Acordo na Ryanair? Sindicato dos pilotos esclarece que ainda é “insuficiente”
A Ryanair anunciou esta sexta-feira ter chegado a um acordo com os pilotos para reconhecer a antiguidade e mudanças de base. Mas o SPAC veio travar o entusiasmo: ainda há "muito trabalho a fazer".
A Ryanair anunciou esta sexta-feira que chegou a um acordo com os pilotos portugueses para, entre outras coisas, reconhecer a antiguidade destes profissionais. No entanto, após a divulgação da notícia, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) emitiu um comunicado no qual coloca um travão no entusiasmo da empresa: os pontos acordados representam “significativos avanços”, mas, ainda assim, são “insuficientes”.
A companhia aérea irlandesa tem enfrentado conflitos laborais com os trabalhadores em vários países europeus. Os funcionários queixam-se de que a Ryanair não cumpre as leis laborais dos países onde estão sediados, aplicando, em vez disso, a lei irlandesa. A acentuar o conflito estão os alegados processos disciplinares a trabalhadores por motivo de baixas médicas, ou por não cumprirem as metas da empresa no que toca a vendas a bordo dos aviões, que os trabalhadores querem reverter.
Esta sexta-feira, a notícia foi publicada no site da companhia aérea: “Ryanair assina acordo com o sindicato português SPAC”, lê-se no título do comunicado. “A Ryanair anuncia hoje que assinou um acordo com o sindicato português SPAC, que vai providenciar [o reconhecimento] da antiguidade e acordos de transferência de base, para cobrir todos os trabalhadores diretamente empregados pela Ryanair em Portugal”, indica a nota. É também garantido que vão agora começar as negociações para um novo acordo coletivo de trabalho, a decorrerem até final de outubro, e mediante a lei portuguesa.
No entanto, o SPAC rapidamente veio travar o entusiasmo em torno do anúncio da empresa. Numa nota, o sindicato que representa os pilotos esclarece que “o acordado com a Ryanair reporta-se a um aspeto particular de uma negociação mais vasta que está em curso”. “Esse aspeto tem a ver com os princípios que devem ser observados para efeitos da lista de antiguidades dos pilotos e que será submetido a aprovação da Assembleia de Empresa da Ryanair”, refere o SPAC.
O sindicato vai ainda mais longe, lembrando os “significativos avanços” que as negociações têm trazido para os pilotos, mas que, ainda assim, são “insuficientes para se considerar que existe um acordo sobre todas as matérias”. Desta forma, refere o SPAC, “as negociações com a Ryanair vão prosseguir com vista à obtenção de um acordo de empresa que contemple melhores condições de trabalho para os pilotos, havendo ainda muito trabalho a realizar”.
Além do acordo em Portugal, a Ryanair assinou acordos semelhantes com os sindicatos BALPA, no Reino Unido, e ANPAC, em Itália. A empresa está ainda à espera de chegar a um acordo em breve com o sindicato espanhol SEPLA.
“Estes acordos com os sindicatos dos nossos pilotos em Portugal, Reino Unido, Itália e, brevemente, Espanha, demonstram o significativo progresso que estamos a fazer na celebração de acordos sindicais com os nossos funcionários nos principais mercados da União Europeia”, disse Eddie Wilson, diretor de recursos humanos da Ryanair, citado na nota emitida esta sexta-feira pela empresa.
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