Lei de 1987 “esquecida” mantém fundos imobiliários isentos de IMT

  • ECO
  • 22 Setembro 2018

A geringonça acabou com o benefício fiscal que era atribuídos aos fundos imobiliários, mas esqueceu-se de revogar uma lei que está a ser usada por estes veículos para reaverem o IMT pago.

A geringonça fez mira aos benefícios fiscais dos fundos imobiliários. Acabou com a isenção do imposto municipal sobre transmissões (IMT) de que estes veículos de investimento beneficiavam, mas os montantes pagos estão a ser-lhes devolvidos pelo Estado. A culpa, diz o Expresso (acesso pago), está numa lei com três décadas, que nunca foi revogada.

Até agora, de acordo com o semanário, visto que essa lei de 1987 ficou esquecida, os fundos de investimento imobiliários já conseguiram recuperar 3,6 milhões de IMT pago. E já estão à espera de julgamento mais de uma dezena de outros processos cujo valor ultrapassa os 20 milhões.

O argumento dos fundos em tribunal é o de que o benefício fiscal que foi cortado para metade em 2013 e definitivamente revogado em 2016, já pela mão da geringonça, não se refere ao IMT pago na aquisição de imóveis, como é interpretação corrente da norma, mas antes a uma isenção concedida a quem comprasse um imóvel vendido por estes fundos. Assim, em tribunal, estão a conseguir ganhar os processos, sendo posteriormente ressarcidos.

Ao contrário dos tribunais, o Fisco não tem a interpretação no que toca à isenção do IMT. Assim, os fundos têm de o pagar. No entanto, pagam primeiro, no momento em que compram os prédios, mas depois vão pedir a restituição do imposto junto do tribunal. E a taxa de sucesso é de 100%.

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Depois do IPO, “começa o segundo capítulo” da Farfetch

  • Lusa
  • 22 Setembro 2018

José Neves cumpriu o sonho de içar a bandeira portuguesa em Wall Street. Passado o IPO, aponta a um novo capítulo de crescimento da Farfetch.

A Farfetch tornou-se na primeira empresa tecnológica portuguesa no mercado de valores mundial e içou, literalmente, a bandeira de Portugal no edifício da maior bolsa de valores do mundo, em Nova Iorque.

“Colocar a bandeira portuguesa no New York Stock Exchange (NYSE) era um dos pequenos sonhos que tínhamos e que foi realizado hoje”, disse José Neves, fundador da empresa, numa entrevista à Lusa.

O empreendedor português fez questão que a bandeira portuguesa estivesse içada neste dia em que a Farfetch se estreou no mercado de valores mundial a 27 dólares por ação e pouco depois já passava dos 30 dólares.

"Colocar a bandeira portuguesa no New York Stock Exchange (NYSE) era um dos pequenos sonhos que tínhamos e que foi realizado hoje.”

José Neves

Fundador da Farfetch

“Hoje foi um dia fantástico de celebração. Este dia é para equipa”, afirmou José Neves.

“Eu sei que todos os nossos escritórios internacionais, incluindo os escritórios de Portugal, celebraram com muita alegria. O trabalho é deles, os resultados são deles”, adiantou, agradecendo à “equipa fantástica de três mil pessoas”, das quais metade tem nacionalidade portuguesa.

Sem adiantar números nem mercados a conquistar nas próximas etapas, José Neves afirmou que, depois desta oferta inicial pública, “começa o segundo capítulo”.

“Não damos números concretos, mas vamos continuar a empregar mais pessoas e a gerar mais emprego”, garantiu.

O empresário referiu que desde a fundação da empresa, em 2007, estes 11 anos serviram para criar relacionamentos “fantásticos” com as marcas e “estabelecer a presença internacional” da Farfetch, que se encontra agora nos principais mercados de luxo.

A Farfetch é uma plataforma global no setor da moda de uma indústria que fatura mais de 300 mil milhões de dólares anuais, a indústria de luxo.

Segundo o gestor, atualmente, apenas 9% das vendas de luxo acontecem na Internet, mas o número vai mudar para 25% nos próximos dez anos, que representam 100 mil milhões de dólares (85 mil milhões de euros), um crescimento “exponencial”.

“Penso que a oportunidade para o setor de luxo ‘online’ é enorme”, considerou o empresário.

A Farfetch orgulha-se de ser o único marketplace do mercado de luxo e não ter concorrentes nesse modelo de negócio, mas admite ter de disputar a atenção do cliente, que pode comprar em diversos ‘sites’, mas que não oferecem o mesmo serviço.

Além de ser a única que não vende nada seu, o crescimento da Farfetch na primeira metade do ano de 2018 foi de 60%, o que deu a esta empresa luso-britânica mais quota de mercado.

O que se segue são “mais dez anos de crescimento, de inovação e continuar a construir uma empresa que é gerida com base num sentido de cultura e de valores muito fortes”, sustentou José Neves.

Um dos valores que a Farfetch agora assume é ser uma inspiração para outras empresas.

“Espero que este lançamento em bolsa seja uma inspiração para outros empreendedores em Portugal. As ‘startup’ portuguesas estão a ter muito sucesso”, declarou José Neves, numa alusão ao programa de aceleração de startup da Farfetch, o Dream Assembly, que dá aos empreendedores participantes conhecimentos e contactos na indústria de luxo.

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Farfetch tem estreia colossal em Nova Iorque. Dispara 40%

  • Marta Santos Silva
  • 21 Setembro 2018

A plataforma de moda de luxo fundada pelo português José Neves estreou-se em Nova Iorque de 20 dólares por ação. Mas disparou na estreia, ficando avaliada em sete mil milhões de euros.

Foi uma estreia de colossal. A Farfetch brilhou na primeira sessão na bolsa de Nova Iorque, registando uma valorização de 42,25% face aos 20 dólares que serviram de referência para a entrada no mercado de capitais. Um desempenho expressivo que catapultou ainda mais o valor da empresa fundada por José Neves.

Os investidores apostaram em força nesta plataforma digital de luxo, da área da moda, tendo a Farfetch, que se estreou em Wall Street com o código FTCH, encerrado a negociação a cotar nos 28,45 dólares por ação. Durante a sessão, e depois de terem disparado 35% no primeiro negócio, chegaram a ganhar um máximo de 53%, até aos 30,60 dólares por ação.

A empresa, que inicialmente estaria avaliada entre 15 e 17 dólares por ação, acabou por entrar em bolsa a 20 dólares. E fechou a sessão bem acima desse valor, o que atirou a capitalização bolsista para os 8.116 milhões de dólares. São quase sete mil milhões de euros, o que à escala nacional equivale a uma EDP Renováveis ou a dois BCP.

Foi um dia feliz para José Neves que, à Reuters, explicou a base do negócio criado há uma década em Guimarães. A indústria da roupa de luxo “escolhe os seus caminhos e canais com muito cuidado”, embora cada vez mais seja possível ver as vantagens de apelar, por exemplo, aos clientes millennials, “que pensam com o digital em primeiro lugar. Estes clientes estão online e não no mundo offline“.

Foi na perspetiva de conseguir conquistar um pequena parte deste mercado de milhares de milhões de dólares que muitos investidores participaram no IPO, mas outros tantos foram ao mercado comprar ações da empresa que procura facilitar a compra online de roupa de marcas de luxo. Isto mesmo sendo uma empresa que nunca teve lucros — embora as suas receitas estejam em franco crescimento.

Na bolsa de Nova Iorque, não foi um dia positivo como para a Farfetch. O principal índice de referência, S&P 500, caiu 0,05% para os 2.929,31 pontos, e o tecnológico Nasdaq caiu 0,52% para os 7.986,37 pontos. O industrial Dow Jones subiu 0,27% para os 26.727,73 pontos, mantendo a sua pontuação recordista.

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Governo suspende deslocalização do Infarmed para o Porto

  • Lusa
  • 21 Setembro 2018

A decisão "é coerente" com o que o Governo tem afirmado e foi tomada tendo em conta a vontade dos trabalhadores da instituição, afirma o ministro da Saúde.

O Governo decidiu suspender, para já, a deslocalização do Infarmed para o Porto, uma decisão que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considera que “é coerente” com o que Governo tem afirmado e que foi tomada tendo em conta a vontade dos trabalhadores da instituição.

Em resposta a críticas do CDS-PP, Adalberto Campos Fernandes disse esta sexta-feira, na comissão parlamentar de Saúde, que “há uma decisão coerente com o que foi dito na altura” em que o Governo anunciou a deslocalização da sede da Autoridade do Medicamento de Lisboa para o Porto e quando nomeou a comissão para estudar os cenários e impactos dessa deslocalização.

O ministro entende que o contexto político mudou, uma vez que foi constituída uma comissão na Assembleia da República para avaliar questões da descentralização de serviços públicos e entende que a questão do Infarmed não deve ser extraída dessa comissão, apesar de no caso da Autoridade do Medicamento se tratar de uma deslocalização.

No final da audição na comissão parlamentar de Saúde desta sexta-feira, na qual fez o anúncio sobre o Infarmed em declarações à agência Lusa, Campos Fernandes reiterou que “sempre disse” que a decisão política de deslocalizar a sede da instituição estava subordinada a linhas vermelhas, sendo uma dessas linhas a vontade dos trabalhadores do Infarmed de mudarem.

Segundo o ministro, o Ministério da Saúde terminou este mês a análise ao relatório do grupo de trabalho criado para estudar os cenários da deslocalização do Infarmed e foi com base nesse relatório, em conjunto com o “atual contexto político”, que decidiu que a questão do Infarmed iria ser analisada para a comissão criada na Assembleia da República.

Para Campos Fernandes, a análise feita pelo grupo de trabalho sobre a manifestação da vontade dos trabalhadores, que não pretendiam mudar para o Porto, constitui uma “barreira” à deslocalização do Infarmed.

É uma decisão tomada pelo ministro da Saúde tendo em conta o que resulta do relatório e tendo em conta o contexto político”, afirmou à agência Lusa.

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Isabel dos Santos nega ter processado João Lourenço

  • ECO
  • 21 Setembro 2018

A empresária garante que apenas pediu ao Estado de Angola a "avaliação jurisdicional do ato administrativo de revogação da concessão" do Porto da Barra do Dande.

A empresária angolana Isabel dos Santos nega ter processado o Presidente angolano, João Lourenço, desmentido a notícia avançada, esta sexta-feira, pelo Expresso. A empresa de Isabel dos Santos garante que, no âmbito do processo de concessão do Porto da Barra do Dande, apenas pediu ao Estado de Angola a “avaliação jurisdicional do ato administrativo de revogação da concessão”.

A informação avançada pelo Expresso dava conta de que Isabel dos Santos teria movido uma ação cível contra João Lourenço, depois de um tribunal ter anulado um contrato para a construção do Porto da Barra do Dande, que tinha sido atribuído à Atlantic Ventures, empresa da filha do antigo Presidente angolano.

Esta concessão foi atribuída sem concurso público, uma semana antes de João Lourenço ser empossado como Presidente de Angola. O novo Chefe de Estado ordenou um concurso público a 28 de junho, fazendo todo o processo regressar à estaca zero, por considerar que não houve transparência no processo e que não foi cumprida a lei dos contratos públicos.

Na sequência dessa decisão de João Lourenço, a Atlantic Ventures apelou ao Presidente para que voltasse atrás na sua decisão. Contudo, como vem agora esclarecer a própria empresa, não foi movido qualquer processo.

“Em referência à notícia veiculada nos meios de comunicação social de que a engenheira Isabel dos Santos instaurou uma ação cível contra João Lourenço, cabe esclarecer” que “a notícia não corresponde à verdade”, pode ler-se num comunicado enviado, esta tarde, às redações.

A engenheira Isabel dos Santos não moveu qualquer processo contra S. Exa. Presidente de Angola, General João Lourenço, nem contra nenhuma pessoa física, em relação à concessão do Porto da Barra do Dande”, acrescenta o comunicado.

A engenheira Isabel dos Santos não moveu qualquer processo contra S. Exa. Presidente de Angola, General João Lourenço, nem contra nenhuma pessoa física, em relação à concessão do Porto da Barra do Dande.

Atlantic Ventures

Empresa de Isabel dos Santos

E termina: “A Atlantic Ventures, na qualidade de entidade adjudicatária da mencionada concessão, solicitou um procedimento arbitral e requereu ao Estado angolano a avaliação jurisdicional do ato administrativo de revogação da concessão, nos termos previstos e permitidos pela legislação angolana”.

A própria Isabel dos Santos reitera, na sua conta de Twitter, que a informação não corresponde à verdade.

(Notícia atualizada às 19h05 com mais informação)

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Restrições ao pagamento de subvenções vitalícias aos ex-políticos são constitucionais

  • Lusa
  • 21 Setembro 2018

O TC decidiu "não declarar a inconstitucionalidade" das normas em causa e sublinhou que as sucessivas alterações que foram feitas ao regime de subvenções vitalícias foram no sentido de as restringir.

Um acórdão do Tribunal Constitucional (TC) publicado esta sexta-feira considera constitucionais as restrições colocadas em 2012 ao pagamento de subvenções vitalícias aos ex-titulares de cargos políticos com rendimentos da atividade privada.

O acórdão dá resposta a um pedido de fiscalização sucessiva apresentado em agosto do ano passado pelo anterior Provedor de Justiça, José de Faria Costa, que invocou a violação do princípio da proteção de confiança nas restrições impostas a partir de 2012 à acumulação da subvenção vitalícia com outras remunerações.

O TC decidiu “não declarar a inconstitucionalidade, com força obrigatória geral” das normas em causa e sublinhou que as sucessivas alterações que foram feitas ao longo dos anos àquele regime foram no sentido de restringir as subvenções.

José de Faria Costa argumentava no pedido que na prática o legislador submeteu o pagamento daquelas subvenções “a uma condição de recursos” que nem sequer considera os rendimentos do agregado familiar, uma alteração da “natureza” da subvenção mensal vitalícia que o então Provedor considerou inconstitucional.

No entendimento do TC, não houve alteração da natureza da prestação porque a condição de recursos se refere a outras remunerações do próprio e não do agregado familiar.

As alterações em causa, aprovadas na lei do Orçamento do Estado para 2012, estipulam que os beneficiários dessas subvenções só a podem receber por inteiro se o rendimento da atividade privada “for de valor inferior a três vezes o Indexante dos Apoios Sociais [IAS]”.

Quando a remuneração correspondente à atividade privada “for de valor superior a três IAS, a subvenção mensal vitalícia é reduzida na parte excedente a três IAS até ao limite do valor da subvenção”.

No acórdão, cujo relator foi o juiz conselheiro Gonçalo de Almeida Ribeiro, os juízes destacam que “a evolução legislativa” tem um “sinal visivelmente restritivo, que se expressou através de exigências cada vez maiores para o reconhecimento do direito à subvenção e em condições cada vez mais rigorosas para o seu recebimento efetivo”.

Nas sucessivas alterações ao regime das subvenções, o legislador “evidenciou a intenção de reduzir o seu montante, chegando ao ponto de as eliminar, como efetivamente veio a ocorrer em 2005”.

As subvenções mensais vitalícias foram extintas num diploma de 2005 que estabeleceu, no entanto, um regime transitório nos termos do qual continuaram a beneficiar dessas pensões os ex-titulares de cargos políticos com mandatos em curso à altura, com várias limitações.

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Descida do preço dos passes sociais na Área Metropolitana do Porto custa 30 milhões

A Área Metropolitana do Porto (AMP) estima que a redução do preço dos transportes públicos terá um custo de 30 milhões de euros no Orçamento de Estado. Estudo da AMP deverá ser apresentado em breve.

30 milhões de euros. É este o custo que terá que ser suportado pelo Orçamento de Estado com a redução de custos dos passes sociais na Área Metropolitana do Porto (AMP), sabe o ECO. A conclusão faz parte de um estudo de viabilidade económica elaborado pela própria AMP que prevê um custo máximo dos passes de 30 euros por mês dentro da cidade e de 40 euros na zona metropolitana.

Fontes próximas à AMP adiantam ao ECO que “o estudo será apresentado em breve”. As mesmas fontes referem ainda que é preciso algum cuidado na leitura destes valores, uma vez que apenas foi tido em conta o número atual de utilizadores e não o incremento que pode resultar desta medida.

Este valor de 30 milhões de euros é praticamente metade do estimado para Lisboa, com os números a apontarem para um custo total de 65 milhões de euros.

De resto, o Governo, através de Matos Fernandes, ministro do Ambiente, estima um impacto de 100 milhões de euros no OE. O ministro adiantou ainda que caso a medida avance será alargado a todo o país, não ficando circunscrita às AML e do AMP. O ministro respondia assim às criticas do autarca de Braga, Ricardo Rio que considerou que a medida, a avançar, teria que ser extensível a todo o país.

O tema saltou para a ribalta, depois de Fernando Medina ter anunciado em entrevista ao Expresso, que tinha apresentado uma proposta ao Governo para redução dos passes sociais, não devendo estes ultrapassar os 40 euros.

Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da AMP, questionado pelo ECO, diz não quer para já pronunciar-se sobre o tema, mas em declarações recentes à TSF garantiu que a proposta de Medina surgiu numa cimeira entre os autarcas, tendo a AMP assumido o compromisso de realizar o estudo económico para perceber se a proposta é viável, quer do ponto de vista do OE, quer do ponto de vista dos operadores privados.

Ainda no que se refere a Lisboa, Medina garantiu que a proposta já tinha sido entregue a António Costa e a Mário Centeno. “A proposta é verdadeiramente transformadora do sistema de mobilidade em Lisboa” e responde ” a um problema central do país”.

Igual entendimento parece ter o autarca do Porto. Rui Moreira defendeu, um dia depois de ser conhecida a proposta de Medina, que a intervenção do Estado é urgente para tornar a rede de transportes públicos do país mais competitiva.

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Substituição da PGR “não muda a substância do combate à corrupção”, diz Marcelo

  • Marta Santos Silva
  • 21 Setembro 2018

Para o Presidente da República, o mandato de Marques Vidal deixou "num plano qualitativo claramente superior" a influência do MP na sociedade, e será reconhecido pelo Estado.

Marcelo Rebelou de Sousa espera que Lucília Gago, a nomeada para ocupar, a partir de 12 de outubro, o lugar de Procuradora-Geral da República, siga nos passos da sua antecessora, Joana Marques Vidal. Para o Presidente da República, Marques Vidal teve um mandato que deixou “num plano superior a intervenção do Ministério Público na sociedade portuguesa”, e este trabalho será reconhecido pelo Estado português, acrescentou.

Questionado pelos jornalistas em declarações transmitidas pela SIC Notícias, o Presidente da República referiu que a “mudança no cargo da PGR não muda a substância no combate à corrupção”.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que espera que a escolha de Lucília Gago, que “tem uma carreira toda ela no sentido que se pretende, e estava e está até hoje no centro nevrálgico que é a Procuradoria-Geral da República e próxima da atual PGR”, mostre a vontade de prosseguir na mesma trajetória que seguia o Ministério Público sob a liderança de Joana Marques Vidal. “Para mim o essencial agora é garantir que a linha seguida nos últimos anos prossegue no futuro”, continuou.

O Presidente disse que aceitou a proposta feita pelo primeiro-ministro, de Lucília Gago, que terá sido a primeira escolha, com base em princípios que já tinha definido. Por um lado, pretendia que houvesse apenas um mandato, uma opinião que, diz, sustenta há 20 anos e que por isso não lhe permitia apoiar uma recondução de Joana Marques Vidal. Por outro, considerou que deveria haver a mesma orientação que aquela que mantinha a atual PGR, que considerou “boa”.

Para Marcelo, não houve falta de transparência na escolha da PGR, antes pelo contrário. “Pela primeira vez o Presidente da República explicitou as razões porque nomeou, o Governo explicitou as razões porque indicou. Eu entendo que assim deve ser”, afirmou aos jornalistas.

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“Não me revejo em pacóvios”. Martins da Cruz deixa PSD

  • ECO
  • 21 Setembro 2018

O antigo MNE diz não se rever na direção de Rui Rio nem "nas pessoas que cirandam à volta dele", tendo optado por sair do partido. A saída foi apresentada esta sexta-feira.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Durão Barroso, António Martins da Cruz, vai sair do PSD, e explicou na sua carta de demissão do partido que não se revê na atual liderança do PSD, especificamente em Rui Rio. Confrontado pelo Expresso, que teve acesso à carta, António Martins da Cruz disse: “Não me revejo em pacóvios suburbanos”.

Na sua carta de demissão, o militante, que foi assessor diplomático de Cavaco Silva, escreveu: “Não me revendo na orientação e prática política da atual liderança, e da maioria das figuras à sua volta, renuncio por este meio e a partir de hoje à condição de militante”.

Ao Expresso, assinalou que “todas” as práticas recentes do PSD levaram à sua decisão, enunciando que Rui Rio afetou o partido “nas práticas, no tom, no que diz às televisões, nas pessoas que cirandam à volta dele”. Não se revendo, optou por se demitir do PSD.

“Tenho pena do que estão” a fazer ao PSD”, declarou depois o diplomata ao Diário de Notícias. O embaixador, que apoiou Pedro Santana Lopes na campanha para as eleições diretas de janeiro deste ano no PSD, garante que não tomou uma decisão sobre se vai aderir ao Aliança, o partido que está a ser criado por Santana Lopes. “Não tomei nenhuma decisão e não tem nada a ver uma coisa com a outra”, disse.

António Martins da Cruz foi ministro dos Negócios Estrangeiros no Governo de Durão Barroso, tendo apresentado a sua demissão após suspeitas de que teria tentado facilitar a entrada da sua filha no Ensino Superior usando as suas ligações políticas. Em 2017, o diplomata foi observador internacional das eleições gerais de Angola, indicado pela Comissão Nacional Eleitoral do país. Martins da Cruz enquanto assumiu funções governativas era independente, tendo-se apenas filiado mais tarde no PSD, durante a presidência de Luís Filipe Menezes (setembro de 2007 a maio de 2008). Agora, volta a desvincular-se do partido.

(Notícia atualizada com mais declarações)

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A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

São já várias as corretoras portuguesas que disponibilizam a partir desta sexta-feira a negociação de ações da Farfetch, que entra hoje na maior praça financeira do mundo: Wall Street. O primeiro-ministro confirmou que não falou com Joana Marques Vidal para saber da sua disponibilidade para uma recondução no cargo de PGR. E revela que Lucília Gago foi a sua primeira escolha.

A Farfetch chega esta sexta-feira à maior praça financeira do mundo, depois de uma oferta pública incial (IPO, na sigla inglesa) em que foram vendidas um total 44,2 milhões de ações ao preço de 20 dólares, cada. Foi José Neves, fundador da empresa, quem protagonizou o toque do sino no dia em que arranca a negociação das ações na bolsa norte-americana. E dá também o tiro de partida à transação dos títulos por parte dos investidores nacionais.

Lucília Gago foi “primeira escolha e primeira aceitação”, garantiu esta sexta-feira o primeiro-ministro. António Costa reiterou a explicação que a melhor forma de garantir a independência da Procuradoria-Geral da República é assegurar que o mandato é único.

O PIB cresceu 1,9% em 2016 e 2,8% em 2017. Os números são novos e foram publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes valores revelam que a economia esteve melhor do que se pensava até agora e que, afinal, entre 2015 e 2016, a economia não travou. Antes pelo contrário – acelerou, ainda que ligeiramente.

Vítor Bento está convicto que se aprendeu com a crise financeira de 2008, mas o problema é que há sempre elementos novos que podem impedir as autoridades de perceberem que estão perante uma crise idêntica. E a banca nacional está preparada para um novo abalo? “Depende da da dimensão do abalo”, diz, ao ECO, o presidente da SIBS.

Isabel dos Santos moveu uma ação cível contra João Lourenço, depois de o tribunal ter anulado um contrato para a construção do Porto da Barra do Dande, que tinha sido atribuído a uma empresa da filha do ex-Presidente, avança o Expresso.

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Algarve vai passar a cobrar taxa turística. PS e Bloco negoceiam aumento em Lisboa

A partir do próximo ano, nos meses de março a outubro, os hóspedes de estabelecimentos hoteleiros no Algarve terão de pagar 1,5 euros por dia. Em Lisboa, a taxa poderá duplicar para 2 euros.

O Algarve vai passar a cobrar uma taxa turística aos hóspedes. Durante os meses de março a outubro, os turistas vão passar a pagar 1,5 euros por dia, até um máximo de sete dias consecutivos, segundo avançou, esta sexta-feira, a TSF. Em Lisboa, PS e Bloco de Esquerda têm estado a negociar, durante este verão, para duplicar o valor da taxa turística para os 2 euros.

Segundo a TSF, a taxa turística do Algarve, que deverá entrar em vigor já em março do próximo ano, deverá render aos municípios algarvios 20 milhões de euros por ano, calcula a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve. Estas receitas serão utilizadas em projetos supramunicipais na área da promoção turística, na reabilitação do património e na intervenção da cultura.

O documento que vem definir as regras da nova taxa, discutido em reunião da AMAL, foi aprovado por maioria, com apenas um voto contra da Câmara de Silves. A taxa passará a ser aplicada em estadias que se realizem em estabelecimentos hoteleiros entre março e outubro, ficando isentas as crianças até aos 12 anos. A cobrança será feita pelo estabelecimento turístico, sendo o valor depois transferido para cada município.

“A introdução da taxa turística visa, de alguma forma, fazer com que o turista pague uma parte dos custos que os municípios suportam com e durante a sua estadia“, disse Jorge Botelho, presidente da AMAL, citado pelo Sul Informação.

Bloco força aumento da taxa em Lisboa

No acordo assinado entre o Bloco de Esquerda e o PS para a Câmara Municipal de Lisboa, já está prevista a revisão da taxa turística cobrada na capital, atualmente de 1 euro por noite, até ao início de 2019. O executivo de Fernando Medina tem vindo, contudo, a adiar aumentar esta taxa. Agora, o Bloco aumenta a pressão para que o valor seja revisto para os 2 euros por noite.

O vereador do Bloco de Esquerda Manuel Grilo afirma que a taxa deve ser aumentada para “garantir investimento em higiene urbana e transportes públicos na cidade”. Na sua conta de Twitter, o vereador reforça ainda que as receitas da taxa turística devem “reverter na sua totalidade para as zonas de maior pressão turística na cidade”.

Desde o começo do novo mandato de Fernando Medina que as negociações sobre esta matéria foram sendo adiadas, mas, antes do início deste verão, foram retomadas entre socialistas e bloquistas.

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Retalho leva Lisboa a contrariar Europa. Stoxx 50 sobe há dez sessões

O aliviar das tensões das trocas comerciais elevaram a Europa para o verde mas Lisboa não acompanhou. O retalho pesou na bolsa, particularmente a Sonae.

A bolsa portuguesa terminou a última sessão da semana no vermelho, a contrariar a tendência europeia. O retalho pesou em Lisboa, particularmente a Sonae. Papeleiras e o BCP também contribuíram para a queda.

O principal índice português, PSI-20, abriu a sessão no verde mas não resistiu. Fechou a cair 0,24% para os 5.345,85 pontos. Das 18 cotadas, 11 terminaram a descer e sete valorizaram.

As perdas das empresas Sonae travaram a bolsa lisboeta. A Sonae derrapou 3,80% para os 89,90 cêntimos, seguindo a tendência da sessão anterior, enquanto a Sonae Capital deslizou 3,53% para os 76,60 cêntimos.

O banco liderado por Miguel Maya registou perdas de 1,06%, para os 25,10 cêntimos. No setor do papel, a Semapa caiu 2,17% para os 17,1 euros, a Navigator perdeu 1,33% para os 4,31 euros, e a Altri fechou a desvalorizar 0,73%. A Pharol continuou as perdas e caiu 4,03%, e a Ibersol derrapou 3,96% para os 9,22 euros.

No verde destaque para as energéticas. A EDP Renováveis, que vai começar a produzir energia solar no Brasil, somou 1,69% para os 8,72 euros, e a EDP 0,03%. A petrolífera Galp Energia valorizou 0,46% para os 16,42 euros, e a REN subiu 0,08%.

Contrariamente ao comportamento da bolsa nacional, a generalidade das praças europeias terminou no verde, com as tentativas de acordo entre os EUA e a China a aliviar dos receios em torno da guerra comercial.

O índice europeu que reúne as 50 maiores cotadas da região fechou a subir pela décima sessão consecutiva, algo que não acontecia desde 1997, de acordo com a Reuters. O Stoxx 50 somou 0,73%, enquanto o Stoxx 600 fechou a subir 0,37%.

Também as bolsas norte-americanas registaram recordes dos índices quando abriu a sessão. Dois dos principais índices atingiram máximos históricos de abertura, o S&P 500 e o industrial Dow Jones. Isto numa sessão marcada pela estreia da Farfetch que disparou na primeira sessão em Wall Street.

(Notícia atualizada às 17h03)

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