PSA. Desvalorização de carros “diesel” cria “incerteza e alarme”
A PSA considerou que as recentes declarações do ministro do Ambiente sobre a desvalorização na troca futura de carros a gasóleo criam “incerteza, alarme e confusão entre os clientes"
O fabricante automóvel PSA considerou esta terça-feira que as recentes declarações do ministro do Ambiente sobre a desvalorização na troca futura de carros a gasóleo criam “incerteza, alarme e confusão entre os clientes”.
“As recentes declarações feitas em Portugal sobre o futuro próximo dos veículos a diesel criam incerteza, alarme e confusão entre os clientes. Elas não correspondem aos regulamentos da União Europeia, que visam reduzir as emissões dos veículos a diesel destinados ao mercado europeu”, segundo uma posição do Grupo PSA enviada à agência Lusa.
O grupo que inclui a Peugeot, Citroen, DS e Opel/Vauxhall notou que “não distinguir as gerações atuais de motores diesel e gasolina dos das gerações anteriores significa não ter em conta o problema real das emissões no setor automóvel, que é a idade do parque automóvel em Portugal, que continua a crescer (quase 13 anos em média)”.
As recentes declarações feitas em Portugal sobre o futuro próximo dos veículos a diesel criam incerteza, alarme e confusão entre os clientes. Elas não correspondem aos regulamentos da União Europeia, que visam reduzir as emissões dos veículos a diesel destinados ao mercado europeu
“Além disso, estão a chegar aos centros de abate automóveis em fim de vida carros com mais de 20 anos”, referiu a empresa, que defendeu que a transição energética e a descarbonização devem basear-se numa neutralidade tecnológica em termos de emissões.
“E não discriminar a última geração de veículos a diesel ou a gasolina, que são necessários para o cumprimento dos objetivos de CO2 definidos pela Comissão Europeia”, segundo o mesmo texto.
Fonte oficial do grupo adiantou à Lusa que questionou a fundamentação das afirmações sobre o diesel ser mais poluente, tendo em “conta o ciclo de produção”, assim como quais as respostas que a transição energética está a dar quanto a assimetrias do país, nomeadamente entre meios urbanos e rurais.
O fabricante garantiu que propõe “todas as alternativas de tecnologia que sejam relevantes e eficientes para os clientes”, incluindo na área das emissões, mas que cabe ao cliente decidir.
A mesma fonte lembrou que a indústria automóvel contribui decisivamente para as exportações e receitas fiscais e recordou as dificuldades tecnológicas para alterar o tipo de motor dos veículos comerciais, que Portugal produz e exporta.
Em entrevista publicada na edição de segunda-feira do Jornal de Negócios, o ministro João Pedro Matos Fernandes afirmou ser “muito evidente que quem comprar um carro ‘diesel’ muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”.
Várias associações do setor já criticaram as palavras do governante, que foram, porém, bem recebidas pelos ambientalistas da Zero.
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