Da Heinz ao McDonald’s. Estes portugueses comandam as maiores empresas do mundo
São portugueses e dão cartas lá fora. Horta Osório, Carlos Tavares e António Simões são os nomes que tomam conta das maiores empresas do mundo.
Seja nas cervejas ou na maionese, na área financeira ou na indústria automóvel, os portugueses estão, cada vez mais, a dar cartas lá fora. Ocupam cargos de topo em algumas das maiores empresas mundiais, como a Guinness ou a Kraft Heinz, o banco Lloyds ou o grupo PSA.
António Horta Osório, Carlos Tavares e António Simões são alguns dos portugueses que, graças à sua liderança, são conhecidos a milhares de quilómetros de Portugal.
Tanto cerveja, como hambúrgueres ou molhos
A indústria alimentar internacional já conta com vários nomes de portugueses no topo. Esta segunda-feira foi noticiado que mais um português vai “tomar conta” de uma grande empresa mundial. Desta vez, é Miguel Patrício que vai ocupar o cargo de CEO do grupo Kraft Heinz, uma das maiores empresas mundiais no setor da alimentação.
O gestor nasceu em Portugal, mas estava há vários anos no Brasil, onde adquiriu a sua formação académica e profissional. Há cerca de duas décadas na InBev, uma gigante das cervejas, Miguel Patrício era, desde 2012, o responsável máximo pelo marketing de todo o grupo, que junta marcas como a Budweiser, a Corona Extra ou a Beck’s. Agora, o executivo vai saltar para o grupo bem conhecido pelas suas embalagens de molhos.
Também na McDonald’s há um português a ocupar um lugar de topo. Jorge Ferraz assume a direção das operações da gigante cadeia de hambúrgueres, sendo responsável pelas operações de mais de 700 restaurantes dos estados de Nova Iorque, Nova Jersey e Pensilvânia.
Passando para o setor cervejeiro, outro português acumula mais de 14 anos de experiência, tendo mesmo sido considerado um dos 50 chief marketing officer mais influentes dos Estados Unidos. Nuno Teles começou na Scottish & Newcastle, seguiu para a Heineken — onde foi chief marketing officer — e é, atualmente, presidente da Diageo Beer Company, subsidiária norte-americana do grupo internacional de bebidas que detém marcas como a Guinness, Bacardi, J&B, Johnnie Walker ou Smirnoff.
Do Lloyds ao HSBC. Os portugueses espalhados pela banca
Do setor alimentar para o financeiro, é impossível não falar de António Horta Osório, que junta no seu currículo cargos em grandes empresas como Citibank, Goldman Sachs ou Grupo Santander. Por agora, o português ocupa o cargo de presidente executivo do Lloyds.
Ainda este mês, a revista Fortune (acesso livre, conteúdo em inglês) decidiu incluir na sua lista dos 50 grandes líderes mundiais, que “estão a transformar o mundo e a inspirar outros a fazerem o mesmo”, António Horta Osório. Uma das características que a revista norte-americana destacou para justificar a escolha do empresário português foi o facto de este ter assumido publicamente as dificuldades por que passou na luta contra um esgotamento.
Segundo a publicação, esta atitude “ajudou a pôr fim a um estigma numa área [a financeira] que é conhecida por levar as pessoas a atingirem o limite”. E, graças a ela, o Lloyds passou a possibilitar aos seus colaboradores seniores um conjunto de ferramentas de mindfulness e análise psicológica. Tudo para que consigam equilibrar melhor os níveis de ansiedade.
Ainda no setor da banca, é preciso destacar, também, António Simões, que assumiu no início deste ano a liderança do negócio de banca privada global do britânico HSBC, substituindo Peter Boyles. Mas Simões já conhecia bem a casa nova. Anteriormente foi presidente executivo do banco HSBC, assumindo a liderança do grupo na Europa.
“Temos em António um indivíduo que consistentemente demonstra pensamento estratégico e a capacidade para fortalecer as relações com os clientes”, disse, na altura, o presidente executivo do grupo, John Flint, citado no comunicado do HSBC.
Temos em António [Simões] um indivíduo que consistentemente demonstra pensamento estratégico e a capacidade para fortalecer as relações com os clientes.
Já Manuel Durão Barroso dá cartas como presidente não executivo do conselho de administração do Goldman Sachs International. Recorde-se que o ex-primeiro-ministro português ocupou o cargo de presidente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014. Quanto ao seu percurso académico, Durão Barroso é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e obteve o grau de mestre em Ciências Económicas e Sociais, pelo Instituto Europeu da Universidade de Genebra.
Para os mercados do Médio Oriente, África e Portugal, Miguel Melo Azevedo é o responsável pela unidade de banca de investimento do Citigroup, banco para o qual entrou em 2010. Licenciado em Economia pela NOVA SBE, e com um MBA em Finanças, Miguel Azevedo já passou pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA) e, também, pelo Goldman Sachs.
Nos automóveis, no combustível e nas telecomunicações
O grupo PSA tem um rosto e é de um português: Carlos Tavares, CEO do grupo automóvel francês. O seu nome é frequentemente apontado como sinónimo de sucesso, uma vez que, desde que chegou à PSA, o gestor português tornou a deficitária empresa gaulesa num construtor automóvel de sucesso, com as vendas a disparar.
Já na Repsol, é António Calçada de Sá quem dá cartas. O português ocupa o cargo de diretor executivo no grupo Repsol e administrador delegado da Repsol Comercial desde o início de 2014, conduzindo um negócio global de 25 mil milhões de euros, uma organização de 8.000 pessoas e 4.000 estações de serviço presentes em quatro países (Espanha, Portugal, Itália e Perú).
Seguindo para o mundo das telecomunicações, também o CEO da Vodafone Espanha é português. Chama-se António Coimbra e assumiu o cargo no dia 1 de janeiro deste ano, passando a acumular a função de presidente com a de administrador-delegado, cargo que já ocupava. O português entrou em cena como protagonista após a saída do ex-presidente da divisão espanhola do gigante de telecomunicações, Francisco Román.
Mas também na área académica há portugueses que dão nas vistas lá fora. É o caso do investigador Ricardo Reis, que é professor no departamento de economia da London School Economics. No seu currículo constam experiências como professor auxiliar na Universidade de Princeton, em Nova Jérsia, e professor catedrático na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, sendo um dos mais novos a alcançar este grau na história da universidade, “saltando” mais de dez anos no que é o percurso normal de um professor universitário nos Estados Unidos.
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