“O sistema bancário é europeu em vida e nacional na morte”, diz Elisa Ferreira
Elisa Ferreira diz ser necessário que a União Europeia (UE) resolva o facto de um banco ser supervisionado a nível europeu e, depois, a fatura ir parar aos contribuintes do país onde opera.
A vice-governadora do Banco de Portugal (BdP) considera que se está a demorar demasiado tempo a completar a União Bancária. Além disso, Elisa Ferreira diz ser necessário que a União Europeia (UE) resolva o facto de um banco ser supervisionado a nível europeu e, depois, a fatura ir parar aos contribuintes do país onde opera.
“O sistema bancário é europeu em vida e nacional na morte”, afirmou a vice-governadora do BdP, durante a sua intervenção na conferência “Para onde vai a Europa?”, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Elisa Ferreira referiu, ainda, a necessidade de a União Europeia se debruçar sobre alguns aspetos da União Bancária que podem, a seu ver, criar riscos no sistema financeiro. “É preciso ir aos detalhes para ver o que funciona e o que não funciona nas atuais regras de supervisão e resolução de bancos europeus”, referiu.
Ter decisões de resolução europeias com custos para os contribuintes dos países de origem dos bancos alvo da medida de resolução “não faz sentido”, disse Elisa Ferreira, defendendo um acelerar da União Bancária.
A União Bancária é composta por três pilares. O primeiro é o Mecanismo Único de Supervisão, que já está a operacional, a cargo do Banco Central Europeu (BCE), que supervisiona diretamente os principais bancos europeus, caso dos bancos portugueses Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novo Banco.
O segundo pilar é o Mecanismo único de Resolução cuja função será resolver e reestruturar os bancos em risco de bancarrota e, por último, o Fundo de Garantia de Depósitos comum, o pilar onde o processo está mais atrasado, uma vez que vários países estão a levar entradas à sua concretização.
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