António Comprido diz que “gasóleo não será erradicado” nos próximos anos
Desvalorizando as palavras do ministro do Ambiente, o secretário-geral da APETRO defende que o gasóleo "não será erradicado" nos próximo anos. Até porque isso "seria um erro", diz Comprido.
Os carros a diesel vão ou não perder o valor de troca nos próximos quatro anos? O ministro do Ambiente disse que sim, mas o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) desvaloriza essas palavras. Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, António Comprido assegura o gasóleo “não vai ser erradicado” nos próximos anos e atira: “Eu posso perguntar se quem comprar um carro elétrico hoje o conseguirá vender daqui a cinco anos e por quanto”.
Foi em janeiro que Matos Fernandes defendeu que, na próxima década, não fará sentido comprar automóveis a gasóleo, porque “serão muito próximos os valores de aquisição de um carro elétrico e, se for carregado em casa, o preço do quilómetro fica a 15%”.
Em reação, António Comprido pede uma visão mais ampla ao Executivo e garante que o gasóleo “não será erradicado” nos próximos anos, até porque tal “seria um erro”. “O ministro do Ambiente e da Transição Energética (MATE) tem de ter uma visão de 360 graus da economia”, afirma o responsável da APETRO e acrescenta: “Não é previsível sequer que nos próximos anos se consiga erradicar o gasóleo – até porque seria um erro”.
António Comprido sublinha que “o problema da desvalorização” tecnológica não “é exclusivo do diesel”. “Acontece em todos os setores e em todos os modos de transporte”, frisa e refere que, em termos de impacto ambiental, a produção de automóveis elétricos é muito custosa. “A construção de baterias é muito mais intensa do ponto de vista energético e de emissões do que os motores de combustão”, remata.
Recorde-se ainda que também a Associação Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) também já tinha discordado das palavras do ministro, dizendo que há “qualquer correspondência com a realidade” e lamentando a falta de ponderação do governante pelo impacto que as suas palavras têm na “atividade das empresas do setor automóvel”.
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