Portugueses entre os europeus mais satisfeitos com os comboios
Num contexto de forte contestação à CP e à supressão de horários que começou a ser feita em janeiro, os dados do Eurobarometro mostram que os portugueses são dos mais satisfeitos com os comboios.
Portugal está entre os países europeus mais satisfeitos com o serviço ferroviário, em janeiro e fevereiro deste ano, de acordo com os dados do Eurobarometro publicados esta terça-feira. Estes resultados surgem num contexto de forte contestação à CP e à supressão de horários que começou a ser feita em janeiro e de greves agendadas para o início do ano.
O índice de satisfação calculado com base em cerca de mil entrevistas telefónicas em cada um dos Estados-membros (exceto Chipre e Malta onde não foi feita a sondagem) revela que os austríacos são os mais satisfeitos (13,8 pontos), seguidos dos irlandeses (13,5) e dos portugueses e finlandeses ambos com 13 pontos.
No extremo oposto surgem os búlgaros (9,1), romenos (9,7) e croatas (10,3). Quanto mais elevado o índice maior o nível de satisfação. De referir que a média europeia é de 25,4 pontos.
Austríacos são os mais satisfeitos com o serviço ferroviário
Quando se analisa os vários itens do barómetro a satisfação com a frequência dos comboios, os portugueses, apesar de estarem ao nível da média europeia (66%), caem para 15.º lugar na comparação europeia. O topo é ocupado pela Holanda (78%). Recorde-se que, em janeiro, a CP reduziu em 51 o número de comboios diários que circulam na linha de Cascais, passando de 251 para 200. Já em agosto, a CP mudou de horários com os quais “tem obtido índices de regularidade superiores a 99%”, garantia o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins.
Já no que se refere à pontualidade e fiabilidade, a satisfação dos portugueses volta a subir para 76%, surgindo em quinto lugar na comparação europeia.
Ainda assim, os portugueses estão entre os europeus que menos recorrem à utilização de transportes públicos — comboios e autocarros –, de acordo com dados divulgados pelo Eurostat em agosto deste ano. De acordo com o gabinete de estatísticas da União Europeia, Portugal está no fundo da tabela: atrás dos portugueses, só os lituanos. Em 2016, apenas 10,9% dos quilómetros viajados por terras lusitanas foram feitos com recurso a transportes coletivos, número muito abaixo da média europeia, onde a percentagem sobe para 17,1%.
A Comboios de Portugal encolheu os prejuízos na primeira metade do ano. Mesmo assim, perdeu 55,3 milhões de euros, prejuízos que agravaram ainda mais a situação líquida da empresa cuja “continuidade e sucesso” depende “não só do suporte financeiro por parte do Estado”, mas também, diz o Conselho Fiscal, do fim dos adiamentos sucessivos dos investimentos no “rejuvenescimento do material circulante”.
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