Presidente dos CTT: “Numa loja, a pessoa trabalhava em média 35 minutos por dia”
Francisco Lacerda adiantou que CTT já chegou a acordo de rescisão amigável com 360 trabalhadores. Diz que dividendos "vão ficar seguramente abaixo" dos lucros.
Os CTT já encerraram quase meia centena de estações de correio este ano, transferindo a atividade para postos geridos por terceiros, como juntas de freguesia ou particulares. Francisco Lacerda lembra que está a reestruturar a rede porque a afluência às suas lojas é cada vez menor. E conta o caso da loja que foi encerrada recentemente e onde o funcionário trabalhava apenas 35 minutos por dia.
“Uma das lojas que recentemente fechamos numa determinada localidade, e abrimos um posto muito perto, a pessoa em média trabalhava 35 minutos por dia. Porquê? Porque não há pessoas suficientes a requisitar os serviços dos CTT nessa localidade”, explicou Lacerda em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF.
Lembrou ainda que este reajustamento da rede de lojas não tem impacto no movimento dos carteiros. “Os carteiros distribuem as cartas qualquer que seja a nossa presença com loja, posto ou outra. São dois mecanismos independentes”, disse.
Há um ano, Lacerda anunciou um plano de transformação que inclui a saída de 800 trabalhadores até 2021 e ainda uma reajustamento da rede de lojas.
Cerca de 360 funcionários já chegaram a acordo com a empresa para sair, adiantou o presidente dos CTT na mesma entrevista.
"Uma das lojas que recentemente fechamos numa determinada localidade, e abrimos um posto muito perto, a pessoa em média trabalhava 35 minutos por dia. Porquê? Porque não há pessoas suficientes a requisitar os serviços dos CTT nessa localidade.”
Nos primeiros nove meses do ano, a empresa viu os lucros caírem 50% para menos de dez milhões de euros. Lacerda considerou que se deve “separar o que é recorrente do que não é recorrente”.
“No caso dos resultados de todos os trimestres deste incorporam o conjunto de indemnizações que pagamos às pessoas com quem chegamos a acordo de saída e esses montantes, que nos 9 meses são pouco mais de 19 milhões de euros, não são recorrentes na medida em que não se repetem, as pessoas saem e deixamos de ter esse encargo salarial. Se retirar isso, o que se vê é que as tendências estão bastantes positivas e isso é visto quando se olha para a evolução do EBITDA recorrente, que é o indicador que melhor permite ver esse aspeto”, frisou.
Sobre o dividendo, Lacerda diz que a percentagem do lucro a distribuir pelos acionistas ainda não está decidida. “Mas será seguramente abaixo do resultado líquido que viermos a gerar desde exercício”, revelou.
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