Mais idosos, menos imigrantes e menos pessoas empregadas. É o retrato da UE sem o Reino Unido
Sem o Reino Unido, a União Europeia ficaria, por um lado, mais envelhecida e, por outro lado, com uma taxa de emprego mais baixa. O saldo migratório também reduziria a pique. Os dados são da Pordata.
Depois de duas reprovações consecutivas (primeiro os deputados britânicos chumbaram o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia e, no dia a seguir, rejeitaram uma saída sem acordo), o caos político britânico ainda mais se acentuou. Esta quinta-feira há nova votação, na qual os deputados britânicos vão decidir a extensão do Artigo 50.º, que determina o adiamento do prazo para a realização do Brexit, previsto já para o dia 29 de março.
Perante todos os cenários possíveis, nos quais até se põe em causa a realização do Brexit, afinal qual é o impacto que a saída do Reino Unido tem na União Europeia (UE)? De acordo com a Pordata, a base de dados da Fundação Manuel dos Santos, a UE ficaria, por um lado, mais envelhecida e, por outro lado, com uma taxa de emprego mais baixa. O saldo migratório também reduziria a significativamente.
Mas vamos por partes. No que toca aos dados mais relacionados com a população — no fundo, os que deixam a União Europeia numa situação mais debilitada — o conjunto de indicadores da Pordata relembra que, a concretizar-se o Brexit, a UE deixa de poder contar com aquele que é o terceiro país mais populoso e o oitavo com maior dimensão da União Europeia.
Além disso, o Reino Unido é um dos países menos envelhecidos da União Europeia, o que significa que o índice de envelhecimento do conjunto dos 27 Estados-membros aumentaria de imediato. Se, com o Reino Unido, a UE tem 126 idosos por cada 100 jovens, sem o Reino Unido, passaria a ter 130 idosos por cada 100 jovens.
Já o saldo natural da UE, que resulta da diferença entre o número de nascimentos e o número de mortes, também sairia penalizado, bem como o saldo migratório, uma vez que o Reino Unido tem o segundo maior saldo migratório da União Europeia.
No que toca ao emprego, o retrato que conhecemos hoje da União Europeia também sofreria grandes mudanças, sobretudo se pensar que o Reino Unido é o terceiro país da UE com a taxa de emprego mais elevada. Significa isto que, sem o Reino Unido, a nova União Europeia ficará com menos 33 milhões de ativos.
Logicamente que a taxa de desemprego da UE também diminuiria, ainda assim essa redução não seria tão expressiva quanto a que se sentiria na taxa de emprego. Sem O Reino na União Europeia, haveria menos 1,5 milhões de desempregados e menos 32 milhões de empregados.
O ECO agrupou os principais números e mostra-os agora neste vídeo. Entenda o retrato da nova União Europeia:
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