Exclusivo Fidelidade perde 16 milhões com falência do operador turístico Thomas Cook
A falência do operador turístico Thomas Cook obriga a seguradora Fidelidade a registar perdas de 16 milhões de euros até ao final deste ano.
A Fidelidade vai registar até ao final do ano perdas da ordem dos 16 milhões de euros por causa da falência do operador turístico britânico Thomas Cook, revelou ao ECO fonte oficial da seguradora depois de questionada sobre impactos daquela falência que afetaram o grupo Fosun, o acionista da própria Fidelidade.
“A Fidelidade detém, através de uma empresa participada não seguradora, uma participação de cerca de 7% no operador turístico britânico Thomas Cook, cotado na Bolsa de Valores de Londres.
Esta posição minoritária tem natureza meramente financeira, não tendo a Fidelidade qualquer participação na gestão corrente deste operador turístico”, esclarece a Fidelidade, liderada por Jorge Magalhães Correia. “O anúncio da falência gera agora a necessidade de reconhecer até ao final do ano perdas de cerca de 16 milhões de euros, o que representa apenas cerca de 0.1% do total de ativos sob gestão detidos pela Fidelidade. Apesar da falência anunciada, a empresa detém ainda um conjunto de ativos muito valiosos e que serão geridos no processo de liquidação”, confirma a companhia, depois de questionada no final da semana passada pelo ECO sobre eventuais impactos financeiros da queda da Thomas Cook.
A Fidelidade esclarece que “tendo em conta a descida continuada das cotações da Thomas Cook verificada em 2018, a maior parte da perda potencial atribuída a esta participação foi desde logo registada no exercício de 2018, por medida de prudência”. Este registo antecipado destas perdas potenciais, garante a Fidelidade em resposta escrita ao ECO, não teve “um impacto significativo na rentabilidade média dos investimentos da Fidelidade, que continuou a ser superior à média do mercado (3,3% em 2018)”.
O cenário de falência da Thomas Cook agora colocado, diz a Fidelidade, obriga ao registo de perdas adicionais e não terá, da mesma forma, um impacto significativo na rentabilidade média dos investimentos em 2019. “Como em todas as decisões de investimento, as expectativas de crescimento apresentadas à época do investimento inicial, suportadas por uma sólida reputação, uma base de clientes vasta e fidelizados, e um grande potencial de adaptação a outras geografias e modelos de negócio foram decisivas na decisão então tomada”, justifica Jorge Magalhães Correia.
A Fidelidade não é a única seguradora impactada pela falência da Thomas Cook. A operadora tem como acionistas relevantesseguradoras mundiais como a Aviva, a Standart Life Aberdeen e a Life & General Group, bem como investidores institucionais de referência como a UBS, a Blackrock, a Invesco , Barclays e Vanguard.
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