Zero quer que todos os sacos descartáveis sejam taxados
Sacos descartáveis de venda final, como os utilizados para as frutas e legumes, devem ser taxados, diz a associação ambientalista Zero.
A associação ambientalista Zero defende a reutilização de embalagens de bebidas nos hotéis e restaurantes e que todos os sacos descartáveis de venda final, como os utilizados para as frutas e legumes, sejam taxados.
Estas são duas das propostas que constam do calendário com metas para reutilização de embalagens e limitações ao descartável apresentado pela Associação Sistema Terrestre Sustentável (Zero).
A associação propõe que todos os sacos descartáveis de venda final, independentemente do material em que são feitos, sejam taxados a partir de 1 de janeiro de 2020.
A Zero considera que se deve refletir sobre a melhor forma de os sacos muito leves usados nas frutas, legumes, carne ou peixe deixarem de ser gratuitos, além de defender que os cidadãos devem poder reutilizar os seus sacos, bem como usar outro tipo de embalagens ou caixas para o transporte dos alimentos.
Para esta associação, a redução da utilização de plástico descartável fóssil não deve conduzir à sua substituição por outros materiais, nomeadamente por plásticos biodegradáveis ou os bioplásticos, devendo, por isso, ser reduzido o consumo de todos os sacos.
Outras das propostas da Zero, que já foram apresentadas ao Ministério do Ambiente, passa pela reutilização de embalagens de bebidas no canal HORECA (estabelecimentos hoteleiros, de restauração e similares) a partir de 2021, incluindo propostas para que as bebidas refrigerantes, vinhos, sumos, cervejas e águas sejam sempre acondicionadas em embalagens reutilizáveis nos estabelecimentos hoteleiros, de restauração e similares.
No canal alimentar, como lojas e supermercados, a associação defende que deve ser aplicada a regra de disponibilizar em embalagens reutilizáveis as mesmas marcas e capacidades existentes no estabelecimento em embalagem descartável.
Segundo a Zero, esta medida deve ser aplicada a refrigerantes, sumos, cervejas e águas e “garantirá verdadeiramente o direito de opção do consumidor, que neste momento não é respeitado”.
A associação ambientalista defende ainda a definição de uma meta nacional de redução da quantidade de garrafas de plástico descartáveis colocadas no mercado de 30% até 2025 e 50% até 2030, como forma de incentivo para uma ação mais eficaz na promoção da reutilização de embalagens de bebidas.
Na área das embalagens descartáveis para bebidas, a ZERO propõe a criação de um sistema de ‘Deposit Return System’ (com depósito ou tara retornável), para recolher as embalagens de bebidas descartáveis (plástico, metal, cartão compósito) de forma generalizada a partir de 2021, associado a uma forte campanha de sensibilização e com a introdução de uma tara superior à aplicada na reutilização e claramente dissuasora do abandono ou deposição incorreta.
A associação defende também que seja proibida a disponibilização de utensílios descartáveis em restaurantes e outros estabelecimentos comerciais onde o consumo seja feito no local a partir de 2021 e que os utensílios do take away sejam reutilizáveis (mínimo 50% em 2021 e 75% em 2030), devendo ser sempre disponibilizados com uma tara com um valor que dissuada o seu abandono e incentive o seu retorno.
Estas propostas apresentadas pela Zero surgem após as metas da União Europeia sobre a gestão dos resíduos urbanos colocarem “grandes desafios” a Portugal devido aos “parcos resultados alcançados até ao momento”.
Neste sentido, a associação sustenta que Portugal tem que fazer “uma aposta clara na reutilização de embalagens” para prevenir a produção de resíduos, aumentar o tempo de vida útil dos materiais e avançar para o sistema de tara sobre as embalagens descartáveis de bebidas.
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