Samsung Next: “Adoraríamos investir mais em Portugal”
A Unbabel é o único investimento português do fundo da Samsung dedicado a startups. A diretora Christina Bechhold Russ conta que ficou "impressionada" com a capacidade técnica que encontrou no Porto.
O fundo de investimento em startups da Samsung está à procura de oportunidades em Portugal. Com 65 investimentos (dos quais apenas um é português), o objetivo é expandir. Em entrevista ao ECO a partir do Web Summit, a diretora do Samsung Next, Christina Bechhold Russ, conta como está a construir relações em Portugal, não só entre empreendedores mas também com outros investidores.
“Temos um investimento em Portugal: a Unbabel”, começa por explicar Bechold Russ, sobre a startup português. O fundo que gere foca-se em financiamento seed a series B e exclusivamente a software e services, sendo que compra participações entre 1% e 5%. O objetivo é procurar soluções que possam adaptar-se aos dispositos da Samsung.
É o que está a fazer com a Unbabel, tecnológica que desenvolveu uma plataforma de tradução a partir de inteligência artificial. “Temos trabalhado muito de perto para encontrar formas de a Unbabel trabalhar com a Samsung a nível global”, diz. Apesar de ainda não haver nenhum acordo específico, a diretora do fundo conta que a empresa tem tido encontros na sede da Samsung, na Coreia.
Porto capta atenção da Samsung
Mas esta não é a única empresa portuguesa para a qual o fundo está a olhar. “Adoraríamos encontrar mais investimentos em Portugal, particularmente no Porto. Não só é uma cidade linda, como fiquei impressionada pelo talento técnico que lá encontrei. Estive no Porto pela primeira vez há três anos e fiquei muito impressionada pela Universidade do Porto e por todas as empresas”, afirmou.
A diretora do Samsung Next participou este ano pela primeira vez na Web Summit, mas já conhece Portugal, não poupando elogios ao Porto. Nos últimos cinco anos, empresas estrangeiras como a Xing, Critical Techworks, Blip, Vestas, Natixis ou Euronext escolheram a cidade para instalarem centros de investigação e desenvolvimento, sendo que o número de projetos de investimento direto estrangeiro na região norte aumentou 71%.
“Fizeram um ótimo trabalho na construção de um ecossistema local de empreendedores, engenheiros, mentores e resultados. É também um ótimo local para viver e penso que as pessoas se sentem atraídos pelo estilo de vida. Não é algo que se possa desvalorizar. Parece realmente que o Porto é neste momento o centro“, considera a diretora do Samsung Next.
Avaliações mais baixas criam oportunidades
Então porque é que ainda não há mais investimentos? “Ainda estamos a construir uma rede de contactos. Uma das coisas que gostaríamos era de construir uma relação com os fundos locais e business angels em Portugal”, explica Christina Bechhold Russ.
O fundo começou nos Estados Unidos e é ainda lá que tem maior número de participações. Na Europa, está apenas há dois anos. Apesar disso, Bechold Russ acredita que há oportunidades na região, especialmente devido às elevadas avaliações do outro lado do Atlântico.
“Silicon Valley sempre foi um sítio com avaliações mais elevadas. É historicamente verdade e penso que continuará a ser, mas penso que é uma das razões pelas quais os investidores estão tão entusiasmados com a Europa. Vejo muito dinheiro vindo dos EUA e mais negócios a serem feitos porque as avaliações estão mais baixas. É um bom momento para novos ecossistemas“, acrescentou.
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