No campeonato dos dividendos, Portugal é bi-campeão europeu
Pelo segundo ano consecutivo, Portugal é o país da Europa em que as empresas distribuem os melhores dividendos. Em média, o dividend yield é de 5,36%. A nível mundial, melhor só a Rússia.
Na hora de remunerar os acionistas, Portugal consegue bater os feitos alcançados dentro de “quatro linhas” pela seleção de futebol. Portugal é bi-campeão do campeonato europeu dos dividendos. Pelo segundo ano consecutivo, a Allianz Global Investors põe as empresas portuguesas no pódio dos melhores dividendos da Europa. A nível mundial subiu um lugar, ficando apenas atrás da Rússia na remuneração dos acionistas.
As cotadas portuguesas apresentam, em média, um dividend yield de 5,36%. Este rácio compara quanto a empresa vai pagar no seu dividendo com o preço da ação, dividindo o dividendo pela cotação da ação. Quanto mais elevada for esta taxa, mais atrativo é o dividendo.
Esta percentagem é a mais elevada dos últimos três anos (4,4% em 2017 e 4,5% em 2018), estando ainda bastante acima da média do Velho Continente. “As empresas europeias são especialmente ‘amigas do pagamento (de dividendos)’ pelos padrões internacionais. No final de 2018, e nos 45 anos desde 1973, o rendimento de dividendos das ações europeias era em média de 3,8% em todo o mercado” dá nota a Allianz, salientando que este valor compara com os 3,2% na América do Norte e os 2% na Ásia-Pacífico .
Ranking mundial dos dividendos
Dentro do espaço europeu, Portugal é seguido pelo Reino Unido (4,97%), Itália (4,79%) e Espanha (4,65%). Um dividend yield mais atrativo do que o do mercado nacional só aquele que é apresentado pelas cotadas russas, em torno dos 6%.
A nível europeu, a Allianz antecipa que este ano sejam distribuídos 350 mil milhões de euros em dividendos, montante que corresponde a um incremento face ao verificado nos últimos anos. Comparativamente à remuneração distribuída em 2018, são esperados mais cerca de 16 mil milhões de euros (um aumento de 4,8%).
Um crescimento que a Allianz considera ser positivo para a estabilidade dos investidores perante o quadro político atual. “No meio de um cenário político incerto, os dividendos parecem continuar a ser um importante fator de estabilidade para os investidores em 2019”, diz a Allianz, lembrando ainda que nos últimos 45 anos os dividendos representaram cerca de 41% do rendimento total das ações europeias.
A gestora de ativos salienta que as empresas que oferecem dividendos mais atrativos também apresentam menor nível de volatilidade nas suas ações. “As ações com elevados dividendos parecem evoluir de uma forma muito menos volátil do que as de empresas com pagamentos de dividendos mais baixos” refere a Allianz.
“Os pagamentos de dividendos atuam com um airbag na carteira de um investidor, que pode ser particularmente vantajoso em especial na perspetiva de uma situação de mercado menos favorável. Os dividendos estabilizam a carteira pois mitigam as adversidades no preço e geram rendimentos previsíveis”, diz Hans-Jörg Naumer, diretor de análise de mercado de capitais e co-autor do estudo, salientando assim a vantagem em apostar em títulos que distribuem dividendos mais elevados.
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