Governo eliminou 3.438 diplomas obsoletos para simplificar país de leis labirínticas

  • Lusa
  • 4 Agosto 2019

Processo que leva à revogação destes milhares de diplomas começa numa equipa especializada que analisa, a pedido do Governo, toda a legislação de cada um destes anos.

O Governo eliminou 3.438 diplomas obsoletos, produzidos entre 1975 e 1985, para simplificar e ajudar à “certeza jurídica” de cidadãos e empresas, e diminuindo o extenso e labiríntico universo jurídico português.

“Temos um universo jurídico bastante extenso (…) e muitas vezes labiríntico, e o objetivo deste exercício é também eliminar essas zonas menos claras do nosso ordenamento jurídico, para só vigorar aquilo que tem mesmo que vigorar e para que seja claro o que vigora e o que não vigora”, explicou à Lusa o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes.

O processo que leva à revogação destes milhares de diplomas começa numa equipa especializada que analisa, a pedido do Governo, toda a legislação de cada um destes anos.

Esta equipa – quatro a cinco pessoas – propõe então a revogação de diplomas que já não fazem sentido nos dias de hoje.

As leis percorrem depois cada ministério para se ter a certeza de que já não têm utilidade e só depois são discutidas e aprovadas em Conselho de Ministros.

Legislação ultrapassada no tempo como o decreto-lei n.º 85/81, que determinava que os membros do Conselho de Revolução tinham direito a abonos para despesas de representação de montante igual ao que estiver fixado para os ministros, consta dos diplomas revogados.

O Conselho de Revolução, instituído em 14 de março de 1975, foi extinto em 30 de setembro de 1982 com a revisão da Constituição desse ano. As suas funções passaram a ser exercidas pelo Conselho de Estado e Tribunal Constitucional.

Se no caso das despesas de representação dos elementos do Conselho de Revolução é claro que se trata de um diploma caduco, poderiam existir incertezas quanto a outros de diferentes áreas, como o que regula o fabrico e a comercialização de margarina (decreto-lei n.º59/85) ou o que concede isenção de licença de detenção, uso e porte de armas aos sargentos da Guarda Fiscal (decreto-lei n.º 259/79), também expressamente revogados.

O diploma que facilita o pagamento em quatro prestações de contribuições e impostos liquidados com atraso (decreto-lei n.º 18/79) ou o decreto-lei n.º 433/78 que organiza o sistema de registo do Código do Direito de Autor e atualiza as tabelas e emolumentos dos Serviços de Registo de Propriedade Literária e Artística constam da lista das leis que já não produzem efeito.

Outros exemplos de diplomas “limpos” do ordenamento jurídico nacional são os relativos às antigas colónias, como o abono de família de militares no Ultramar (decreto-lei n.º 19/75), as normas de validade dos bilhetes de identidade emitidos nas ex-colónias (decreto-lei n.º 851/76) e a criação da Secretaria de Estado dos Retornados (decreto-lei n.º 584-B/75).

Todos estes diplomas passam assim a ter apenas valor histórico.

Quem consulta o Diário da República – que é eletrónico – continuará a encontrar todos os diplomas, mas no caso dos que não estão válidos têm uma etiqueta associada que diz “revogado”.

Tiago Antunes considerou que se este trabalho “fosse feito por um qualquer advogado, um qualquer juiz, por um qualquer aplicador do Direito, (…) [seria] um trabalho difícil de fazer”.

“É um trabalho de apuramento bastante trabalhoso, nós fazemos isso pelas pessoas e clarificamos que no nosso ordenamento jurídico já não vale a pena contar com aqueles diplomas”, explicou.

Os especialistas continuam a analisar as leis desde 1986 e o próximo Governo, “em querendo”, terá um novo lote para fazer uma revogação do mesmo género, adiantou o governante.

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Ações? Buffett prefere meter mais dinheiro no cofre

Warren Buffett tem, atualmente, 122 mil milhões de dólares em dinheiro, o valor mais elevado de sempre. Pela primeira vez desde 2017, está a vender ações.

Máximos atrás de máximos. Tem sido assim no mercado acionista, nos últimos meses, com os investidores animados pelo crescimento económico, mas também pelo dinheiro barato dos bancos centrais que procuram garantir que algum abrandamento é facilmente superado. Mas nem todos estão tão confiantes. E Warren Buffett, um guru dos mercados, mostra-se cauteloso, tanto que está a deixar cada vez mais dinheiro nos seus cofres.

Depois de anunciar que a sua empresa, a Berkshire Hathaway, responsável por todas as apostas do “Oráculo de Omaha”, como é conhecido nos mercados financeiros, aumentou os lucros do segundo trimestre para 14,1 mil milhões de dólares, revelou um número ainda mais surpreendente: tem, atualmente, 122 mil milhões de dólares em dinheiro, o valor mais elevado de sempre.

Buffett está a ganhar dinheiro com a escalada das ações no mercado de capitais, tendo visto o valor de todas as suas participações financeiras que incluem empresas desde a Coca-Cola até à Apple superar a fasquia dos 200 mil milhões de dólares. Ainda assim, pela primeira vez desde 2017, em termos líquidos, revelou que vendeu ações avaliadas em mais de mil milhões de dólares.

“Tenha medo quando os outros são gananciosos e seja ganancioso enquanto os outros estão com medo” é uma das frases que Buffett utiliza, sendo seguida por muitos investidores que veem no investidor norte-americano, um dos homens mais ricos do mundo, alguém a seguir.

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Benfica e Sporting disputam primeiro troféu da época. É a Supertaça

  • Lusa
  • 4 Agosto 2019

Dérbi lisboeta disputa-se a cerca de 300 quilómetros da capital portuguesa, no Estádio Algarve.

O Benfica, campeão nacional de futebol, e o Sporting, vencedor da Taça de Portugal, disputam o primeiro troféu na época 2019/20, ao defrontarem-se na final da Supertaça, em jogo com início às 20h45, no Estádio Algarve.

Os encarnados têm sete títulos conquistados, contra oito do Sporting, que apenas perdeu uma das nove finais que disputou, precisamente, frente ao rival lisboeta, numa prova dominada pelo FC Porto, com 21 troféus, mais do que todas os outros vencedores juntos.

A equipa treinada por Bruno Laje apresenta-se no dérbi lisboeta motivada por uma pré-época vitoriosa, na qual se tornou a primeira equipa portuguesa a vencer a International Champions Cup (ICC), prova que se disputa no defeso e reúne alguns dos principais clubes mundiais.

O Sporting não venceu nenhum dos seis jogos de preparação que disputou – apesar de ter empatado 2-2 com o campeão europeu Liverpool – e demonstrou que continua muito dependente do médio Bruno Fernandes, autor de quatro dos oito golos marcados pela equipa treinada pelo holandês Marcel Keizer.

O Benfica perdeu dois dos jogadores mais influentes do ataque, o brasileiro Jonas, que terminou a carreira, e João Félix, transferido para o Atlético de Madrid por 120 milhões de euros, mas reforçou-se com o espanhol Raul de Tomás (ex-Real Madrid) e o brasileiro Carlos Vinícius (ex-Nápoles).

Apesar de ser um dos confrontos com mais história no futebol português, os dois clubes disputaram a Supertaça apenas três vezes, com vantagem para o Sporting, que se impôs nas duas últimas, em 1987 (vitórias por 3-0 e 1-0) e 2015 (1-0), depois de o Benfica ter conquistado o troféu em 1980 (2-2 e triunfo por 2-1).

O dérbi lisboeta, que se disputa a cerca de 300 quilómetros da capital portuguesa, vai ser dirigido pelo árbitro Nuno Almeida, da Associação de Futebol do Algarve.

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Este saleiro calcula em segundos sal aconselhado por OMS

  • Lusa
  • 4 Agosto 2019

Aparelho made in Portugal poderá ter um “grande impacto em termos de saúde, porque acrescenta uma mais valia na prevenção do desenvolvimento de doenças".

Investigadores da Universidade do Porto pediram este verão a patente para uma espécie de saleiro inteligente que calcula, em segundos, a quantidade de sal recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para confecionar refeições em família.

A primeira versão do protótipo, batizado de “Salt Control”, pesa 328 gramas e tem “18 centímetros (cm) de comprimento, 12 de altura e 8,3 de largura, descreveu Carla Gonçalves, investigadora principal do iMC SALT, projeto científico que recebeu apoio de “233 mil euros” fundos comunitários.

A olho nu, o protótipo do controlador de sal, é uma caixa de plástico parecida com um saleiro de cozinha tradicional.

Mas, na verdade, o aparelho hi-tech (alta tecnologia) é considerado inteligente, porque calcula o sal recomendando pela OMS.

Ao carregar-se num botão, é injetada, numa gaveta com meia dúzia de centímetros, a quantidade de sal necessária para preparar uma sopa de um a três litros e ou para temperar o resto dos ingredientes para a refeição.

“Este equipamento ajuda, porque já tem as doses previamente definidas. A pessoa seleciona o botão correspondente ao número de elementos da família para a qual vai confecionar a refeição, e tem a dose de criança e a dose de adulto”, explicou Carla Gonçalves, investigadora da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) e a principal responsável pela criação do controlador de sal.

Com esta invenção, o cozinheiro, ou a cozinheira, de serviço lá em casa não terá de se preocupar se está a usar sal em excesso na comida para os comensais, porque a dose é predefinida com algoritmos e depois basta clicar no botão certo.

O novo equipamento, que pode chegar ao mercado em 2023, vem ajudar a concretizar as recomendações alimentares da ingestão de sódio de sal da OMS que é de até cinco gramas por dia, com a ajuda dum mecanismo interno com uma lâmina e umas molas especiais.

Para ajudar a criar o processo mecânico, a FCNAUP teve como parceiro o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) da Universidade do Porto, tendo sempre em conta que o sal tem um “comportamento muito próprio”, porque com a humidade aglutina os grãos e os cristais não são iguais, explicou Carla Gonçalves.

Numa segunda fase do projeto, o objetivo é saber se o saleiro inteligente vai ter impacte na saúde das famílias.

“Vamos perceber de que forma é que o equipamento entra nas famílias no momento de cozinhar, o que é que isso implica em termos de paladar”, conta à Lusa Pedro Moreira, docente da FCNAUP e também elemento da equipa investigadora.

O próximo passo do projeto IMCSalt é, portanto, realizar uma intervenção clínica junto de “260 famílias portuguesas” para que utilizem, durante dois meses, em casa uma réplica daquele saleiro especial.

O novo aparelho made in Portugal poderá ter um “grande impacto em termos de saúde, porque acrescenta uma mais valia na prevenção do desenvolvimento de doença, bem como é também uma mais valia para os pacientes que sofrem de hipertensão, considera Carla Gonçalves.

Para além de Carla Gonçalves e de Pedro Moreira da FCNAUP e do INEGI, o projeto conta também com as parcerias do Serviço de Saúde Ocupacional do Hospital São João do Porto, bem como do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INÇA) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – U.Porto (ICBAS).

Um estudo publicado há um ano na revista Food & Nutrition Research e que a Lusa noticiou na altura indicava que quase todos os idosos portugueses (91,5% dos homens e 80% das mulheres) ingerem sal acima das recomendações da OMS e têm níveis baixos de potássio.

Um outro estudo da Universidade do Porto divulgado há quatro anos concluía que quase todas as crianças portuguesas (93%) ingerem sal acima das recomendações da OMS, havendo crianças em Portugal a consumir 17 gramas de sal por dia, ou seja, mais do triplo dos valores aconselhados, e que 85% dos adolescentes avaliados consumiam sal em excesso, havendo quem ingira 22 gramas de sal por dia através de pizzas, chourição e pastelaria.

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De férias no Algarve? Veja o mapa dos combustíveis mais baratos

Optar pelo posto de combustível mais barato pode valer poupanças acima de cinco euros na altura de abastecer o carro. Conheça os postos mais baratos em Lisboa, Porto e, no destino, o Algarve.

Agosto chegou e muitos portugueses preparam-se para “agarrar” no carro e seguir viagem até ao Algarve para gozar as merecidas férias de verão. Antes de partir há que fazer as malas, conseguir que estas caibam na bagageira… e, claro, encher o depósito de combustível. Ainda que o tempo seja de relaxar, é sempre importante poupar. Seja a gasolina ou a gasóleo escolher bem o posto de combustível pode fazer diferença no bolso. São cêntimos que chegam a euros num tanque atestado.

A pensar na poupança que pode fazer, o ECO compilou os postos com os combustíveis mais baratos nos dois principais pontos de partida rumo a sul — Lisboa e Porto –, mas também no Algarve, para onde muitos portugueses vão à procura do sol e da praia.

Os cinco postos mais baratos em Lisboa

Grosso modo, optar por atestar no posto de combustível mais barato pode representar uma poupança em torno de cinco euros quando comparado com o preço da marca de referência do mercado. Tal aplica-se tanto a quem parta de Lisboa como do Porto e em qualquer tipo de combustível.

Assumindo dados recolhidos a 1 de agosto no site preços dos combustíveis, da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), abastecer 55 litros de gasolina simples 95 no posto mais barato da cidade de Lisboa — Rede Energia no Campo Grande — custava 81,895 euros (1,489 euros/litro). Ou seja, menos 5,225 euros face aos 87,12 euros cobrados num posto da marca de referência nacional.

O mesmo posto da Rede Energia também é o mais barato para abastecer de gasóleo, onde encher o depósito de 55 litros custa 72,82 euros (1,324 euros/litro), sendo a diferença de preço exatamente a mesma face à referência do mercado.

Os cinco postos mais baratos no Porto

Mais a norte, encher o depósito com a mesma quantidade de gasolina custa 80,62 euros (1,464 euros/litro) no posto Rede Energia Porto, o mais barato da cidade. Face à marca de referência, este valor corresponde a uma poupança de 5,225 euros. No gasóleo a diferença é de 4,95 euros, com o custo de 55 litros desse combustível a ser de 71,995 euros (1,309 euros/litro) no posto mais barato do porto: o Jumbo Gondomar.

Com o carro atestado, e alguns euros poupados, a distância até ao Algarve irá certamente fazer baixar de forma expressiva o ponteiro do combustível. E mesmo que ainda sobrem alguns litros, invariavelmente as férias serão interrompidas com a visita a um posto de abastecimento — podendo a greve dos motoristas tornar mais complicado atestar.

Se há poupanças expressivas nos postos de Porto e Lisboa, o mesmo acontece no Algarve. Basta comparar os valores praticados nos postos mais baratos de cada um dos 16 municípios da região. Mesmo entre estes, há diferenças que chegam a ser de mais de 20 cêntimos, ou seja, uma nota de dez euros num depósito.

Postos mais baratos em cada município do Algarve

O posto mais barato da região, tanto para a gasolina como para o gasóleo, é o Intermarché de Vila Real de Santo António. Aí o preço do litro é de 1,409 euros na gasolina simples 95 e de 1,219 euros no gasóleo simples. De salientar que este município fica junto à fronteira com Espanha, zonas onde tradicionalmente os preços dos combustíveis são mais baixos.

Já em Alcoutim, abastecer o carro de gasolina custa 1,609 euros por litro no único posto existente naquele município: o Tfuel Alcoutim. No mesmo local, o litro do gasóleo tem um preço de 1,459 euros por litro.

Nos municípios de Albufeira e Silves, os que ficam no caminho de regresso tanto para quem escolhe a nacional como os que preferem a autoestrada, os valores da gasolina variam entre 1,469 e os 1,499 euros, enquanto no diesel vai dos 1,299 aos 1,309 euros, em ambos os casos valores aquém da referência nacional.

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🎥 Bancos lucram menos 40% no semestre. Ganham 462,9 milhões de euros

Os cinco maiores bancos nacionais apresentaram contas do semestre esta semana. Os resultados são divergentes: Caixa, BCP e Santander aumentaram lucros. O Novo Banco duplicou prejuízos.

Os cinco maiores bancos nacionais registaram lucros de 462,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, menos 40% do que no mesmo período do ano passado. A culpa é o Novo Banco e do BPI. O primeiro banco duplicou prejuízos para 400 milhões de euros. O segundo viu os lucros afundarem 63% para 134,5 milhões. Já a Caixa Geral de Depósitos, BCP e Santander Totta mantiveram uma tendência positiva e engordaram resultados.

Feitas as contas, os principais bancos portugueses lucraram 2,6 milhões de euros por dia entre janeiro e junho. Veja o vídeo com o resumo da semana na banca.

http://videos.sapo.pt/bAkprzcjmSZVBfJAFbsH

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Incêndios: Falta de fiscalização e formação permitiu “laxismo”

  • Lusa
  • 3 Agosto 2019

Especialistas alertam que muitas vezes os planos contra incêndios são entregues a empresas que os fazem quase em série, quase copiando os dados de uns para os outros sem conhecimento do terreno.

Especialistas em incêndios florestais defendem que tem faltado fiscalização e investimento na formação de técnicos para a elaboração dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), o que permitiu algum “laxismo” por parte das autarquias.

Em declarações à Lusa, Domingos Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, e José Miguel Cardoso Pereira, investigador do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa, defenderam que a alteração do período de vigência destes planos, que passou de cinco, nos PMDFCI de 1ª e 2 ª geração, para dez anos, nos planos de 3ª geração, não acarreta maior risco, desde que o que está regulamentado seja cumprido.

“A noção que eu tenho é que muitas vezes esses planos são entregues a empresas que os fazem quase em série, quase copiando os dados de uns para os outros sem grande conhecimento do terreno. Isso devia ser evitado com formação técnica e uniformização de critérios para fazer as coisas de uma forma consolidada. É o que tem estado a faltar e isto, talvez, tenha motivado algum laxismo”, afirmou Xavier Viegas.

Para o coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, este alargamento do período de vigência pode permitir uma análise mais cuidada e mais fundamentada no terreno, por oposição à elaboração de um plano “à pressa” a cada três ou cinco anos.

Contudo, sublinha o investigador, se este alargamento vai ou não permitir camuflar a responsabilidade dos municípios nesta matéria, isso vai depender do comportamento da tutela.

“Depende do que a tutela fizer em relação a dinamizar essas entidades que têm que fazer esses planos. Eu julgo que o que tem faltado é um pouco isso. Em princípio, quando esses planos foram criados, houve um esforço de formar gabinetes e até dar formação, mas depois as coisas foram largadas a si próprias”, concluiu.

Xavier Viegas considera útil a existência de um plano de base com uma durabilidade mais longa, desde que este possa ser atualizado “sempre haja alterações importantes”, sejam elas a alteração do uso do solo ou do coberto vegetal, por exemplo.

Também para o investigador José Miguel Cardoso Pereira, do Centro de Estudos Florestais, fazer um novo plano a cada dez anos não o “choca”, se o trabalho intercalar for feito.

“Não me parece que daí advenha maior desproteção ou acréscimo de risco. Agora estamos a partir do princípio de que aquilo que está regulamentado é levado a sério. (…) Aí, de facto, podemos ter um problema. Agora teríamos um problema com cinco anos ou com dez anos”, salientou.

O investigador considera que Portugal tem um problema crónico de excesso de legislação, no qual se escuda, por vezes, não monitorizando e punindo o incumprimento.

“A ameaça que o ministro fez [de multar os municípios em incumprimento] parece-me perfeitamente pertinente, como me parece nefasto não a pôr em prática. (…) Isso depois paga-se. Porque é altamente deseducativo e acaba por criar um sentimento de impunidade”, declarou, acrescentando, no entanto, não acreditar que o alargamento do período de vigência dos PMDFCI tenha sido concebido para “facilitar uma escapatória” para os municípios, a quem cabe a elaboração destes planos.

“É só fazer um raciocínio: desde que deviam ter acabado os planos de 1ª geração, quantas centenas de hectares é que arderam em Portugal?”, questionou.

Segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em 30 de junho existiam 53 municípios sem PMDFCI em vigor (já publicado em Diário da República), sendo que, destes, apenas 14 já têm parecer positivo, seis viram ser emitido parecer negativo e três tiveram o plano indeferido pelo ICNF.

Apesar de haver já concelhos com planos de 3.ª geração em vigor, destes 53, 26 possuem ainda PMDFCI de 1.ª geração e, na maioria dos casos, o período de vigência terminou em 2014.

Em caso de incumprimento do prazo definido (31 de março), explicava em abril o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, seria retido, no mês seguinte, “20% do duodécimo das transferências do Fundo de Equilíbrio Financeiro”, tal como prevê o Orçamento do Estado para 2019.

Contudo, em resposta enviada à Lusa em 15 de julho, o Ministério da Administração Interna esclarecia que o processo de contraditório e de análise das respostas dos municípios em incumprimento ainda se encontrava em curso.

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Reunião para evitar greve dos combustíveis? Antram diz que “não existe” e que “é uma farsa”

  • Lusa
  • 3 Agosto 2019

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias não estará nessa reunião porque "essa reunião simplesmente não existe". Governo recusa comentar.

O porta-voz da Antram diz que a reunião de segunda-feira no Ministério das Infraestruturas “não existe” e que “é uma farsa” do sindicato com o objetivo de “ludibriar” os portugueses sobre uma alegada disponibilidade para negociar.

“A Antram [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias] não estará nessa reunião porque essa reunião simplesmente não existe”, disse à Lusa o advogado e porta-voz da associação, André Matias de Almeida.

“Essa reunião é uma farsa que se destina, mais uma vez, a ludibriar a comunicação social e o povo português sobre uma alegada disponibilidade deste sindicato [de Mercadorias de Matérias Perigosas] para negociar”, acrescentou o advogado.

As declarações do representante da Antram contrariam as do vice-presidente do Sindicato Nacional de Mercadorias de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, que afirmou à Lusa que na segunda-feira iria apresentar “várias propostas” numa reunião a ter lugar no Ministério das Infraestruturas.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do Ministério liderado por Pedro Nuno Santos recusou-se a falar sobre o assunto.

André Matias de Almeida assegurou, no entanto, que “a Antram não foi convocada, não recebeu nenhum aviso de nenhuma convocatória de nenhuma reunião”, nem pelo SNMMP nem pelo ministério.

Questionado sobre a abertura para negociar novas propostas apresentadas pelos sindicatos, o porta-voz da Antram disse que a associação “está sempre disponível para negociar, desde que não seja sob chantagem e sob pressão e isso implica o levantamento do pré-aviso de greve”.

“Não só esta nova proposta do sindicato de matérias perigosas é uma farsa na justa medida em que não implica nenhuma redução, pelo contrário, implica um aumento de 150 euros face à proposta inicial, como por outro lado não levanta o pré-aviso de greve sabendo que isso é uma chantagem total à negociação”, defendeu André Matias de Almeida.

“Isto não é nenhuma forma de chegar a um entendimento, isto é tão somente e exclusivamente uma tentativa de lavar a cara perante a comunicação social e perante a opinião pública portuguesa”, acrescentou o porta-voz da Antram.

O vice-presidente do SNMMP disse ter “várias propostas” para apresentar numa reunião na segunda-feira no Ministério das Infraestruturas e sublinhou que a estrutura sindical sempre quis evitar a greve.

“Existem várias propostas que nós queremos apresentar ao senhor ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] e à Antram”, disse à Lusa Pedro Pardal Henriques.

A proposta, adiantou Pardal Henriques, passa por aumentar o salário base dos motoristas para mil euros até 2025, com indexação ao crescimento do salário mínimo nacional, o que permite “um prazo mais dilatado, quer para que as empresas possam cumprir com aquilo que ficar estabelecido no contrato coletivo de trabalho, quer para que haja a paz social que o país necessita”.

“A questão é que a Antram não se quer sentar com os sindicatos, não quer ouvir propostas e quer colocar o país neste estado de alerta”, acusou o dirigente sindical, garantindo que o sindicato pretende encontrar uma solução que evite a greve.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da Antram terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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Capital do Móvel… no Porto. Espera 30 mil visitantes

  • Lusa
  • 3 Agosto 2019

Pela primeira vez, a Capital do Móvel saiu de Paços de Ferreira. Abriu portas no Porto onde espera receber, "no mínimo, 30 mil visitantes".

A primeira edição da Feira Capital do Móvel fora de Paços de Ferreira arrancou na Alfândega, no Porto, tendo na primeira hora recebido os primeiros 100 visitantes de um total de “30 mil”, que a organização espera receber.

Com cerca de 50 expositores, são esperados, segundo o presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), Rui Carneiro, “no mínimo, 30 mil visitantes, o dobro do número registado em abril, na edição realizada em Paços de Ferreira.

Ouvidos pela Lusa, vários empresários presentes no certame consideraram que a realização da feira no Porto é “uma excelente oportunidade” por ser “uma cidade que tem muito turismo” e que “está em crescimento”.

Teresa Pacheco, responsável por uma empresa que iniciou a sua atividade em 1936 e que fabrica mobiliário rustico, em madeira velha de castanho, disse ter concordado com a iniciativa da Associação Empresarial de Paços de Ferreira porque “o Porto está a bombar e sabemos que há muitos investidores que estão a reconstruir as casas antigas do Porto”.

“Acho que o nosso mobiliário é muito específico para esse tipo de reconstruções e achamos que era o momento certo para, depois de uma interrupção, voltarmos a estar presentes neste certame”, sublinhou.

A empresária lembrou que “o conceito de Capital do Móvel surgiu em Paços de Ferreira e que foi com muito custo que isso se conseguiu”, esperando, por isso, que “com a deslocação desta feira para o Porto, ou para outro sítio qualquer, não se esqueça a origem”.

Admitiu, contudo, que a associação terá apostado bem porque “o Porto é o Porto e está em grande expansão”.

“Foi por isso que quisemos fazer esta aposta também”, frisou Teresa Pacheco.

A empresária Ana Sofia Silva, que participa desde há 14 anos em várias feiras da Capital do Móvel, considerou, em declarações à Lusa, que “a ideia de alargar ao Porto é arriscada, porque a capital do Móvel é Paços de Ferreira, estamos a deslocalizá-la”.

Mas, acrescentou, “acredito que vai dar frutos e que vai correr melhor do que as últimas que se têm realizado em Paços de Ferreira”.

António Machado, um dos proprietários de “uma empresa que já vai na terceira geração a trabalhar as madeiras, com necessidade de reinventar o processo de fabrico e o design das peças”, disse à Lusa que sempre defendeu a tese de que “se deveria ir ao encontro do cliente”.

“Não podemos estar à espera que o cliente vá a Paços de Ferreira. Acho que foi uma boa iniciativa da associação vir para o Porto, por ser uma cidade que tem muito turismo e que está em crescimento”, sustentou.

O empresário vai mais longe ao defender que se deveria “fazer uma feira itinerante. Ir ao encontro do cliente, de preferência em edifícios emblemáticos, como é o caso aqui da Alfândega”.

Com a intenção de “comprar uma cama”, Vera e o marido, Carlos Ferreira, vieram de Ferreira do Zêzere, pela primeira vez ao Porto e à exposição.

“Tem mobiliário diferente, várias opções de escolha e espero sair daqui com uma cama comprada”, disse Carlos Ferreira, considerando que “o contacto direto é sempre melhor do que comprar pela Internet”.

O casal já tem “duas ou três opções”, mas “a decisão final será tomada pela esposa, para depois não haver problemas”.

De Amarante, Nelson Soares veio com a família “de propósito” à feira, porque “se Deus quiser, daqui a dois meses” terão a sua nova casa pronta.

“Como vendemos a casa antiga com todos os móveis, vamos optar por mobilar a casa com tudo à medida. Aproveitamos para vir aqui porque tem tudo. É uma boa oportunidade”, acrescentou.

João Tavares, de Loures, está a passar férias no Porto e, como está a mudar de casa, aproveitou a visita para “tirar ideias”.

“Vamos ver se vamos fazer negócio aqui, estamos muito interessados nuns móveis para a sala”, acrescentou.

A 53.ª edição da Capital do Móvel decorre até 11 de agosto.

O presidente da AEPF indicou que o objetivo da mudança de localização do evento é “ampliar fronteiras e construir pontes rumo a novos horizontes”.

“Vivemos um momento positivo de expansão, e este é um excelente momento de arriscar novos caminhos”, disse.

A AEPF destaca que as empresas do concelho de Paços de Ferreira exportam cerca de 422 milhões de euros por ano, segundo dados de 2018 do Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No concelho de Paços de Ferreira existem mais de 5.500 empresas, sendo cerca de 735 fabricantes de mobiliário”, acrescenta a associação.

O volume de negócios gerado pelas empresas de Paços de Ferreira “ascende a mais de 1.300 milhões de euros, sendo cerca de um terço destinado aos mercados externos”, segundo os dados citados pela AEPF.

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Força Aérea testa sensores que podem ajudar no combate aos fogos

  • Lusa
  • 3 Agosto 2019

Sistema de transmissão de vídeo para uma estação terra tem como objetivo ajudar na prevenção e combate aos incêndios.

A Força Aérea Portuguesa (FAP) sobrevoou este sábado a área entre Montijo e Castelo Branco para testar os sensores que podem ajudar no combate a incêndios, através da transmissão de imagens aéreas em tempo real para uma estação terrestre.

“Basicamente é um sistema de transmissão de vídeo para uma estação terra, portanto, tudo aquilo que iremos estar a ver no avião, conseguimos transmitir para uma estação que está em terra, que depois passa essa informação e esse vídeo para outras entidades”, adiantou à agência Lusa o capitão Nuno Marques.

O militar falava à Lusa antes da descolagem, na Base Aérea N.º 6, em Alcochete (distrito de Setúbal), onde explicou que o equipamento poderá ser útil em “tudo aquilo que possa envolver o teatro de operações”, como o meio envolvente, posições, meios de aproximação ou afastamento.

A aeronave C-295 M passou primeiro pelo Campo de Tiro de Alcochete, onde estava instalada a estação terrestre que recebia as imagens, e seguiu até Castelo Branco, um dos distritos que hoje está em maior risco de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Dentro do avião, os militares analisavam as imagens captadas, também disponíveis em infravermelhos, sendo possível ver com precisão tudo o que se passava em terra.

Este tratou-se de um voo de demonstração, mas poderia “passar a uma missão real”, caso fosse necessário, transmitindo informação às entidades envolvidas no combate a incêndios, como a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

No entanto, a manhã de sábado revelou-se tranquila no centro do país e não houve nenhuma ocorrência a registar, do ponto de vista da FAP.

“Para já, não tivemos nenhuma ocorrência, apenas fizemos um voo de vigilância para ver se detetávamos alguma situação ou alguma queimada, por exemplo, mas não foi o caso”, adiantou.

Segundo o capitão, esta é uma ferramenta “bastante útil” e o objetivo é que passe a ser utilizada futuramente na prevenção e combate aos incêndios.

“Nós estamos aqui para dar o nosso melhor e o contributo para precaver e para antecipar situações que possam escalar para outras dimensões”, garantiu.

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Quem dá mais? As propostas dos partidos para baixar impostos

Menos IRS, menos IVA, menos IRC. A receita usada pelos partidos neste início de pré-campanha vai direta aos bolsos dos contribuintes. Embora com nuances.

A menos de três meses da ida às urnas, os partidos deram o tiro de partida na caça ao voto. Entre uma descida generalizada de impostos e simples alívio fiscal, direita e esquerda lançaram mão do trunfo fiscal para convencer os eleitores.

Com uma carga fiscal em níveis recorde, nos 35,4% do PIB, os partidos à direita centraram a sua estratégia de comunicação com um anúncio à cabeça de medidas de reduções de impostos. O PCP, o Bloco de Esquerda e o PS (ainda que em menor grau) também avançam com medidas na área fiscal. E no caso dos socialistas, as propostas não têm qualquer referência a taxas específicas ou escalões.

O ECO reuniu as principais medidas na área fiscal que os partidos já anunciaram que farão parte dos programas eleitorais.

http://videos.sapo.pt/ fDJOAjcttvKZvpU68kMu

 

 

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Novo Banco, o “bom”, dá lucro. Dívida pública está a ajudar

Banco liderado por António Ramalho teve prejuízos de 400 milhões. Sem o "legacy", os números são diferentes. Dá lucro, beneficiando da valorização da dívida pública, mas também do aumento da margem.

O Novo Banco continua a dar prejuízo. Cinco anos depois da sua criação, após a resolução do BES, a instituição liderada por António Ramalho mantém-se no “vermelho”, penalizada pelos ativos tóxicos que ficaram no balanço. Retirando o legacy, os números são bem diferentes. Em vez de prejuízos de 400 milhões, deu lucro nos primeiros seis meses do ano, beneficiando, em muito, da aposta em dívida pública.

Olhando apenas para o lado “bom” do Novo Banco, que a instituição passou a revelar desde o primeiro trimestre, há sinais positivos nas contas da primeira metade do ano. Registou “um resultado positivo de 113,4 milhões de euros”, que compara com os 28,6 milhões do primeiro semestre do mesmo período do ano anterior. E Ramalho disse, recentemente, que acredita ser possível fechar 2019 com lucros no banco “bom”.

“Comparando com o primeiro semestre de 2018, o resultado apresenta um crescimento de 84,8 milhões de euros”, diz o banco, destacando para este feito os resultados de operações financeiras que aumentam 43 milhões de euros. Estas operações financeiras traduzem a aposta do banco em dívida nacional, estratégia comum à generalidade dos bancos nacionais.

“Os resultados de operações financeiras ascenderam a 47,9 milhões de euros, reflexo dos ganhos na venda e reavaliação de títulos, em particular os relativos a dívida pública”, explica o banco.

"Os resultados de operações financeiras ascenderam a 47,9 milhões de euros, reflexo dos ganhos na venda e reavaliação de títulos, em particular os relativos a dívida pública.”

Novo Banco

À boleia da melhoria da situação financeira do país, mas também da política monetária do Banco Central Europeu, os títulos nacionais têm vindo a valorizar, atingindo máximos históricos que levaram a yield das obrigações do Tesouro a 10 anos para um recorde de 0,25%.

A política do BCE, que se prepara para fazer um novo corte de juros, está a assustar os bancos nacionais, receando o impacto que esta medida poderá ter na margem financeira. Praticamente todos os bancos fizeram alertas nesse sentido, sendo que o Novo Banco não será alheio a essa adversidade. No entanto, por agora, a margem cresce. Aumentou em 47,5 milhões no primeiro semestre.

“A margem financeira apresenta um crescimento de 188,5 milhões de euros para 236 milhões que contou com o contributo positivo das medidas de otimização concretizadas durante o exercício de 2018”, diz a instituição liderada por António Ramalho.

O banco revela que o ativo do Novo Banco bom aumentou 4,2%, para 1.588 milhões de euros, com o crédito a clientes a apresentar um crescimento de 3,1% “observável em todas as carteiras (particulares e empresas)”.

“Embora com crescimento do crédito, o Novo Banco permanece focado numa disciplina de rigor no preço, tendo a margem financeira destes primeiros seis meses situado em 1,37% (+34 pontos base comparativamente ao primeiro semestre de 2018)”, salienta.

Isto é resultado da forte quebra nas taxas pagas nos depósitos (que caíram de 0,88% para 0,5%, em média), contra uma redução ligeira nos juros dos créditos (2,3% contra 2,57%). As comissões cobradas cifraram-se em 150,7 milhões, ligeiramente aquém do registado no período homólogo.

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