PIB cresce, mas não chega. CEO da Frezite pede mais
Na atual legislatura, a economia cresceu à custa da procura interna. O pico do crescimento aconteceu em 2017, quando o PIB subiu 2,8%, o maior aumento desde o início do milénio.
A economia portuguesa cresceu em todos anos da governação de António Costa, mas nem sempre acelerou face ao ano anterior. Com o PIB a subir, o Governo beneficiou de mais receitas fiscais no Orçamento e menos despesa com prestações sociais. Mas para o CEO da Frezite, José Manuel Fernandes, a convergência com a União Europeia não está garantida: “Andamos no faz de conta”.
Depois da passagem da troika por Portugal, entre 2011 e 2014, a economia portuguesa começou a recuperar e, em 2017, conseguiu o crescimento mais alto desde o início do milénio, com o PIB a engordar 2,8%. Após este registo, a economia prepara-se para abrandar, convergindo para o crescimento potencial. O Fundo Monetário Internacional antevê uma expansão da economia de 1,5% já em 2020.
O líder de uma das maiores empresas do setor da metalomecânica acrescenta que “o crescimento resulta sempre de fatores externos e não por determinação nossa. Ou seja, Portugal cresce por um efeito de arrastamento da economia global, e não por efeito das políticas públicas adotadas“.
Apesar de as exportações terem aumentado em todos os anos da legislatura, o motor do crescimento económico foi a procura interna. Em 2018, por exemplo, a procura interna (que junta os consumos privado e público ao investimento feito pelo Estado e pelas empresas) explicou quase dois terços dos 2,1% de crescimento registado nesse ano.
E para os próximos anos a tendência não será diferente, antecipa por exemplo o Banco de Portugal, apesar de o consumo privado crescer a taxas inferiores às do investimento.
José Manuel Fernandes acrescenta que “as políticas que têm sido seguidas pelo Governo no controlo de défice são transversais à atividade económica e isto não se traduz num crescimento desafiante”. E identifica uma área onde o Estado tem de fazer mais e deixar espaço para os privados. “É necessário identificar as áreas onde vamos ativar as politicas de aposta nos centros protocolares e centros de qualificação. O Estado ainda hoje é o patrão em relação à formação profissional e qualificação, o que não dá liberdade de resposta às solicitações que a economia precisa no momento oportuno.”
Mas se, por um lado, a evolução da economia nos últimos anos tem sido um dos resultados que o Governo mais exibe, por outro, tem sido o mote para as exigências tanto dos parceiros políticos (Bloco de Esquerda, PCP e Verdes) como de grupos profissionais (como são exemplo os professores).
Evolução do PIB (valores em %)
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