Bruxelas espera que ida de Centeno a Itália “dê resultados”
Pierre Moscovici diz esperar que a reunião do presidente do Eurogrupo, na sexta-feira com o Governo italiano, “dê resultados” sobre o diferendo orçamental.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, disse esta quinta-feira esperar que a reunião do presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, na sexta-feira com o Governo italiano, “dê resultados” sobre o diferendo orçamental.
“Mário Centeno vai amanhã [sexta-feira] a Roma, tenho a certeza que o encontro será útil e que dará resultados”, disse Moscovici, questionado sobre as negociações com o Governo italiano sobre a proposta de orçamento apresentada e que Bruxelas rejeita por incumprimento das regras do “semestre europeu”.
O comissário, que falava na conferência de imprensa sobre as Previsões Económicas de Outono, salientou que “Centeno leva uma mensagem clara, a de que os ministros apoiam a análise da Comissão Europeia”.
O presidente do Eurogrupo vai ainda “explicar a posição de todos os países da zona euro”.
Reiterando a necessidade do cumprimento das regras e procedimentos, Moscovici adiantou que irá manter uma “atitude de diálogo” para com Roma.
“Não há futuro da Itália fora da Zona Euro nem futuro da União Europeia sem a Itália”, considerou.
A Comissão Europeia previu hoje que o crescimento da economia italiana deverá acelerar moderadamente a partir deste ano, mas a incerteza das políticas governamentais e o planeado recuo das reformas estruturais são um mau presságio, segundo as previsões da Comissão Europeia hoje divulgadas.
Depois de ter atingido 1,6% em 2017, Bruxelas prevê que o crescimento do PIB de Itália seja de 1,1% este ano, 1,2% em 2019 e 1,3% em 2020.
Para o rácio da dívida pública face ao PIB, Bruxelas prevê que este atinja 131,1% este ano, desça para 131% em 2019 e volte a subir para 131,1% em 2020.
O rácio do défice do Estado face ao PIB deverá agravar-se de 1,9% este ano para 2,9% em 2019 e 3,1% em 2020.
Os números de Bruxelas diferem dos de Roma, que estima um défice de 2,4% em 2019 e de 2,1% em 2020.
A Comissão Europeia rejeitou em 23 de outubro o plano orçamental de Itália para 2019 e deu ao Governo italiano três semanas para apresentar um novo orçamento, tendo Roma recusado fazê-lo.
A Itália é o primeiro país a ver o seu projeto orçamental “chumbado” pela Comissão Europeia desde a implementação do “semestre europeu” de coordenação de políticas económicas e orçamentais, instituído em 2010.
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