Paulo Macedo: “Interesse da CGD é clarificar e deixar para trás esta mancha de suspeição”
Paulo Macedo garantiu no Parlamento que a CGD vai entregar o relatório da auditoria da EY na íntegra assim que o Presidente da República promulgar a lei dos grandes devedores bancários.
Paulo Macedo considera que as notícias em torno do relatório da auditoria da EY aos atos de gestão na Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015 mancham a reputação e prejudicam o negócio do banco público. Disse que o interesse da instituição é de deixar tudo claro em relação ao assunto e de limpar a “mancha de suspeição” dos últimos dias.
“O interesse da instituição é de clarificar as coisas e de deixar esta mancha de suspeição dia-a-dia. Mas também há um dano nos colaboradores da Caixa e no seu negócio”, disse o presidente da CGD no Parlamento, após entregar em mão a Teresa Leal Coelho, presidente da Comissão do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) a versão final do relatório da auditoria com informação “truncada” para salvaguardar o sigilo bancário e profissional da instituição.
“Todos os dias, quando vou falar com clientes, os clientes o que me falam não é do negócio, não é do empréstimo, não é do seu património, não é da confiança, não é da segurança, isso afeta claramente a Caixa e a motivação dos seus colaboradores. Num banco que está a recuperar de seis anos de prejuízos obviamente que não é indiferente”, declarou ainda.
"O interesse da instituição é de clarificar as coisas e de deixar esta mancha de suspeição dia-a-dia. Mas também há um dano nos colaboradores da Caixa e no seu negócio.”
Para lá do interesse da instituição, Macedo diz que também está em cima da mesa o interesse público. E aí garantiu que vai submeter o relatório completo ao Parlamento assim que o Presidente da República promulgar a lei dos grandes devedores em incumprimento com os bancos que foram ajudados pelo Estado.
“Se a lei for nesse sentido, a Caixa vai cumprir exatamente o que a lei disser”, assegurou Paulo Macedo.
O Presidente da República já disse que vai promulgar a lei que permite ao Parlamento ter acesso à lista dos grandes devedores da banca que obteve ajuda pública desde 2007, algo que pode acontecer nos próximos dias dado que Marcelo Rebelo de Sousa referiu que acompanhou o processo legislativo com atenção. O diploma sobre acesso a informação bancária deverá ser remetido a Belém na terça-feira.
“Totalmente contra achar-se que todos que passaram na CGD são culpados”
Na mesma intervenção, o presidente do banco disse estar “totalmente contra achar-se que todas as pessoas que passaram pela Caixa são culpadas na praça pública”.
“De certeza que haverá más práticas, designadamente quando as vemos à luz de hoje. Haverá também erros em termos absolutos. Agora, tentar que qualquer pessoa que tenha passado pela Caixa sem que seja automaticamente culpada, tenha um cadastro, isso não é aceitável“, argumentou. “Tem de se apurar e de se fazer uma grande diferenciação sobre uma coisa e outra”, frisou de seguida.
Paulo Macedo também garantiu que a atual situação na CGD está totalmente escrutinada ao nível do que é a sua política de concessão de crédito. “O sistema está muitíssimo mais forte e com regras de governance totalmente distintas do que era prática ainda há quatro anos”, declarou.
“A Caixa e o seu crédito já foram escrutinados por todas as entidades possíveis e imaginárias, designadamente três auditores diferentes, além de todos os exercícios transversais à banca, além de vários nomes ter surgido desde 2011 em artigos de jornal e livros”, disse ainda.
(Notícia atualizada às 15h58)
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