China e EUA voltam às negociações sobre a guerra comercial a 30 e 31 de janeiro
Os dois países vão voltar a estar frente-a-frente a 30 e 31 de janeiro para tentar pôr fim à guerra comercial. Washington teme perder domínio industrial face a uma China em ascensão.
A próxima ronda de negociações para pôr fim à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos realiza-se em Washington, entre os dias 30 e 31 de janeiro, informou esta quarta-feira o South China Morning Post.
O jornal de Hong Kong, que cita fontes anónimas, escreve que a delegação chinesa será liderada por Liu He, o vice-primeiro-ministro chinês encarregado dos assuntos económicos.
Liu vai reunir-se com o Representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, detalha o jornal.
Tratou-se do primeiro frente-a-frente desde que, no início de dezembro, os Presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping, respetivamente, concordaram uma trégua de 90 dias, para encontrar uma solução para as disputas comerciais que ameaçam a economia mundial.
Os dois países aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
Trump exigiu que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.
Mas o Partido Comunista Chinês está relutante em abdicar dos seus planos, que considera cruciais para elevar o estatuto global do país.
E apesar de Trump ter escrito na rede social Twitter que a primeira ronda de diálogos “correu bem”, as duas partes não abordaram ainda as divergências fundamentais, limitando-se a abordar a promessa da China de comprar uma “quantidade substancial” de produtos agrícolas, energia, bens manufaturados e outros produtos e serviços dos EUA.
Mas Washington quer também “mudanças estruturais” na política chinesa para o setor tecnológico, mais acesso ao mercado ou melhor proteção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de firmas norte-americanas.
Desde que os líderes dois países concordaram com o período de trégua, a China reduziu as taxas alfandegárias sobre veículos importados dos EUA, retomou a compra de soja norte-americana e apresentou um projeto de lei para proibir a transferência forçada de tecnologia.
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