António Costa: Alterações reforçam política económica do Governo

  • Lusa
  • 14 Outubro 2018

A mudança do pelouro da Energia para o Ministério do Ambiente dá prioridade à "transição energética na mitigação das alterações climáticas", acrescentou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou este domigo que as mudanças agora introduzidas no seu Governo pretendem assegurar uma “dinâmica renovada”, com “reforço da política económica” e prioridade concedida à “transição energética na mitigação das alterações climáticas”.

Esta posição consta de uma nota do líder do executivo enviada à agência Lusa, na qual António Costa elogia o trabalho dos ministros cessantes da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Idêntico agradecimento pelo primeiro-ministro já tinha sido feito ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na sexta-feira.

“Quero agradecer muito reconhecido a Luís Felipe Castro Mendes, Adalberto Campos Fernandes e Manuel Caldeira Cabral o espírito de missão e compromisso de serviço público com que exerceram as funções ministeriais que amanhã [segunda-feira] cessarão”.

“Agradeço a João Gomes Cravinho e a Marta Temido a disponibilidade cívica para servirem o país como membros do Governo”, respetivamente como ministros da Defesa e da Saúde.

Na sua mensagem, o primeiro-ministro considera que a aprovação no sábado, em Conselho de Ministros, das propostas de Lei das Grandes Opções do Plano e do Orçamento do Estado para 2019 “asseguram a continuidade com dinâmica renovada da execução do Programa do Governo”.

“As alterações na orgânica governativa traduzem o reforço da política económica no centro do Governo e a prioridade da transição energética na mitigação das alterações climáticas”, acrescenta o primeiro-ministro na sua nota.

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Governo fragilizado, diz PSD e CDS. Bloco está preocupado com a Energia

  • ECO e Lusa
  • 14 Outubro 2018

Enquanto os partidos mais à esquerda criticam a opção de mudar o Governo em véspera de OE, associações como a Zero favorecem a mudança da Energia para o Ambiente.

O líder do PSD quer saber se a saída dos quatro ministros do Executivo é feita por vontade dos próprios em desacordo com a proposta do Orçamento do Estado. Rui Rio, numa reação à remodelação governamental apresentada este domingo por António Costa, estranha o timing da mesma — um dia antes da entrega do Orçamento do Estado no Parlamento.

“Fica no ar a pergunta se os ministros saem pelo seu próprio pé, de certa forma descontentes com aquilo que é a proposta de Orçamento do Estado para 2019, não tendo à sua disposição aquilo de que precisavam para os meios para implementar a sua política. Ou se saem por vontade exclusiva do primeiro-ministro”, afirma Rui Rio, em declarações transmitidas pelas televisões. “Era uma matéria que convinha esclarecer”, acrescenta.

“É lícito colocar esta pergunta porque é único, nunca vi. Saem do Conselho de Ministros onde acabam de aprovar a proposta de Orçamento do Estado para 2019 e passadas uma horas entram outras“, sublinhou o líder social-democrata. Para Rui Rio depois de tantas vezes reafirmar um voto de confiança nos seus ministros, proceder a uma remodelação destas “dá insegurança ao próprio Governo”.

Ter de fazer uma remodelação tão grande, em cima de outras substituições que foram feitas, significa que o Governo não é suficientemente forte e coeso e tem de estar permanentemente alterado, a menos de um ano de eleições“, afirma Rui Rio, sem deixar de sublinhar que estas remodelações acontecem nas áreas que o PSD mais tem criticado, com uma exceção, a educação. “Falta aqui a educação, enquanto nas outras áreas o primeiro-ministro acaba por dar a mão à palmatória e acaba por remodelar”, acrescenta. Ainda assim, Rio admite que apenas se assistirá “a uma mudança de estilo e não de política”, até porque o orçamento destas quatro pastas — Defesa, Cultura, Saúde e Economia — foi aprovado pelos anteriores detentores das pastas.

CDS desvaloriza remodelação

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, desvalorizou hoje a remodelação governamental, afirmando que foi feita “por arrasto” do caso do furto de Tancos e que Governo e primeiro-ministro estão fragilizados. Os Verdes, por sua vez, criticaram o momento das mudanças em véspera do Orçamento, enquanto o PCP argumenta que a perspetiva pessoal de cada ministro não é tão significativa.

Para o CDS-PP, as mudanças no Executivo, feitas com “prata da casa”, e “sem rasgo”, são a “prova dos nove da extraordinária fragilidade do primeiro-ministro”, afirmou Assunção Cristas no encerramento da escola de quadros da Juventude Popular (JP), em Peniche, Leiria.

Bloco de Esquerda preocupado com Energia

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou que as remodelações nos governos “são normais”, mas manifestou preocupação com as áreas da saúde e energia. Em declarações à agência Lusa e à RTP à margem da participação na Universidade de Outono do Podemos, em Madrid, Espanha, a coordenadora do BE admitiu que “apanha o país um bocadinho desprevenido, neste momento”, sendo certo que “era esperada pelo menos a substituição do ministro da Defesa”.

“Há duas preocupações que nós temos e que não posso esconder. Uma preocupação com a saúde e o caminho da Lei da Bases da Saúde. Veremos se a remodelação corresponde a um esforço de fazer avançar dossiês que são tão importantes como esse”, disse. A outra preocupação do partido, que apoia parlamentarmente o Governo minoritário do PS, “é a questão da energia”.

“Pela primeira vez há alguma capacidade de fazer a EDP pagar pelos sobrecustos que tem tido. O BE tem-se empenhado muito nesse dossiê. Esperemos que esse trabalho seja para continuar e para aprofundar e que não haja nenhum retrocesso”, avisou.

PCP sublinha importância da política do Governo

Já PCP defendeu que “o que é determinante é a política do Governo”, mais do que a “perspetiva pessoal de cada ministro”, em reação à terceira e maior remodelação governamental anunciada.

“Com ou sem remodelação, o que verdadeiramente importa é que a política do governo responda aos problemas que estão colocados ao país. Resposta que continua, por opção do Governo e dos seus compromissos com o grande capital, com as orientações da União Europeia e do euro, a ser adiada em áreas decisivas de que são exemplo os direitos dos trabalhadores e legislação laboral, a afirmação do desenvolvimento soberano e uma efetiva valorização os serviços públicos”, alerta o PCP.

Os Verdes lamentam o momento, o PAN elogia

O Partido Ecologista “Os Verdes” lamentou que a remodelação governamental anunciada ocorra em “vésperas da entrega e discussão” do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) e pediu “mudanças de políticas”.

“As vésperas da entrega e discussão do OE não parece ser o momento mais adequado para remodelações governamentais, tendo em conta a necessidade que o parlamento tem de esmiuçar as diferentes estratégias e rubricas e que o fará agora com ministros que não participaram na elaboração desse documento nas respetivas pastas que agora assumem”, declararam Os Verdes em comunicado.

Por seu lado o deputado único do PAN, André Silva, louvou hoje o tempo que considerou oportuno. “Relativamente ao timing, o Governo escolheu a melhor altura porque consegue que remodelação não fique no centro da atualidade política. Estamos em pleno debate do OE2019. [O timing] parece que foi propositadamente escolhido, hoje, para que não ocupar o centro da atualidade”, disse à Lusa o deputado do PAN.

“O novo ministro da Economia terá como grande desafio o setor do turismo porque o país precisa de encontrar formas mais sustentáveis para esta atividade e de descentralizar as grandes massas dos centros urbanos. Espero que seja capaz de conseguir encontrar formas alternativas”, desejou André Silva.

Associação Zero elogia passagem da Energia para Ambiente

A associação ambientalista Zero congratulou-se hoje com a integração da pasta da energia no Ministério do Ambiente, considerando que esta é “o elemento mais fundamental” para a descarbonização da economia.

“A Associação Zero congratula-se com a integração da pasta da energia no novo Ministério do Ambiente e da Transição Energética. Uma das áreas mais relevantes para o país é a das políticas climáticas e a energia é o elemento mais fundamental para a descarbonização da nossa economia num caminho para se atingir primeiro 100% de eletricidade a partir de energias renováveis, depois aproximarmo-nos de um total de energia renovável na energia primária, ao mesmo tempo que se deverá apostar na eficiência energética”, lê-se num comunicado da associação ambientalista hoje divulgado.

Em termos de orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, passa a ser ministro do Ambiente e da Transição Energética, com a inclusão da Secretaria de Estado da Energia na sua esfera de competências. A Secretaria de Estado da Energia, desde a formação do atual Governo, esteve na área da Economia.

“A designação do novo ministério é também feliz, dado que é realmente essencial a promoção de uma verdadeira transição energética abrangendo todos os setores, incluindo os transportes, em parte já sob a alçada do anterior Ministério do Ambiente”, refere-se no comunicado da Zero.

Notícia atualizada às 20h00 com a reação do PSD.

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“Há muito que havia um défice no ministro das empresas”, afirma Saraiva

  • Lusa
  • 14 Outubro 2018

O presidente da CIP não está surpreendido com a remodelação de Caldeira Cabral. "Há muito que havia um défice no ministro das empresas", afirma Saraiva. E pede mais força ao novo ministro Siza Vieira.

O presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), António Saraiva, disse não ter ficado surpreendido com a saída de Manuel Caldeira Cabral do Governo, considerando que “há muito tempo que havia um défice no ministro das empresas”. “Não me apanhou de surpresa”, disse, citado pela Agência Lusa, o presidente da CIP, reagindo à remodelação do Governo. O novo ministro da Economia será Pedro Siza Vieira, que já fazia parte do executivo, como ministro Adjunto.

Caldeira Cabral “nunca se conseguiu afirmar politicamente, apesar de ter muitas qualidades e de conhecer bem os dossiês” e “há muito tempo que há um défice no ministro das empresas”, defendeu António Saraiva.
“Esperemos que as coisas possam ser alteradas no tempo que resta desta legislatura” com o novo ministro da Economia, Siza Vieira, sustentou.

Segundo António Saraiva, Pedro Siza Vieira é um “conhecedor dos dossiês e tem muita força política dentro do Governo, sendo próximo do primeiro-ministro”. “Espero que, tendo a relação e força política que faltavam ao anterior ministro, possa imprimir ao Ministério da Economia uma dinâmica que crie condições para que as empresas cresçam”, afirmou o presidente da CIP. “Espero que consiga ter uma voz mais autoritária”, acrescentou o dirigente patronal.

O primeiro-ministro fez este domingo a maior remodelação no Governo, envolvendo quatro ministérios, com a substituição, na Defesa, de Azeredo Lopes por João Gomes Cravinho, e na Economia, de Manuel Caldeira Cabral por Pedro Siza Vieira. O primeiro-ministro propôs ainda as mudanças do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, substituído por Marta Temido, e do ministro da Cultura, pasta em que Graça Fonseca sucede a Luís Filipe Castro Mendes – nomeações já aceites pelo Presidente da República.

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Mário Centeno: Não há margem para soluções populistas no OE

  • ECO
  • 14 Outubro 2018

Num artigo de opinião, o ministro das Finanças assinalou o crescimento consecutivo da economia portuguesa e a meta de défice de 0,2%, antecipando o Orçamento que vai ser apresentado amanhã.

Mário Centeno afirma que o Orçamento do Estado para 2019 foi elaborado sem “margem para complacência, nem para soluções aparentemente fáceis, de traço populista”, num artigo de opinião que assina este domingo no Diário de Notícias/Dinheiro Vivo.

O ministro das Finanças, na véspera da apresentação do documento central das políticas do Governo para o último ano de legislatura, defende as vitórias conseguidas pelo atual Executivo e as metas desenhadas para 2019.

“O orçamento define um importante marco histórico para Portugal. Pela primeira vez na sua história democrática, inscreve um saldo orçamental muito próximo do equilíbrio entre receitas e despesas (-0.2% do PIB)“, escreve Mário Centeno, acrescentando que “este é o resultado de um longo caminho de consolidação que importa preservar”. No seu texto, o ministro das Finanças rejeita indiretamente as acusações de eleitoralismo que têm sido feitas ao Governo, referindo antes: “Temos que preparar o futuro. Temos que dignificar os números que aqui descrevo. As metas que o país conquistou”.

“Chegados aqui, não há margem para complacência, nem para soluções aparentemente fáceis, de traço populista. Temos que prosseguir do ponto onde chegámos. É essa a estratégia para um crescimento sustentável, inclusivo e confiante”, afirmou Mário Centeno.

“A economia portuguesa cresce há 19 trimestres consecutivos”, disse o ministro, no meio de uma elencagem de sucessos do Governo. “Criou 330 mil postos de trabalho, desde o pico da crise em 2013, e diminuiu a taxa de desemprego em 10.6 p.p. para um mínimo em 16 anos de 6,7%. Portugal cresce, acima da média da União Europeia, apoiado pelo investimento e exportações (9,2% e 7,8% em 2017, respetivamente), num quadro de diminuição do endividamento das famílias e das empresas (-3,2 p.p. e -4,2 p.p., em percentagem do PIB) e de diminuição das desigualdades”.

O ministro das Finanças vangloriou-se ainda do efeito que estes sucessos produziram nos juros da dívida, que se reduziram no último ano. “Esta mudança permitiu ao Estado poupar cerca de 1.400 milhões de euros em despesas com juros em 2017, por comparação com 2015. Trata-se do equivalente a 50% do investimento público financiado pelo Orçamento do Estado em 2017. Visto de outra forma, corresponde ao aumento total de despesa no SNS ao longo da atual legislatura“, completou.

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Pedro Siza Vieira: o superministro que acumula a pasta da Economia

  • Marta Santos Silva
  • 14 Outubro 2018

Sem se ter escapado a polémicas enquanto Adjunto, Pedro Siza Vieira passa para a pasta da Economia, mas esta deixa cair a Energia. Quem é o ministro que troca de cadeira?

O ministro Adjunto Pedro Siza Vieira, que já era uma espécie de “superministro” para segurar e impulsionar as medidas direcionadas para o crescimento do país, toma posse esta segunda-feira na pasta da Economia, no âmbito da nova remodelação governamental. O advogado de 55 anos passa assim para a tutela de um Ministério cujas tarefas alguns já lhe atribuíam — como foi o caso de Luís Marques Mendes, que questionou a responsabilidade do recém-exonerado Caldeira Cabral no posto — mas sem segurar o pelouro da Energia, que salta para o Ambiente.

Pedro Siza Vieira licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde entretanto já ensinou, tendo também dado aulas na Autónoma, na Católica e na Nova, e foi sócio da Morais Leitão, J. Galvão Teles e Associados entre 2002 e 2017, tendo gerido ainda o escritório de Lisboa da Linklaters entre 2006 e 2016.

Enquanto ministro Adjunto, posição que tem exercido desde o princípio da legislatura, Siza Vieira tem como competências oficiais a coordenação entre ministérios e das medidas interministeriais, a tutela da Unidade de Missão para a Valorização do Interior e a participação em reuniões de assuntos económicos e de investimento — mas é, além disto, responsável pelo Programa Capitalizar e pelo Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia.

Pedro Siza Vieira pediu, no entanto, escusa dos temas relacionados com a energia no ano passado. Apesar de a Energia ser até agora tutelada pela Economia (com Siza à frente, o setor passa para as mãos de João Pedro Matos Fernandes no Ambiente), Siza Vieira tinha intervindo em questões energéticas enquanto Adjunto, até se escusar.

Foi nesta área que se centrou uma das polémicas à volta deste ministro: antes de se ter escusado às matérias relacionadas com a Energia, Pedro Siza Vieira tinha reunido com a China Three Gorges, a empresa estatal chinesa que lidera uma Oferta Pública de Aquisição sobre a EDP. Posteriormente tornou-se conhecido que a China Three Gorges fora assessorada pela Linklaters enquanto Siza Vieira lá se encontrava enquanto gestor, embora este afirme que a empresa chinesa não foi sua cliente.

Uma outra polémica relacionada com Siza Vieira rodeou o facto de este ser gerente não remunerado de uma empresa familiar criada em vésperas da tomada de posse, levando mesmo o Governo a criar uma checklist para indicar as informações e obrigações que os futuros governantes precisam de entregar, como declarações de rendimentos, e a que entidades, como o parlamento ou o Tribunal Constitucional, e quais os prazos a respeitar.

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João Gomes Cravinho é o novo ministro da Defesa

  • ECO e Lusa
  • 14 Outubro 2018

João Gomes Cravinho é atualmente embaixador da União Europeia no Brasil, desde agosto de 2015, tendo desempenhado o mesmo cargo na Índia entre 2011 e 2015. Foi secretário de Estado da Cooperação.

O primeiro-ministro propôs este sábado a nomeação do antigo secretário de Estado da Cooperação João Gomes Cravinho para novo ministro da Defesa Nacional, em substituição de José Azeredo Lopes, o que foi aceite pelo Presidente da República.

Doutorado em Ciência Política pela Universidade de Oxford, e com mestrado e licenciatura pela London School of Economics, João Gomes Cravinho é atualmente embaixador da União Europeia no Brasil, desde agosto de 2015, tendo desempenhado o mesmo cargo na Índia entre 2011 e 2015.

Entre março de 2005 e junho de 2011, João Gomes Cravinho foi secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e também da Defesa, nos XVII e XVIII governos constitucionais liderados por José Sócrates. Um dos marcos da sua passagem pela Cooperação foi rever a estratégia da Política de Cooperação Nacional, com um forte enfoque na cooperação para o desenvolvimento — em detrimento de uma lógica puramente assistencialista — e com uma aposta em clusters de cooperação. O objetivo era ajudar à internacionalização das empresas nacionais promovendo em simultâneo o desenvolvimento dos mercados em questão.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, numa nota à comunicação social, transmitiu que aceitou a demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, em respeito pela sua “dignidade” e “honra” e para a preservação da “importância fundamental” das Forças Armadas.

Esse pedido de demissão, refere o líder do Executivo, foi apresentado em termos que não podia recusar “em respeito pela sua dignidade, honra e bom nome, e para a preservação da importância fundamental das Forças Armadas como traves-mestras da soberania e identidade nacional no quadro de uma sociedade democrática e moderna”.

“Quero publicamente agradecer ao Professor Doutor José Alberto de Azeredo Lopes a dedicação e empenho com que serviu o país no desempenho das suas funções”, acrescenta o primeiro-ministro.

Na carta enviada ao primeiro-ministro, a que a agência Lusa teve acesso, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, alega que se demitiu do Governo para evitar que as Forças Armadas sejam “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos. “Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”, referiu Azeredo Lopes,

O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, “direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto”.

Quanto ao momento em que decidiu sair, Azeredo Lopes explicou que quis aguardar pela finalização da proposta de Orçamento do Estado para 2019 para “não perturbar” esse processo com a sua saída.

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Costa remodela Governo. Siza Vieira na Economia

  • ECO e Lusa
  • 14 Outubro 2018

António Costa não substitui apenas Azeredo Lopes na Defesa, propondo ainda Siza Vieira para o lugar de Caldeira Cabral na pasta da Economia e mudando as tutelas da Saúde e Cultura.

O primeiro-ministro propôs hoje ao Presidente da República que o atual ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, fique também responsável pela pasta da Economia, em substituição de Manuel Caldeira Cabral. Marcelo Rebelo de Sousa já anunciou, num comunicado na página da Presidência, que aceitou esta e as restantes nomeações para a remodelação do Governo.

A saída do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na sequência do caso do roubo de Tancos, motivou esta remodelação governamental, enviando para este posto João Gomes Cravinho. António Costa não se ficou por este Ministério, aproveitando para mover Pedro Siza Vieira para o lugar de Caldeira Cabral, que sexta-feira assumiu como sua a escolha controversa de nomear Carlos Pereira para a ERSE, à frente da Economia, e substituindo a tutela da Cultura e da Saúde.

O XXI Governo Constitucional aumenta assim o número de ministras de três para cinco, na sequência das mudanças hoje anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, e a Secretaria de Estado da Energia transita para o Ministério do Ambiente.

Graça Fonseca na Cultura e Marta Temido na Saúde juntam-se no executivo liderado por António Costa às ministras da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, da Justiça, Francisca Van Dunem, e do Mar, Ana Paula Vitorino. Sem contar com o primeiro-ministro, o Governo passa a ter um elenco de 16 ministros, dos quais cinco são mulheres (cuja percentagem aumenta de 18% para 31%).

“As posses terão lugar amanhã, segunda-feira, 15 de outubro, pelas 12h00, no Palácio de Belém”, lê-se no comunicado na página da Presidência.

Com a exoneração de quatro ministros, saem também os secretários de Estado desses ministros. “Nos termos do Artigo 186.º, n.º 3 da Constituição, cessam igualmente funções os Secretários de Estado com a exoneração do respetivo Ministro. A posse dos correspondentes Secretários de Estado, que serão entretanto nomeados, terá lugar quarta-feira, 17 de outubro, pelas 11h00, no Palácio de Belém”, acrescenta o comunicado.

As saídas de Adalberto Campos Fernandes da Saúde, de Luís Filipe Castro Mendes da Cultura, de Azeredo Lopes da Defesa e de Caldeira Cabral da Economia somam-se a outras demissões de ministros no Executivo de Costa: logo no princípio da legislatura João Soares saíra da Cultura, e Constança Urbano de Sousa saiu no ano passado da Administração Interna.

Em termos de orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, passa a ser ministro do Ambiente e da Transição Energética, com a inclusão da Secretaria de Estado da Energia na sua esfera de competências. A Secretaria de Estado da Energia, desde a formação do atual Governo, esteve na área da Economia.

Notícia atualizada às 13:40 com mais informação.

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Orçamentos eleitoralistas já não são o que eram?

O Orçamento para 2019 vai ter medidas populares, mas também vai prever o défice mais baixo da democracia. No último OE da geringonça parecem caber todos os rótulos: eleitoralista e de rigor.

Imaginemos um Governo a construir o seu último Orçamento do Estado, a um ano das eleições. Imaginemos que para ganhar votos esse Governo agita a bandeira da consolidação orçamental. E agora imagine que esse Governo é de esquerda. Parece estranho. Parece, no mínimo, diferente do que se verificou no passado. Mas é o que está a acontecer… embora em parte. No último Orçamento da geringonça parecem caber todos os rótulos.

O debate sobre o último Orçamento do Estado deste Governo foi lançado ainda a legislatura ia a meio. Foi Marcelo Rebelo de Sousa quem largou o primeiro aviso, quando promulgou o Orçamento para 2018 e mostrou preocupação com a possibilidade de o Orçamento seguinte — este que esta segunda-feira chega ao Parlamento — ser eleitoralista.

A discussão arrefeceu durante um tempo mas a sombra ficou a pairar. E neste momento o debate em Portugal é sobre se o OE 2019 é eleitoralista ou não.

O Governo reconhece que não ia deixar de fazer “boa figura” lá porque se trata do último — assumindo assim o risco de este OE poder ser entendido como eleitoralista. “Não é por ser o último OE que passaria a ser mau”, disse o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares na terça-feira depois de no fim de semana o ex-líder do PSD Luís Marques Mendes ter defendido que se este será um Orçamento “muito popular” e “dos mais eleitoralistas de sempre”.

Apesar disso, o Executivo não tem desistido de salientar publicamente as vantagens de ter contas certas. “Acabámos com o mito de que, em Portugal, é a direita que sabe governar a economia e as finanças públicas”, disse o primeiro-ministro, António Costa, ainda em maio. “Contas públicas saudáveis dão a garantia de que são sustentáveis”, reforçou Pedro Nuno Santos mais recentemente, a seis dias da entrega do documento na Assembleia.

Mário Centeno e Pedro Nuno Santos apresentaram esta semana no Parlamento as linhas gerais do documento aos partidos. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares afirmou que “está para vir um Governo do PSD/CDS que consiga melhores resultados orçamentais”.PAULA NUNES / ECO

 

O PS chegou ao poder no final de 2015 e o défice fechou as contas desse ano em 4,4% do PIB. Portugal ainda estava sob Procedimento por Défices Excessivos. Foi em maio de 2017 que o país deixou de fazer parte do grupo de estados-membros abrangidos pelo braço corretivo do Pacto de Estabilidade e Crescimento. E agora a proposta do Orçamento aponta para um défice de apenas 0,2% do PIB em 2019.

Quando contas certas rendem votos

Significa isto que este Orçamento, que é o último — e, por isso, tradicionalmente apelidado de eleitoralista — não o é? Depende do ponto de vista. Ao ECO, António Correia de Campos explica que neste último Orçamento de uma legislatura a história é diferente. O equilíbrio macroeconómico é uma poderosíssima arma eleitoral”, diz o ex-ministro socialista que ocupou a pasta da Saúde nos governos de António Guterres e de José Sócrates.

O ex-governante considera que no quadro atual, depois da passagem da troika por Portugal e tendo em conta a forma como o primeiro-ministro apresenta as opções — 50 milhões para aqui implicam menos 50 milhões ali –, o Governo já percebeu que contas certas também rendem votos. “Se este discurso não fosse valioso, o primeiro-ministro não o adotava”, acrescenta o antigo ministro, que acredita que este “não vai ser um OE de derrapagem para fins eleitorais”, apesar de o Governo já ter mostrado disponibilidade para dar mais dinheiro aos funcionários públicos, aos pensionistas e até para setores do Estado, como a saúde.

Quando era ministro [no Governo de Sócrates] fomos para o interior do país explicar o que era a subida das taxas de juro. Era muito difícil falar disto às pessoas. Elas nem sabiam que o país se endividava para financiar o défice e que isso implicava pagar juros. Eu próprio tinha dificuldade em explicar.

António Correia de Campos

Correia de Campos salienta que, agora, as pessoas estão educadas para valorizar as contas certas. “Quando era ministro [no Governo de Sócrates] fomos para o interior do país explicar o que era a subida das taxas de juro. Era muito difícil falar disto às pessoas. Elas nem sabiam que o país se endividava para financiar o défice e que isso implicava pagar juros. Eu próprio tinha dificuldade em explicar”, conta.

A “grande novidade”: a quadratura do círculo no último Orçamento

É certo que o rigor orçamental está em força no discurso do Governo, mas o Executivo avança ao mesmo tempo com medidas populares como o aumento dos salários para os funcionários públicos. No início do ano, um membro do Governo dizia ao Público que a “memória de 2009” impedia a atualização dos vencimentos do Estado. Foi nesse ano, quando José Sócrates era primeiro-ministro, que os trabalhadores do Estado tiveram o último aumento nos salários — de 2,9%.

Agora, na véspera da entrega do documento no Parlamento, o Governo abriu a porta a aumentos. “A tendência para utilizar o Orçamento para ganhar eleições ou minorar derrotas eleitorais verifica-se em quase todas as democracias”, explica o professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, António Costa Pinto. O politólogo lembra, porém, que esta estratégia é “tanto mais eficaz quanto menor for a perceção do acontecimento”. Ainda assim, Costa Pinto acredita que este Governo “tem uma margem simpática para passar uma imagem de rigor orçamental e fazer uma ou outra concessão”. E esta é a “grande novidade” deste último Orçamento de legislatura face aos anteriores.

Para além disso, o politólogo recorda que, ao contrário do habitual, esta legislatura começou com a aprovação de medidas de devolução de rendimentos. E, portanto, “o último OE até não será mais despesista do que os anteriores”. Ou seja, “dificilmente será escrutinado como um Orçamento eleitoralista”, admite Costa Pinto.

O facto de a legislatura ter arrancado com a devolução de rendimentos, de a conjuntura económica continuar a apresentar-se favorável — com a taxa de desemprego ainda a baixar apesar de a economia ter começado a abrandar — e não havendo uma turbulência que possa mudar o enquadramento levam Costa a Pinto a prever que “o PS não precisa de um OE eleitoralista” para preparar as legislativas agendadas para o outono de 2019. Na última sondagem, da Aximage, o PS conseguia a maior percentagem de intenções de voto (38,9%).

Pode não precisar de um OE eleitoralista, mas pode sair a ganhar se a economia estiver a crescer. “As melhorias da economia são utilizadas na vida das pessoas”, disse esta semana Pedro Nuno Santos para explicar a estratégia do Governo. Ou seja, quanto melhor é o crescimento, mais fácil é justificar e entender a existência de medidas dirigidas às pessoas.

E, para 2019, o Governo prevê que o PIB cresça 2,2%, apenas menos uma décima do que o crescimento económico previsto para este ano. Uma projeção mais otimista do que aquela que fazem as instituições que acompanham Portugal para o próximo ano.

Um debate a falar para os “eleitorados tradicionais”

Miguel Poiares Maduro, que foi ministro-adjunto no Governo de Passos Coelho, vê no Orçamento que se avizinha, uma vez mais, a “estratégia de continuação da política de aritmética eleitoral”. Para o diretor da School of Transnational Governance do Instituto Universitário Europeu de Florença, a ação do Governo é orientada em função das eleições e dos grupos de eleitores que podem garantir os resultados desejados. “As medidas, de que se fala para utilizar a margem orçamental que existe, implicam um aumento de despesa corrente e não de despesa de investimento”, diz Poiares Maduro, acrescentando que embora “a recuperação de rendimentos seja importante, para ser sustentável tem de assentar numa economia competitiva”.

"As medidas, de que se fala para utilizar a margem orçamental que existe, implicam um aumento de despesa corrente e não de despesa de investimento.”

Miguel Poiares Maduro

Depois da entrega do documento, esta segunda-feira, o Parlamento entra na fase de debate na generalidade. E para esta fase, Duarte Pacheco há 27 anos na Assembleia e que acompanha de perto os debates do Orçamento do Estado, antevê que este debate sirva mais falar para os “eleitorados tradicionais” dos partidos – uma marca dos últimos debates de OE das legislaturas.

No entanto, o deputado do PSD acredita que este será um Orçamento de olhos postos nas eleições, ao contrário do que diz ter acontecido nas eleições de 2015, quando Passos Coelho era primeiro-ministro. “É verdade que nesse ano começou a devolução dos cortes salariais, em 20%, mas esta era uma reposição faseada em cinco anos e o Governo manteve a mesma linha de orientação de defender a descida do IRC em vez de a redução do IRS, que fala mais diretamente a quem vota.”

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Leslie fez 27 feridos ligeiros, 61 desalojados e quase 1.900 ocorrências

  • Lusa
  • 14 Outubro 2018

Das 1.890 ocorrências registadas pela ANPC, 1.218 diziam respeito a quedas de árvores e 441 a quedas de estruturas, tendo o vento sido o fenómeno que causou maior número de ocorrências.

A tempestade Leslie provocou 27 feridos ligeiros, 61 desalojados e quase 1.900 ocorrências comunicadas à Proteção Civil, de acordo com o balanço mais atualizado desta autoridade.

De acordo com o comandante Rui Laranjeira, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), todos os feridos apresentavam ferimentos ligeiros, ainda que tenham sido transportados a uma unidade de saúde parar receberem tratamento. A ANPC registou ainda três pessoas assistidas no local, que não necessitaram de ser levadas a unidades de saúde.

A tempestade fez ainda 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra, um em Leiria e três em Viseu.

Das 1.890 ocorrências registadas pela ANPC, 1.218 diziam respeito a quedas de árvores e 441 a quedas de estruturas, tendo o vento sido o fenómeno que causou maior número de ocorrências, segundo Rui Laranjeira.

De acordo com o comandante, o distrito de Coimbra foi o mais afetado, seguindo-se os de Aveiro, Leiria e Viseu.

No terreno estiveram 6.373 operacionais e 2.002 meios terrestres.

A maioria das estradas cortadas devido ao mau tempo já foi reaberta, indicou Rui Laranjeiro, destacando-se o IC2, o IP3 e a A1, na região de Coimbra.

Centenas de milhares de habitações sem eletricidade, pessoas desalojadas, estradas cortadas, voos cancelados, danos na via púbica e árvores caídas, são o resultado da passagem da tempestade Leslie pelo continente.

Centenas de milhares de clientes a Norte do Tejo estão sem energia elétrica desde a noite de sábado devido aos danos causados pela tempestade tropical Leslie, disse à agência Lusa a EDP Distribuição, classificando a situação de “muito grave”. Em comunicado, a EDP distribuição revelou que a tempestade Leslie deixou cerca de 200 linhas de alta/média tensão fora de serviço e milhares de habitações sem energia elétrica.

Face às previsões existentes, o INEM ativou no sábado a sua Sala de Situação Nacional para acompanhar e articular com as restantes entidades de Proteção Civil os efeitos da passagem da tempestade.

Na Madeira, onde estavam inicialmente os maiores receios das autoridades, a tempestade passou ao início da tarde de sábado sem provocar grandes sobressaltos.

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Governo aprova Orçamento do Estado para 2019 após maratona de 12 horas

Após quase 12 horas, a reunião do Conselho de Ministros para aprovar o Orçamento do Estado para 2019 está concluída.

Após quase 12 horas de reunião, o Conselho de Ministros aprovou o Orçamento do Estado para 2019. O Governo esteve reunido num Conselho de Ministros extraordinário desde as 11 da manhã de sábado e, finalmente, os trabalhos foram dados por concluídos, avançou a RTP e o Diário de Notícias em primeira mão.

Num comunicado enviado às redações, às 22h17 minutos de sábado, é confirmado que “o Conselho de Ministros aprovou hoje a Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2019, o Relatório que o acompanha, as Grandes Opções do Plano e o Quadro Plurianual de Programação Orçamental”.

O ministro Eduardo Cabrita foi o único que teve de abandonar momentaneamente a reunião para participar num briefing na Proteção Civil por causa da tempestade Leslie que esta noite atingiu a costa portuguesa.

O documento que vai ser entregue no Parlamento na segunda-feira deve ter medidas como a redução da fatura da energia de 5%, uma redução da propina máxima para 856 euros, o fim da penalização das longas carreiras contributivas em 2019, aumento do preço dos sacos plásticos, do tabaco, e até do crédito ao consumo, entre outras. Medidas que já foram sendo conhecidas na sequência das negociações com os partidos à esquerda e que dão apoio parlamentar ao Executivo.

Na passada terça-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, recebeu os partidos com representação parlamentar e comunicou-lhes o cenário macroeconómico previsto pelo Governo para o próximo ano. A proposta do Governo de Orçamento do Estado prevê em 2019 um crescimento de 2,2%, um défice de 0,2%, um desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 117% do Produto Interno Bruto. Um cenário que, em alguns aspetos, nomeadamente ao nível do crescimento, é mais otimista do que o avançado por outras instituições como o Banco de Portugal (que aponta para um crescimento de 1,9% em 2019) ou o Fundo Monetário Internacional (1,8%).

Na Assembleia da República, a proposta orçamental do Governo será discutida e votada na generalidade nos próximos dias 29 e 30. A votação final global está agendada para 29 de novembro. De acordo com o calendário aprovado, após a votação na generalidade, no dia 30 de outubro, segue-se o período de debate na especialidade, com votações em plenário nos dias 26, 27 e 28 de novembro.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Catroga escreveu a Passos para publicar despacho após as eleições favorável à EDP. Sem sucesso

  • Lusa
  • 13 Outubro 2018

Eduardo Catroga escreveu ao antigo primeiro-ministro Passos Coelho, com o Governo em gestão, para publicar um despacho relativo aos CMEC favorável à EDP. Despacho não foi publicado.

O ex-presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, escreveu ao antigo primeiro-ministro Passos Coelho, com o governo em gestão, para publicar um despacho relativo aos CMEC, juntando um parecer jurídico que legitimaria a decisão. “Não quero acreditar que o senhor ministro da Energia [Jorge Moreira da Silva] queira deixar para o seu sucessor o ato administrativo (despacho) que o senhor secretário de Estado da Energia [Artur Trindade] considera de acordo com […] os compromissos assumidos”, lê-se na carta de 14 de outubro de 2015, que dirigiu ao “senhor primeiro-ministro e caro amigo”. Mas deixou.

Não quero acreditar que o senhor ministro da Energia [Jorge Moreira da Silva] queira deixar para o seu sucessor o ato administrativo (despacho) que o senhor secretário de Estado da Energia [Artur Trindade] considera de acordo com […] os compromissos assumidos.

Eduardo Catroga

A carta, a que a agência Lusa teve acesso e que consta da documentação da comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, foi escrita por Eduardo Catroga – com indicação de ser uma missiva ‘Pessoal’ – quando o Executivo PSD/CDS-PP, liderado por Passos Coelho, se encontrava em gestão, após as eleições legislativas de 05 de outubro desse ano.

Mas, de acordo com fontes contactadas pela Lusa, e confirmadas pelo ECO, este despacho não chegou a ser publicado pelo Governo de Passos Coelho e, particularmente pelo secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, constando do dossiê de transição para o novo executivo, do PS, e para Seguro Sanches, que não lhe deu seguimento. Contactado pela agência Lusa, Eduardo Catroga disse apenas não ter presente nem a referida carta, nem o seu conteúdo, sem fazer quaisquer comentários.

“O seu chefe de gabinete e o assessor Rudolfo [Rebelo] têm todos os documentos. Também enviei o parecer junto que ‘desmonta’ o falso argumento que a impossibilidade deriva do Governo estar em gestão”, refere ainda Eduardo Catroga.

No parecer de 13 de outubro, assinado por Miguel Nogueira de Brito, da sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, lê-se que a EDP solicitou “uma informação sucinta sobre a questão de saber se se inclui no âmbito dos poderes de um governo em gestão a consideração do valor da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE) na determinação do valor da revisibilidade anual respeitante a 2014 do montante inicial dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC). Segundo o advogado, esta decisão não excede “os limites dos poderes dos governos de gestão”.

“De resto, o exercício da competência em causa, através da prática do ato de homologação da revisibilidade dos CMEC de 2014, não pode deixar de ocorrer, nos termos da citada disposição do decreto-lei 240/2004, de 27 de dezembro, durante o ano em curso”, concretiza.

O parecer vai ainda mais longe quando avisa que, não refletir os custos com a CESE no cálculo do CMEC, “configuraria uma clara violação das mencionadas disposições legais, pondo ainda em causa a credibilidade da EDP perante o mercado, apesar de ter sempre agido no estrito cumprimento da legislação aplicada”.

Eduardo Catroga deixou de presidir, em maio passado, ao Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, órgão onde estão representados os acionistas da elétrica, tendo sido substituído pelo ex-ministro de governos socialistas Luís Amado. Eduardo Catroga continua no CGS da EDP até 2020, por convite do maior acionista da elétrica, a China Three Gorges (CTG).

Atualização: A notícia foi corrigida com a informação de que o despacho pedido por Eduardo Catroga não foi publicado, precisamente porque o Governo estava em gestão, e o dossiê passou para o governo de António Costa, que não deu seguimento ao tema.

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Quando a Audi liga um SUV à corrente… É o e-tron

Passou pouco tempo desde que a adicionou mais um modelo à família Q, com o 8. Mas, para a Audi, faltava algo eletrizante aos seus SUV. Nasceu, por isso, o e-tron.

A eletrificação da indústria automóvel é uma realidade. São cada vez mais as propostas totalmente elétricas a surgirem no mercado, desde utilitários, a familiares, até a desportivos. E SUV? Não podiam faltar, sendo a aposta essencialmente no segmento de topo. Depois do Tesla Model X, mas também do I-Pace, da Jaguar, e numa altura em que a Mercedes estreou a EQ, com o EQC, Audi “jogou” a sua “cartada” com o e-tron.

Baseado no protótipo apresentado no Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt, ainda em 2015, o modelo que em breve vai chegar às estradas portugueses – as primeiras unidades chegam no início de 2019 – não sofreu grandes alterações. Já era, na altura, um modelo muito próximo daquele que a marca dos anéis deu a conhecer ao mundo em São Francisco, nos EUA.

Se à data fez furor, agora faz ainda mais, com a crescente apetência dos consumidores por modelos que dispensam motores a combustão, tendo em conta o aumento da autonomia que se tem vindo a conseguir com baterias cada vez mais eficientes – o e-tron promete 400 km de autonomia. E, principalmente, porque ao contrário do que acontecia há alguns anos, as versões elétricas estão, esteticamente, muito mais atrativas. O e-tron é um exemplo desses.

Podia ser mais um Q, tendo em conta a semelhança com os mais recentes membros da família, nomeadamente o 7 e o 8 – sendo que o e-tron posiciona-se mais entre o 5 e o 7. Mas, claro, há elementos que são exclusivos deste modelo totalmente elétrico, muitos deles desenhados especificamente para dar resposta à necessidade de arrefecer a bateria que garante desempenhos que, por enquanto apenas no papel, são impressionantes para um modelo de grande porte.

Alimentado por dois propulsores elétricos que enviam a potência para as quatro rodas através de uma nova geração do sistema quattro, o e-tron apresenta-se com uma potência equivalente a 408 cv que são capazes de disparar o SUV até aos… 200 km/h, já que a velocidade está limitada eletronicamente. No entanto, chega aos 100 km/h em apenas 5,7 segundos. Está garantido, por isso, um estômago “colado” ao banco.

Tantos ecrãs… mas não há retrovisores

Não fossem os símbolos “e-tron”, ou as várias tomadas de ar – incluindo uma grelha “singleframe” ativa, ou seja, que abre e fecha consoante a necessidade de arrefecer, ou não, a bateria –, e quase não se perceberia pelo exterior que se trata de um SUV elétrico. E no interior acontece praticamente o mesmo, com a Audi a manter a linha de outros modelos da gama. Traz conforto, toques de requinte, mas também muita tecnologia.

Um só ecrã já não se usa. Dois, contando com o dos manómetros, estão a generalizar-se, mas neste nível há já várias marcas que apostam em três ecrãs – o terceiro é o da climatização. E o e-tron? Tem cinco. É que a juntar aos três, há mais um em cada porta, substituindo os comuns espelhos retrovisores. No sítio desses estão duas câmaras que transmitem imagem para esses “espelhos virtuais”, mas nem em todos os mercados este será um fator diferenciador. Na Europa, a legislação ainda não permite. Os japoneses, sortudos, vão poder desfrutar desta inovação.

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