Como é que a maior app de eventos do mundo chegou a Lisboa. E em dose dupla
Aplicação filtra e sugere eventos na cidade com base nas preferências dos utilizadores. Espanhola Fever chega a Lisboa e, em dose dupla: além do marketplace, arranca também com os Originals.
Um copo e um concerto ao final da tarde no estádio do vencedor da Liga dos Campeões. Um jantar-surpresa num sítio inusitado. Um brunch tomado no meio de um festival de música eletrónica. Quantas coisas nos passam ao lado todos os dias, entre tudo o que acontece no sítio onde vivemos? Estes são apenas alguns exemplos dos eventos exclusivos — ou não — disponíveis nos últimos tempos na Fever.
Fundada em Madrid em 2015, a startup rapidamente escalou o negócio para chegar a Nova Iorque. Depois, expandiu-se para os mercados do Reino Unido, França e, agora, Portugal. É que, depois de uma ronda de financiamento Series C no valor de 20 milhões de dólares e liderada pela Atresmedia, produtor da série La Casa de Papel, e que tem investidores como a Accel Partners e o futebolista Sergio Ramos, é tempo de crescer.
A escolha, explica Gil Belford, 31 anos, responsável pela estratégia da empresa em Portugal, não foi inocente. “Portugal, porquê? Já vem planeado há muito tempo. Cá tivemos a sorte de ter a Portugal Ventures (através do fundo do Turismo de Portugal) e a Caixa Capital como investidores. Era uma escolha lógica. Além de entendermos que a cidade de Lisboa tem um potencial enorme, riqueza de pessoas, qualidade e talento enormes e, não temos propriamente concorrência neste mercado”, esclarece Belford.
O português passou pela Vida é Bela, “a primeira startup portuguesa”, depois pela Zomato e, mais recentemente pela Hole19. Mas a oportunidade de voltar a dedicar-se a uma área que permitisse “abrir a mesa a outras pessoas” não levantou dúvidas. Em maio, começou a procurar um escritório em Lisboa e, desde aí, montou uma equipa que já conta com dez pessoas.
“No final do dia, estamos a trabalhar com um produto muito interessante que é ajudar as pessoas a fazerem coisas mais divertidas na vida delas. E termos uma marca em que as pessoas confiam quando querem ter um momento de lazer, para tomar conta das suas sugestões de entretenimento, é muito divertido”, detalha.
A Fever é uma espécie de amigo que conhece os nossos gostos e que, quando menos esperamos, nos surpreende com um evento que é “a nossa cara”. A tecnologia funciona com base num algoritmo que filtra e equilibra, tanto as preferências dos utilizadores como as dos seus amigos. O resultado? Sugestões que vão ao encontro daquilo que os “clientes” habitualmente consomem.
A app tem alguns eventos gratuitos mas, sobretudo, pagos. “A ideia da Fever é permitir aos utilizadores ver um feed a que estamos já habituados, verem coisas de que gostam e podem comprar na hora. Os eventos grátis estariam quase a prestar meramente um serviço informativo. O público da Fever acaba por ser alguém que não sabe que o evento vai acontecer. As pessoas sabem que querem fazer qualquer coisa mas não sabem o quê”, explica Gil.
Além de sugestões de eventos e espaços, a app permite, em três passos, reservar lugar. É aí que a Fever baseia o seu modelo de negócio. “É pensado numa ótica de partilha de receita, ou seja, os parceiros só investem na Fever com retorno garantido porque nos pagam uma percentagem sobre os bilhetes vendidos”, explica Gil, confirmando que, salvo raras exceções, a comissão recebida pela Fever é a mesma independentemente do parceiro.
Fever, mas em dose dupla
Com base num algoritmo de recomendação com base nos gostos do utilizador e nas preferências dos seus amigos, entre outras, a app apresenta sugestões personalizadas para casa utilizador em áreas como música, teatro, moda e restaurantes, entre muitas outras. Por isso, também em estreia em Portugal está, além do marketplace base, os eventos exclusivos. Feitos, literalmente, à “vontade do freguês”.
“O que a Fever faz é conseguir pegar nesta amálgama de coisas interessantes que existem na cidade e, através de um algoritmo de recomendação, conseguir levá-las até às pessoas na altura certa. No caso dos Fever Originals, pegamos na informação que já temos de mercado em termos de preferências e coproduzimos os nossos eventos, exclusivos, com produtores locais. Eles fazem aquilo em que são muito bons e nós tratamos da promoção e do marketing. E assim, reduzimos o risco”, explica Gil.
Com estreia em Lisboa esta quarta-feira, nos planos do responsável e da equipa de dez pessoas está a expansão para o Porto, que deverá acontecer nos próximos seis meses.
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