decrescido, nomeadamente no serviço móvel, que caiu 7,9% para 6,3 euros e nas ofertas em fibra, que diminuiu 4,3% para 38,2 euros.
A Altice justifica ainda os resultados negativos da Meo com a “amortização do goodwill da compra da TMN à PT Portugal realizada no final de 2010. Esta amortização ascendeu a, aproximadamente, 70 milhões de euros em 2017 e 2016, sendo um dos principais fatores que explicam os prejuízos apurados pela MEO nos dois exercícios em causa”. A operadora frisa, contudo que como a transação se trata de uma “operação intragrupo” o seu impacto é “eliminado ao nível dos resultados do Grupo PT Portugal”. Além disso, as “amortizações corresponderem a um efeito meramente contabilístico, sem qualquer impacto no cash flow atual ou futuro da MEO”, acrescenta a mesma nota.
(Notícia atualizada às 19h24 com a reação da Altice)
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