BCE mantém juros em mínimos históricos. Estímulos acabam mesmo este ano
O Conselho de Governadores liderado por Mario Draghi reuniu-se esta quinta-feira pela última vez este ano. Em 2019, irá começar uma nova fase da política monetária europeia.
O Banco Central Europeu (BCE) manteve esta quinta-feira os juros de referência na Zona Euro inalterados, em mínimos históricos. No fim do Conselho de Governadores, a instituição liderada por Mario Draghi reafirmou ainda que os estímulos monetários terminam no fim do ano e que irá seguir-se uma política de reinvestimentos.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento continua em 0%, enquanto as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão em 0,25% e -0,40%, respetivamente.
“O Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais, pelo menos, até durante o verão de 2019 e, em qualquer caso, enquanto for necessário para assegurar a continuação da convergência sustentada da inflação no sentido de níveis abaixo, mas próximo, de 2% no médio prazo”, afirmou o banco central, em comunicado, após o Conselho de Governadores.
No que respeita às medidas de política monetária não convencionais, o Conselho do BCE continuará a efetuar aquisições líquidas de ativos a ritmo mensal de 15 mil milhões de euros até ao final de dezembro. No início do próximo ano, começará a uma nova fase para a política monetária europeu, na qual a instituição liderada por Mario Draghi continuará a comprar dívida, através do reinvestimento dos juros e montantes dos títulos que atingem as maturidades.
“O Conselho de Governadores irá reforçar a forward guidance sobre os reinvestimentos. Dessa forma, o Conselho de Governadores tenciona continuar a reinvestir, de forma completa, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do APP durante um período prolongado após o termo das aquisições líquidas de ativos e, em qualquer caso, enquanto for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um nível amplo de acomodação monetária”, acrescentou.
Mario Draghi poderá dar mais pormenores sobre a política de reinvestimentos na conferência de imprensa que se segue, às 13h30. Para já, o banco central afirmou que irá continuar a usar a chave de capital como indicador para as aquisições.
A chave de capital indica a proporção de dívida de cada país que o BCE poderá comprar consoante a parte respetiva dos Estados Membros no total da população e do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia. Esta foi revista no início do mês, sendo que o BCE terá menor margem para comprar dívida portuguesa, a partir de 2019. A partir de janeiro, o limite de dívida que o BCE pode comprar no total do programa é 1,6367%, em comparação com os atuais 1,7434%.
Portugal está assim entre os 12 países que veem o rácio cair. Neste grupo incluem-se outros países periféricos como Espanha, Itália ou Grécia. Em sentido contrário, 16 Estados-membros têm aumentos, como Alemanha ou França.
(Notícia atualizada às 12h50)
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