Os espaços de coworking não são só dos jovens. Aqui todos os membros têm pelo menos 60 anos
No Senior Planet Exploration Center, os profissionais têm de ter, pelo menos, 60 anos, além de uma menta aberta e vontade de produzir.
Quando se pensa em espaços de coworking, é normal que os primeiros pensamentos girem à volta de um ambiente animado, jovem e onde nascem projetos inovadores e disruptores, o que não está totalmente longe da realidade. Ainda assim, nem todos os espaço de coworking acomodam, necessariamente, jovens adultos. É o caso do Senior Planet Exploration Center, onde os profissionais têm, no mínimo, 60 anos.
Localizado no bairro de Chelsea, em Nova Iorque, este espaço, além de funcionar como coworking, oferece também aulas para os membros — pessoas de 60 anos ou mais — aprimorarem as suas habilidades de negócio. De acordo com a Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês), há workshops para ensinar a utilizar iPads ou a navegar nos bancos online. Isto tudo gratuitamente.
A ideia do Senior Planet é que as pessoas, mesmo depois de se reformarem, possam continuar a trabalhar e a desenvolver novas habilidades. “Estou rejuvenescido. Eu não sinto que tenho 73 anos”, diz Carlos Lewis, fundador e designer do Carlos’ Hats, à Fast Company.
Carlos Lewis começou a frequentar o Senior Planet em 2016, seguindo a sugestão da filha, que queria ver o pai mais ocupado. Se, há três anos, o Lewis nem sequer sabia mexer num computador, hoje em dia está a trabalhar na construção de um site para o seu negócio. “Estou feliz por estar aqui, porque há sempre algo para aprender e algo para fazer”, continua.
Por enquanto, o centro de coworking está presente em seis estados dos Estados Unidos da América (EUA), mas a ideia é avançar para a internacionalização. Tom Kamber, diretor executivo do Older Adults Technology Services (OATS), avança que procurar espaços para o Senior Planet em Espanha e no Japão faz parte dos próximos planos.
“Os seniores não têm problemas em produzir. Eles querem produzir”
Tal como em qualquer faixa etária, quando as pessoas estão confortáveis, são, normalmente, mais produtivas. E para Kamber, não há nenhum problema de produtividade nos seniores. “Os seniores não têm problemas em produzir. Eles querem produzir”, afirma. O ambiente é que, por sua vez, tem de estar adaptado ao conforto dos mesmos.
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Para o diretor executivo do OATS, não são as mesas de pingue-pongue, as bebidas gratuitas ou o próprio marketing que atraem os seniores. “As pessoas querem criar um novo negócio e, também, uma nova vida para elas”. Quem o diz é Bonnie Mackay, 76 anos, que, tal como Carlos Lewis, começou um projeto no espaço de coworking. Mackay publicou um livro sobre efeitos de Natal, “Tree of Treasures”.
Ainda que o OATS seja uma organização sem fins lucrativos, que funciona com recurso aos apoios do Governo e parcerias que estabelece, Kamber acredita que há um potencial enorme para o coworking senior, mesmo para as organizações com fins lucrativos. Contudo, para ser bem sucedido, o diretor executivo do OATS aconselha a que as empresas sejam capazes de transmitir que ninguém tem de se sentir velho.
Percorra a fotogaleria e conheça melhor o Senior Planet.
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