Centeno sinaliza margem de 200 milhões para aumentos na Função Pública
Folga adicional para atualizações de salários na Função Pública vem do Programa de Estabilidade e é reforçada a partir de 2021, quando o descongelamento das carreiras ficar mais barato.
Mário Centeno garantiu esta sexta-feira, em conferência de imprensa na sede o PS, que o programa eleitoral que os socialistas levam a votos tem margem para atualizações salariais na Função Pública e sinalizou que com a redução da despesa com o descongelamento de carreiras há uma folga de 200 milhões para atualizações salariais e outras medidas.
“Em cada ano do Programa de Estabilidade há um aumento das despesas com pessoal em torno de 600 milhões de euros”, adiantou Mário Centeno, ministro das Finanças e candidato a deputado pelas listas do PS.
O responsável pelo cenário macroeconómico do PS acrescentou depois que a folga que existe é diferente até 2020 e a partir de 2021, ano em que as despesas com o descongelamento das carreiras baixam.
“A margem que existe para 2020, após paga a prestação da recuperação do congelamento das carreiras (na ordem dos 500 milhões de euros), é suficiente para aumentar os salários à margem da inflação que hoje se observa. Nos anos seguintes, o esforço de recuperação das carreiras diminui significativamente, passando a valer pouco mais de 200 milhões de euros. Por isso, a margem entre 200 para 400 milhões de euros, caso se cumpra o Programa de Estabilidade, é a margem que o próximo Governo tem para adotar medidas de atualização salarial e outras na administração pública”, explicou Mário Centeno perante os jornalistas.
A folga já estava prevista no Programa de Estabilidade e não sofreu qualquer alteração com o programa eleitoral. Não são conhecidos detalhes sobre se este é um aumento para todos os trabalhadores. Em 2019, o Governo atribuiu 50 milhões de euros para os trabalhadores com salários mais baixos.
Na mesma conferência, Mário Centeno foi muito crítico dos programas eleitorais do Bloco de Esquerda, PSD e CDS, tendo mesmo classificando como “devaneios” das propostas do Bloco. O ministro das Finanças defendeu o Programa Eleitoral do PS dizendo que não “não há cheques em branco mas também não há cheques carecas”. Explicou ainda a estratégia do partido para o caso de até 2023 se verificar uma crise económica internacional, que atinja a economia portuguesa: deixa deslizar o défice para manter as medidas do programa eleitoral.
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