União Europeia aceita adiamento do Brexit até 31 de janeiro de 2020
União Europeia aceita adiamento do Brexit até 31 de janeiro de 2020. O anúncio foi feito por Donald Tusk, acrescentando que a decisão deverá agora ser "formalizada através de um procedimento escrito".
À terceira será de vez? Nem 29 de março de 2019, data inicialmente marcada para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Nem 12 de abril, data do primeiro adiamento. Nem 31 de outubro, limite acordado para o segundo pedido de adiamento. A União Europeia aceitou esta segunda-feira voltar a estender o prazo de saída do Brexit até 31 de janeiro de 2020.
O anúncio foi feito esta manhã por Donald Tusk e já depois de ter sido conhecido que Emmanuel Macron aceitava a extensão por mais três meses, já que França era o único país a colocar entraves a este adiamento. O presidente do Conselho Europeu escreveu que “a UE27 chegou a acordo para aceitar o pedido do Reino Unido para uma extensão flexível do Brexit até 31 de janeiro de 2020”.
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Donald Tusk acrescenta que a decisão deverá agora ser “formalizada através de um procedimento escrito”. Segundo o presidente do Conselho Europeu, isto significa que este prazo pode ser encurtado caso o Reino Unido consiga um acordo para o Brexit e que este aprovado no Parlamento britânico. A extensão deverá ter sido aprovada na reunião de embaixadores desta manhã em Bruxelas.
Este adiamento supõe que Londres designe um candidato para integrar a nova Comissão Europeia. O primeiro-ministro britânico tinha recusado propor um candidato, invocando que o Reino Unido estaria fora da UE a 1 de novembro, data prevista para a entrada em funções da comissão de Ursula von der Leyen. Segundo a Bloomberg (acesso pago), o processo de nomeação poderá demorar até janeiro e, por isso, pode ser que o comissário indigitado nem chegue a tomar posse.
Além de garantir uma saída sem acordo, este adiamento permite ainda que o Reino Unido avance com eleições antecipadas (possivelmente no início de dezembro), com o intuito de esclarecer de forma definitiva a posição do Parlamento britânico sobre o Brexit. Ainda assim, para marcar eleições Boris Johnson precisa de uma maioria de dois terços, meta difícil de atingir na votação desta segunda-feira na Câmara dos Comuns.
A extensão do prazo levou a libra a valorizar ligeiramente face ao euro e ao dólar (menos de 0,1% em ambos os casos), bem como aos juros das dívidas soberanas da Zona Euro a subirem, com o benchmark do euro, as Bunds alemãs a dez anos, a subirem para “terreno” menos negativo, em -0,35%. No caso de Portugal, a yield das obrigações a dez anos avança para 0,24% (contra o fecho de 0,21% na sexta-feira). Em sentido contrário, a yield da dívida do Reino Unido com a mesma maturidade desce para 1,23%.
De acordo com o comentário de research do Bankinter, apesar dos sucessivos adiamentos “o Brexit terá um desfecho positivo”, uma vez que não haverá fronteiras fisicas entre as duas irlandas (o chamado backstop) e, por isso, o “comércio de bens não será muito afetado, que é o que realmente preocupa o mercado”.
Nas bolsas, os investidores mantêm o sentimento negativo com que iniciaram a sessão. O índice britânico FTSE 100 cede 0,34% após o anúncio da decisão, enquanto o pan-europeu Stoxx 600 recua 0,18%. O francês CAC 40 perde 0,13%, o espanhol IBEX 35 desvaloriza 0,26% e o português PSI-20 desliza 0,02%. Já o alemão DAX resiste à tendência e sobe 0,04%.
O acordo assinado entre Londres e Bruxelas com vista a uma saída com acordo teve os votos favoráveis do Parlamento britânico. Ainda assim, o calendário para a aprovação da legislação necessária foi chumbado pelos deputados, o que inviabilizou a saída prevista para a próxima quinta-feira, 31 de outubro.
(Notícia atualizada às 10h37)
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