Circulação de comboios foi de apenas 38% até às 18h00
Não foi realizado qualquer comboio de longo curso e só 7% dos comboios do serviço regional partiram como previsto. Nas linhas urbanas de Lisboa e do Porto, o impacto foi menor.
A greve dos ferroviários parou uma grande parte da circulação de comboios da CP – Comboios de Portugal até as 18:00 desta sexta-feira, tendo circulado apenas 38% das composições previstas, segundo fonte oficial da operadora.
Tal como já se tinha verificado de manhã, não foi realizado qualquer comboio de longo curso até às 18:00. O serviço regional foi também fortemente afetado, com 7% dos comboios previstos a conseguirem sair, ou seja, 16 de 219. Em Lisboa, 51% dos urbanos previstos realizaram-se, ou seja, 248 composições em 484 previstas. Já no Porto, fizeram-se 58% das viagens, 113, sendo que estavam previstas 193.
A Fertagus, por sua vez, que temia ser afetada pela paralisação, registou uma operação normal até às 18:00, com todos os comboios previstos a serem realizados, avançou fonte oficial à Lusa.
A greve dos ferroviários iniciou-se às 00:00, sem serviços mínimos nem transportes alternativos. A paralisação abrange trabalhadores da CP-Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) e visa reivindicar a aplicação dos acordos assinados com o Governo e administrações das empresas.
“Esta é uma luta de todos a partir de processos distintos que estão perante o mesmo bloqueio do Governo e o que se exige é que haja negociação séria e construtiva”, lê-se num comunicado da Fectrans, a Federação de sindicatos do setor.
Em tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social (CES) foi decidido que não haveria serviços mínimos, além dos definidos por lei, ou seja, circulam até ao seu destino os comboios em marcha à hora do início da greve, os comboios socorro e os de transporte de mercadorias perigosas.
Na quarta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, manifestou, em Bragança, a disponibilidade do Governo para negociar com os ferroviários. “Isso faz muito pouco sentido, uma vez que estamos a meio de processos negociais, quer na CP, quer na IP e, em particular na IP, onde os sindicatos também decidiriam decretar esta greve, temos aliás os processos negociais bastante avançados”, afirmou o governante, à margem do anúncio do novo concurso público para a carreira da área Bragança/Vila Real/Viseu/Tires/Portimão.
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