Nuno Artur Silva já vendeu a Produções Fictícias ao sobrinho
O ex-administrador da RTP, Nuno Artur Silva, disse à TSF que já vendeu a parte que detinha na Produções Fictícias, a empresa que fundou em 1993. Toma posse este sábado como secretário de Estado.
Nuno Artur Silva garantiu que já vendeu a Produções Fictícias, a empresa que fundou em 1993. André Machado Caldeira, sobrinho do futuro secretário de Estado, e Michelle Costa Adrião são os novos proprietários da produtora e do Canal Q. Este era visto como um impedimento à sua tomada de posse como secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, marcada para o próximo sábado.
Em declarações à TSF, o antigo administrador da RTP indicou ter vendido “a empresa às pessoas que a geriram nos últimos anos”, nomeadamente desde 2015, quando assumiu o pelouro dos conteúdos na estação pública. O novo governante não deu mais detalhes acerca da operação nem dos compradores.
Nuno Artur Silva e a mulher, Ulla Madsen, venderam as quotas da Produções Fictícias a André Machado Caldeira por 150 mil euros — que além de diretor executivo do canal Q é sobrinho do futuro secretário de Estado –, e a Michelle Costa Adrião, diretora financeira da produtora, no valor de 30 mil euros, avança o Observador (acesso livre).
Segundo o Observador, o contrato de cessão de quotas foi realizado a 18 de outubro, três dias antes de se saber que Nuno Artur Silva seria o futuro secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media. No entanto, esta venda não deverá impedir que se realizem contratos entre a Produções Fictícias e o Estado nem a participação da produtora em concursos públicos, já que o laço de parentesco que une Nuno Artur Silva e André Machado Caldeira não constitui nenhuma ilegalidade por lei.
Ao abrigo da lei da transparência para detentores de cargos públicos, sobrinhos, primos, sogros, genros ou noras de detentores de cargos políticos não estão abrangidos por quaisquer restrições na participação em contratos ou concursos públicos.
Os 19 ministros e respetivos 50 secretários de Estado, entre os quais está Nuno Artur Silva, vão tomar posse este sábado. O homem que foi afastado da estação pública devido à própria participação na Produções Fictícias vai ficar responsável, entre outras coisas, pela própria RTP, da qual o Estado é o único acionista.
(Notícia atualizada às 17h33)
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