Da “vitória expressiva” do PS à “estrondosa derrota” do CDS. Os adjetivos da noite das eleições
Noite eleitoral de emoções fortes. No Altis, celebrou-se a "vitória expressiva" do PS. No Caldas, lamentou-se a "derrota estrondosa" do CDS. Pequenos festejaram "eleição histórica".
Foi uma noite eleitoral de emoções fortes aquela que Portugal viveu neste domingo. No Hotel Altis, em Lisboa, o quartel-general do PS, celebrou-se a “vitória expressiva” dos socialistas que deu a António Costa mais 36% dos votos e um novo mandato para formar Governo com apoio da esquerda. Sentimento oposto viveu-se no Largo do Caldas, onde a noite terminou cedo para Assunção Cristas perante a “derrota estrondosa” do CDS. Entre os partidos pequenos, Iniciativa Liberal, Chega e Livre festejaram a “eleição histórica” de deputados para a Assembleia da República.
Se o PS obteve uma “vitória expressiva, clara”, como disse Duarte Cordeiro, ou nas palavras de Ana Catarina Mendes e Isabel Moreira, “uma vitória claríssima” dos socialistas, no PSD há quem veja copo meio cheio e o copo meio vazio naquilo que foi o resultado dos sociais-democratas: 27,9% dos votos.
Discursando logo após o fecho da contagem de votos, o próprio Rui Rio rejeitou que tem sido um “desastre” como muitos antecipavam e sublinhou que, “se for analisar as circunstâncias, este resultado é positivo”. Entendimento contrário tem Miguel Relvas, que foi braço-direito de Passos Coelho, e pede agora uma nova liderança no partido: “Não é do nosso ADN ser um partido de serviços mínimos. Ganha-se, ou perde-se. O PSD nunca tentou esconder maus resultados com desculpas de mau pagador“.
No Teatro Thalia, que foi o centro das operações do Bloco de Esquerda neste domingo, foram (são) poucos comentários a um triunfo relativo dos bloquistas. As declarações mais importantes vieram da líder bloquista, com Catarina Martins a dizer que “o BE consolidou-se como a terceira força política”, e do diretor da campanha, Jorge Costa, que destacou que o resultado dá “uma enorme responsabilidade” ao partido.
Entre os comunistas, também se tentou minimizar os estragos de um resultado que acabou por não ser favorável. A coligação CDU elegeu 12 deputados, mas perdeu cinco deputados. Mais do que um desempenho negativo para o PCP, Jerónimo de Sousa disse que o resultado constitui sobretudo “um fator negativo para o futuro próximo da vida do país“.
“Derrota estrondosa”
No CDS, assumiu-se a derrota a frio e sem rodeios. Os centristas tiveram apenas 4,25% dos votos, elegendo 5 deputados. Foi uma razia: perdem 12 assentos no Parlamento. Assunção Cristas terminou mais cedo a noite: convocou um congresso antecipado e anunciou que não se vai recandidatar.
Comentando na RTP, Nuno Melo foi curto e direto: “Obviamente que o resultado é mau, não há como dizer que este resultado é bom”. Abel Matos Santos, em declarações ao Público, saudou a decisão de Assunção Cristas de não se recandidatar “perante um dos piores resultados de sempre e uma derrota estrondosa”. João Almeida, porta-voz do partido e eleito deputado por Aveiro, também classificou a derrota como “estrondosa”. “Em democracia estes resultados não acontecem por acaso”, disse João Almeida na sua conta do Facebook.
Pequenos celebram “dia histórico”
Um dos grandes vencedores da noite foi o PAN, que quadruplicou o número de deputados. Ontem à noite, André Silva ainda esperava um telefonema de António Costa a “parabenizar o PAN pelo excelente resultado que teve”. Mas foi entre os partidos mais pequenos que a noite foi de euforia. Iniciativa Liberal, Chega e Livre conseguiram eleger, pela primeira vez na história, um deputado.
“É indescritível. Esse momento fez valer todo este ano de dedicação. Honestamente, não esperava há um ano que isto fosse possível”, disse Carlos Guimarães Pinto, líder da Iniciativa Liberal, no Facebook. Em lados opostos do espetro político, André Ventura (Chega) e Rui Tavares (Livre) sublinharam o “dia histórico” em que foram eleitos para estarem no Parlamento.
Santana Lopes e o Aliança voltaram a desiludir. “A responsabilidade é minha. O facto é que correu mal. O resultado é negativo e é essa a realidade política. É uma derrota política”, disse o líder do Aliança.
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