Rangel critica Pedro Marques e diz que socialista tem “direito à irritação”
O cabeça de lista social-democrata diz-se satisfeito com a sua campanha, que considera "dinâmico". Sobre o adversário do PS, diz que tem "o direito à irritação".
O cabeça de lista social-democrata às europeias, Paulo Rangel, sustentou esta segunda-feira que a campanha do PSD “está picadinha” e “dinâmica” e reiterou que o adversário socialista preferiu “espaços fechados” e tem agora “o direito à irritação”.
No primeiro dia oficial da campanha eleitoral às europeias, Paulo Rangel dedicou o dia ao tema da defesa do ambiente e do combate às alterações climáticas, manifestando-se satisfeito com a “dinâmica” da sua campanha e criticando o adversário do PS. “Eu diria que nós estamos de facto numa campanha picadinha, já está lançada” e “francamente dinâmica”, afirmou Paulo Rangel, questionado sobre se a sua campanha está “flat”, termo usado por um dos surfistas com quem conversou à chegada à praia da Cortegaça, em Ovar.
Para Paulo Rangel, “as pessoas estão a começar a despertar para as eleições europeias”, que se realizam a 26 de maio. O candidato esteve na praia da Cortegaça, Ovar, que enfrenta a erosão do areal e regista um recuo da linha costeira, requerendo intervenções profundas para travar o avanço do mar e manter as características marítimas que têm permitido o desenvolvimento do turismo, especialmente de surfistas que se instalaram na região.
Questionado sobre as declarações do seu adversário do PS, Pedro Marques, que o acusou de falta de “empatia” na campanha, Paulo Rangel respondeu que “todo o ser humano tem direito à irritação e Pedro Marques também”. “É evidente que o PS decidiu fazer uma campanha que não está na rua, é uma campanha de espaços fechados, são opções. Agora o que não pode ter é chuva no nabal e sol na eira”, considerou.
O cabeça de lista do PS, Pedro Marques, negou esta segunda-feira que esteja a “fugir à rua”, como tinha afirmado no dia anterior Paulo Rangel, e acusou o seu adversário social-democrata de “ter um problema com a verdade” e de “falta de empatia”.
Paulo Rangel e a segunda candidata na lista, Lídia Pereira, caminharam na areia até a um dos molhes para observar a erosão do local e ouvir da parte do presidente da câmara, Salvador Malheiro, o projeto que a autarquia espera que possa avançar. “Há um problema muito sério com a erosão costeira na faixa que vai de Espinho a Ovar e até Vagos, onde tem havido um recuo enorme das praias e em alguns casos põe em causa a linha de costa”, sublinhou Rangel.
“Tem havido uma recusa sistemática em lidar com o problema, há formas de colocar areia em quantidades de forma significativa, mas depois para a conservar seria preciso termos aqui a construção de quebra-mares paralelos (à linha de costa) que tem de ser feita com muito cuidado”, disse.
Segundo Salvador Malheiro, a autarquia aguarda uma resposta por parte do Ministério do Ambiente para avançar com o projeto para o qual a câmara se disponibiliza a comparticipar com metade dos 15% do financiamento que faltam, “apesar de não ser da sua competência legal”.
No primeiro dia oficial de campanha, e no segundo dia com ações de rua sob altas temperaturas, Rangel contactou ainda com surfistas que se instalaram nos últimos anos em Ovar e “mudaram a economia local”, constituindo um novo “nicho absolutamente colossal” da “economia azul” que “mudou a vida” do comércio e da vida local.
Antes, Paulo Rangel visitou a BioRia, em Estarreja, centro de interpretação ambiental do Baixo Vouga, financiada por fundos comunitários e dedicada ao estudo e monitorização dos habitats naturais de aves marinhas e outra fauna local, que recebe todos os anos milhares de turistas para observação de aves e para percursos na natureza a pé ou de bicicleta, que também experimentou.
“Faz parte das prioridades do PSD o combate às alterações climáticas, com a redução das emissões de carbono em particular. Estou de acordo que a agenda de Paris já se manifesta insuficiente”, admitiu, frisando que “apesar de tudo a Europa continua a comandar esta agenda”.
“Os dados que a ONU veio trazer apontam para que as nossas metas mais ambiciosas são apesar de tudo insatisfatórias para a evolução que está a ocorrer”, disse, após questionado sobre os alertas do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que advertiu que o combate político às alterações climáticas está a enfraquecer.
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