Huawei alerta para “sinal muito perigoso” dos EUA para indústria tecnológica
A gigante chinesa de telecomunicações acusa os Estados Unidos de "querem manter o predomínio da indústria da tecnologia de ponta” e diz temer uma "onda de incerteza, irracionalidade e caos”.
A companhia chinesa Huawei alertou esta sexta-feira para o “sinal muito perigoso” que a administração norte-americana está a dar ao mercado tecnológico, ao querer banir a empresa dos Estados Unidos, afirmando temer uma “onda de irracionalidade” após tais decisões.
“Os Estados Unidos anunciaram restrições à Huawei porque querem manter o predomínio da indústria da tecnologia de ponta”, porém, “se o mercado global continuar a permitir que os Estados Unidos façam o que querem, está a ser enviado um sinal muito perigoso” para os negócios mundiais, afirmou o representante da companhia chinesa para as instituições europeias, Abraham Liu, em Bruxelas.
[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/huawei/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”476″ slug=”huawei” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/huawei/thumbnail?version=1566338152387&locale=pt-PT&publisher=eco.pt” mce-placeholder=”1″]
Falando num debate no centro de cibersegurança da empresa na capital belga, Abraham Liu vincou que, caso as intenções da administração norte-americana avancem, “o mundo inteiro pode, gradualmente, passar de um sistema ordenado e equilibrado para uma onda de incerteza, irracionalidade e caos”.
Os Estados Unidos consideraram em maio que a Huawei constitui uma ameaça à segurança nacional e disseram que queriam banir o grupo dos Estados Unidos, mas acabaram por conceder isenções temporárias a determinadas empresas norte-americanas que negoceiam com o grupo chinês, permitindo-lhes vender alguns produtos ou mudar de fornecedores.
Entretanto, a administração norte-americana prolongou por 90 dias as isenções que permitem ao grupo chinês de telecomunicações Huawei continuar a fazer negócios nos Estados Unidos, anunciou o secretário do Comércio, Wilbur Ross.
A Huawei exige, então, o fim destas anunciadas barreiras da administração norte-americana às compras feitas por empresas nos Estados Unidos à tecnológica, que deverão entrar em vigor, como agora se prevê, no final deste ano. “Um mercado tem de ser composto de escolhas”, salientou Abraham Liu, no debate que esta sexta-feira decorreu em Bruxelas.
Aludindo às restrições, que abrangem nomeadamente o desenvolvimento das redes móveis de quinta geração (5G), o responsável da Huawei vincou que, “se apenas um jogador tem o direito de participar [no mercado], esse não é um procedimento justo”.
A cibersegurança também tem vindo a ser uma preocupação na União Europeia (UE), tendo já o executivo comunitário exigido aos Estados-membros que tomem medidas para garantir a segurança nas redes 5G, que podem passar, desde logo, por banir empresas que sejam problemáticas.
Desvalorizando esta possibilidade no caso da Huawei, Abraham Liu falou num reforço da cooperação entre a companhia chinesa e governos, operadoras e empresas na UE, tendo em vista a “construção de um ecossistema digital próspero”, nomeadamente no que toca ao 5G.
Criada em 1987, a Huawei opera em 170 países e regiões do mundo, tendo um total de 180 mil funcionários, 13 mil dos quais na Europa.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Huawei alerta para “sinal muito perigoso” dos EUA para indústria tecnológica
{{ noCommentsLabel }}