Governo quer ter a primeira refinaria de lítio da Europa… no Porto de Leixões
João Galamba não garante que Portugal venha a ter mais minas de lítio, mas acredita que poderá convencer empresas europeias a trazer para cá uma refinaria.
O secretário de Estado da Energia não garante que Portugal venha a ter mais minas de lítio, mas acredita que o estudo ambiental venha a ser aprovado e, nessa altura, poderá convencer empresas europeias a trazer para território nacional uma refinaria. Isto porque, atualmente, não há na Europa nenhuma refinaria para a produção deste material.
“Queremos dar um passo em frente, instalar a refinação e isso também nos posiciona para atrair investimentos em fábricas de baterias, ou de cátodos, ou de powerwalls. Se já se sabe que quem vai ficar com as fábricas de baterias para carros elétricos é o centro da Europa, isso não me preocupa muito. Só temos de garantir que na cadeia do lítio temos cá o elemento com maior valor acrescentado e que é a produção de hidróxido de lítio“, disse João Galamba, em entrevista ao Público (acesso pago).
Para o governante, a ideia passa por apostar no Porto de Leixões, devido à proximidade com as zonas onde poderá ser feita a extração, mas também porque faz sentido instalar a refinaria onde esta também possa receber concentrados de lítio de outros projetos mineiros internacionais. “Este é que é o nosso projeto e a dimensão extrativa da nossa estratégia está diretamente relacionada com isso”, explica.
De acordo com o secretário de Estado, a Comissão Europeia está a discutir a criação dos critérios europeus que irão definir quem pode ser fornecedor nesta cadeia. “Quando as pessoas dizem que o nosso lítio é mais caro do que o chileno, por exemplo, isso não interessa para nada. Na China, na Austrália ou na América do Sul até podem produzir lítio a um terço do valor em Portugal, mas, se não cumprirem os standards, não podem ser fornecedores da União Europeia“, justificou.
No futuro concurso para prospeção e pesquisa nas nove áreas identificadas pelo Governo, ficará também expresso que a valorização do lítio é feita em território nacional, cumprindo uma de três hipóteses: ou constrói uma refinaria, ou se associa a um consórcio para construir, ou fornece a uma que já existe. “Nós não podemos exigir nem à Savannah nem à Lusorecursos que construam uma refinaria. Os contratos de exploração que eles têm são contratos mineiros”, disse.
“Mas podemos garantir que todos os pedidos de prospeção e pesquisa que nos chegaram, e os que vamos lançar em concurso, vão cumprir esses critérios”, rematou.
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