Alívio na guerra comercial dá ganhos de quase 6% à Navigator. Lisboa sobe mais de 1%
A bolsa de Lisboa fechou em forte alta com as exportadoras a beneficiarem das negociações comerciais entre EUA e China. Os investidores deram, no entanto, nota negativa ao plano estratégico da Sonae.
Há dois meses que a bolsa de Lisboa não subia tanto num só dia. Graças ao impulso dado pelas negociações comerciais entre EUA e China às empresas portuguesas exportadores ou com exposição ao exterior, o PSI-20 subiu 1,20%, para 5.003,97 pontos. Desde o final de setembro que o índice não negociava acima da barreira dos 5.000 pontos.
O papel e a pasta de papel — que vendem a maior parte de produção para outros países e fazem negócio em dólares — estiveram em especial destaque. A Navigator disparou 5,67% para 3,32 euros, enquanto a Semapa avançou 3,89%, para 12,30 euros, e a Altri ganhou 2,92%, para 5,46 euros.
Também a Mota-Engil (que subiu 3,67% para 1,89 euros) e o BCP (que somou 2,3% para 0,1955 euros) registaram ganhos expressivos. A Galp avançou 1,26%, para 13,63 euros, num dia em que os preços do petróleo registaram fortes valorizações.
Ações europeia e petróleo em forte alta
Além do cenário de alívio na guerra comercial, o petróleo está a reagir à explosão de um petroleiro iraniano, que foi atribuída ao impacto de dois mísseis. O barril de Brent de referência europeia disparou 2,27% para 60,44 dólares, para o valor mais elevado desde final de setembro. Já o crude WTI norte-americano avançou 2,02%, para 54,63 dólares por barril.
O dia ficou marcado pelo sentimento positivo em torno das negociações entre os EUA e a China. A visita do líder chinês à Casa Branca iniciou-se ontem [quinta-feira], tendo emanado sinais e aumentado a esperança de que seja alcançado um acordo (ainda que limitado) entre os EUA e a China e que haja um adiamento dos aumentos de tarifas nos EUA planeados para a próxima semana. O Presidente Donald Trump caracterizou as discussões como “boas” e informou que espera encontrar-se com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, na Casa Branca“, explicam os analistas do BPI numa nota de fecho da sessão.
Por toda a Europa, a sessão foi pintada de verdade. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 2,2%, enquanto o alemão DAX avançou 2,7%. Em ambos os casos foi o melhor dia desde janeiro. Já o francês CAC 40 e o espanhol IBEX 35 ganharam 1,7%.
Plano estratégico da Sonae não agrada
Neste cenário de sentimento positivo, foram poucas as cotadas que não beneficiaram. Em Lisboa, foram apenas duas: a REN que perdeu 0,76% para 2,62 euros e a Sonae, que desvalorizou 1,07% para 0,8805 euros. A retalhista apresentou esta sexta-feira o plano estratégico para os próximos anos, que não parece ter agrado os investidores.
A Sonae vai investir milhões de euros no negócio do retalho alimentar, apostando fortemente no conceito de proximidade nos próximos anos. Pretende investir 725 milhões de euros até 2021, sendo que a maior parte do dinheiro será gasto na otimização dos espaços atuais. Mas tem até 280 milhões para novas unidades do Continente Bom Dia e do Continente Modelo.
A empresa liderada por Cláudia Azevedo conta conseguir abrir entre 50 a 60 unidades do Continente Bom Dia e outras 4 a 8 do Continente Modelo. A expansão do negócio do retalho alimentar, assente em lojas de menor dimensão que o Continente, logo posicionadas junto de maiores aglomerados populacionais, representará um investimento entre 260 e os 280 milhões de euros. A esta soma, a gastar entre este ano e 2021, a Sonae juntará mais cerca de 445 milhões na otimização das restantes unidades.
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