Greve do metro de Lisboa marcada para esta semana foi desconvocada
A greve do metro de Lisboa, que ameaçava o transporte dos participantes para o Web Summit em dois dias desta semana, foi desconvocada pela Fectrans.
A greve do metropolitano de Lisboa, com paralisações parciais marcadas para esta terça e quinta-feira, em pleno evento do Web Summit, foi desconvocada, disse uma fonte da Fectrans à TSF. A informação foi confirmada oficialmente pela empresa, num comunicado enviado ao ECO.
“A empresa informa que as associações sindicais decidiram oficialmente desconvocar as greves parciais agendadas para os próximos dias 6 e 8 de novembro. O Metropolitano de Lisboa irá, assim, operar nas suas condições normais de funcionamento não se prevendo qualquer perturbação relacionada com as greves parciais acima referidas”, indica a mesma nota. A empresa perspetiva ainda “um ciclo de paz social duradoura”.
Segundo o Público (acesso condicionado), que cita Anabela Carvalheira, dirigente da Fectrans, os trabalhadores do metro aceitaram uma proposta feita pelo Conselho de Administração da empresa pública para alargar por mais um ano o acordo coletivo de trabalho atualmente em vigor. Assim, o acordo deverá expirar só em 2022.
Os trabalhadores do metro reivindicavam aumentos salariais e a prorrogação do acordo coletivo de trabalho. A segunda parte terá sido satisfeita na reunião entre trabalhadores e administração, realizada esta segunda-feira, mas não terá havido “qualquer evolução” no que toca ao aumento da remuneração dos funcionários do metropolitano, segundo o Público. No plenário participaram 400 trabalhadores. Duas dezenas votaram contra a proposta de desconvocação da greve.
As duas ações de paralisação parcial estavam agendadas para terça e sexta-feira, entre as 6h00 e as 9h00. O momento coincidia com dois dos principais dias — o segundo e o último — da realização do Web Summit, uma feira de tecnologia e inovação que se espera que traga à capital portuguesa cerca de 70.000 participantes de todo o mundo.
A conferência realiza-se esta semana, de 5 a 8 de novembro, na zona do Parque das Nações (FIL e Altice Arena). O metro é um dos principais meios de transporte dos participantes para chegar ao local do evento.
Acordo alcançado não é o “ideal”
Em declarações à Lusa, Nuno Fonseca, do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, disse que, apesar de permitir a desconvocação da greve, o acordo não é o “ideal” na ótica dos trabalhadores.
“Ontem [domingo] recebemos uma proposta do Conselho de Administração em relação às negociações que estavam a decorrer. A proposta foi hoje [segunda-feira] sufragada em plenário geral de trabalhadores e, apesar de não ir de encontro à totalidade das pretensões dos trabalhadores, foi aprovada pelos mesmo e dá azo a que se desconvoquem as greves que estavam anunciadas para 6 e 8 deste mês”, explicou o sindicalista.
De acordo com Nuno Fonseca, foi igualmente desconvocada uma “greve ao tempo extraordinário” que está a decorrer. O acordo aceite pelos trabalhadores “visa a paz social nos próximos meses”, descartando haver em cima da mesa “negociações ou reivindicações”. “Não sendo o acordo ideal, vai de encontro a algumas pretensões dos trabalhadores e neste momento não se avizinha mais nada, nem protestos, nem formas de luta”, frisou.
No último protesto, a 18 de outubro, os trabalhadores do metro estavam contra a discordância com a proposta de atualização salarial plurianual de 24,50 euros para os anos de 2018 e 2019, apresentada então aos representantes sindicais pelo conselho de administração.
(Notícia atualizada pela última vez às 16h06 com comunicado oficial da empresa)
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