Enfermeiros já admitem possibilidade de prolongar greve até eleições de outubro
A Associação Portuguesa dos Enfermeiros diz que o objetivo dos protestos é forçar a negociação com o Governo. Contudo, prolongar a greve até às eleições legislativas é uma hipótese "em cima da mesa".
Este domingo é o quinto dia de greve cirúrgica dos enfermeiros e as posições estão cada vez mais extremadas. O Governo diz que vai usar todos os meios legais para travar a paralisação, que o primeiro-ministro classificou como “selvagem” e “absolutamente ilegal”. Já os enfermeiros admitem a possibilidade de prolongar o protesto até às eleições legislativas de outubro, avança o Diário de Notícias (acesso pago).
Lúcia Leite, presidente da Associação Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) — uma das estruturas sindicais que convocaram a greve às cirurgias programadas –, diz que “o assunto [possibilidade de prolongar a paralisação até outubro] está em cima da mesa”.
Contudo, a dirigente sindical reforça que o objetivo sempre foi, e continua a ser, negociar com o Governo. “Se a greve tem como objetivo obrigar o Governo a negociar com os enfermeiros, o que estamos a prever é que ao fim destes dias de greve sejam precisos mais para que o Governo se decida a negociar”, explica.
O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), também responsável por convocar a greve, diz que “está disposto a continuar a luta”, mas não admite a hipótese de prolongar a paralisação até às legislativas. Para o presidente desta estrutura sindical, Carlos Ramalho, “a greve vai prolongar-se até 28 de fevereiro, depois voltaremos a avaliar a situação e tudo vai depender da disponibilidade do ministério para dialogar e negociar de forma justa”.
Os enfermeiros avançaram para aquela que já é a segunda greve nos blocos operatórios depois de, na passada quarta-feira, os sindicatos e o Ministério da Saúde não terem chegado a um acordo. Durante as negociações não houve consenso sobre o aumento do salário-base, de 1.200 euros para 1.623,42 euros em início de carreira, nem sobre a antecipação da idade de reforma para os 57 anos com 35 de serviço ou o descongelamento das progressões para todos os enfermeiros.
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