Ryanair não espera “perturbações significativas” por causa da greve

  • Lusa
  • 20 Agosto 2019

Ryanair não espera “perturbações significativas” mas alerta para possíveis “atrasos” ou “mudanças nos voos”. Bélgica pede a tripulantes da Ryanair que não “furem a greve portuguesa".

A Ryanair não espera “perturbações significativas” por causa da greve convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), mas não pode “descartar alguns atrasos” ou mudanças nos voos.

Em resposta, por escrito, a perguntas colocadas pela Lusa, a companhia aérea ‘low cost’ realçou que não conta “com perturbações significativas” na operação em Portugal entre quarta-feira e domingo, período durante o qual irá ocorrer a greve que considera “injustificada”, mas alerta para possíveis “atrasos” ou “mudanças nos voos”.

“Faremos tudo o que pudermos para minimizar as perturbações causadas aos nosso clientes e às suas famílias”, garantiu a transportadora irlandesa.

“Os passageiros que não receberam um ‘email’ ou uma mensagem podem esperar que os seus voos para e de Portugal se realizem normalmente esta semana”, assegurou a empresa.

A Ryanair agradeceu ainda “à maioria dos tripulantes portugueses que confirmaram que irão trabalhar normalmente entre quarta-feira, 21 de agosto, e domingo, 25 de agosto”.

Paralelamente, a companhia aérea pede desculpa aos passageiros “por qualquer ansiedade ou inconveniente causado por esta greve desnecessária realizada por uma pequena minoria das nossas tripulações portuguesas”.

Ainda assim, a Ryanair garante que está aberta “a trabalhar com o SNPVAC para chegar a um acordo” e apela para “que regressam às negociações o mais cedo possível”.

Esta segunda-feira, o Governo decretou serviços mínimos a cumprir durante a greve, que abrangem não só os Açores e Madeira, mas também as cidades europeias de Berlim, Colónia, Londres e Paris.

Num despacho, com data de 16 de agosto e assinado pelos secretários de Estado Alberto Souto de Miranda (Infraestruturas e Comunicações) e Miguel Cabrita (Emprego), fica estabelecido que nos dias em que foi convocada a paralisação pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) os trabalhadores ficam obrigados a prestar serviço em vários voos.

Assim, os serviços mínimos incluem um voo diário de ida e volta entre Lisboa e Paris; entre Lisboa e Berlim; entre Porto e Colónia; entre Lisboa e Londres; entre Lisboa e Ponta Delgada, bem como uma ligação de ida e volta entre Lisboa e a Ilha Terceira (Lajes), nos dias 21, 23 e 25 de agosto.

Por sua vez, o SNPVAC disse, em comunicado, também na segunda-feira, que “repudia veementemente mais uma tentativa do Governo em aniquilar o direito à greve dos portugueses e, em particular, dos tripulantes da Ryanair”, garantindo que não aceita “que se defenda os interesses económicos de uma empresa privada e estrangeira em detrimento dos direitos de trabalhadores portugueses”.

Na base deste pré-aviso de greve está, segundo referiu o SNPVAC em comunicado em 01 de agosto, o facto de a Ryanair continuar a “incumprir com as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através das agências Crewlink e Workforce”.

Sindicato belga pede a tripulantes da Ryanair na Bélgica que não “furem” greve portuguesa

A confederação sindical belga CNE/ACV Puls pediu esta terça-feira aos tripulantes da Ryanair na Bélgica que mostrem “solidariedade” e não trabalhem durante a greve marcada para Portugal, acusando a companhia de usar o aeroporto de Charleroi para “furar” a paralisação.

“Como devem saber, os tripulantes de cabine portugueses estão em greve esta semana”, mas “a Ryanair decidiu trazer o conflito para a Bélgica e usar voos de Charleroi e Eindhoven [na Holanda] para furar a greve”, acusa a confederação sindical belga CNE/ACV Puls numa informação divulgada aos trabalhadores e à qual a agência Lusa teve acesso.

Recordando que, no ano passado, houve uma “luta conjunta, entre vários países europeus, por condições de trabalho mais dignas para a tripulação de cabine e para os pilotos”, a estrutura sindical pede, assim, que os tripulantes destes aeroportos mostrem “solidariedade para com os colegas portugueses”.

“A nossa união foi a chave para progredir em vários países. É a solidariedade europeia que garante que, juntos, podemos lutar por melhores condições de trabalho”, insiste a CNE/ACV Puls.

A estrutura assegura que dará apoio a “qualquer pessoa que não queira trabalhar” durante a greve em Portugal, de quarta-feira a domingo, garantindo ainda que, quem se juntar à paralisação portuguesa, terá uma compensação financeira para não ‘perder’ o dia.

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