Portugal fez progressos mas “ainda há muito por fazer”, alerta Trichet

Em Lisboa, o antigo presidente do BCE elogiou o progresso da economia portuguesa e até falou do crescimento acima da média do euro, mas alerta que ainda há muito por fazer, e que o trabalho é difícil.

O antigo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, defendeu esta sexta-feira que Portugal fez progressos “encorajadores” em circunstâncias muito difíceis, mas alerta que “ainda há muito por fazer”, e parte desse trabalho é difícil. O principal desafio da economia portuguesa é aumentar a produtividade e o potencial de crescimento.

“Portugal é uma das histórias de sucesso de que podemos falar. Portugal foi muito afetado durante a crise”, disse o francês, à margem de uma conferência promovida pelo Banco de Portugal em Lisboa, e disse que apesar das “circunstâncias muito difíceis” conseguiu progressos encorajadores.

“Os progressos que foram alcançados são encorajadores. Os últimos dados do crescimento trimestral são razoavelmente mais altos que a média da zona euro. Mas ainda há muito trabalho difícil por fazer, claro”, disse.

Questionado sobre quais devem ser as prioridades para a economia portuguesa, o antigo responsável do BCE, antecessor de Mario Draghi, defendeu que “o maior desafio de Portugal é aumentar o crescimento da produtividade”, e, em consequência, aumentar o potencial de crescimento da economia portuguesa.

Jean-Claude Trichet reforçou, no entanto, o alerta que já tinha feito: “Ainda há muito por fazer”.

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CMVM alerta para obrigações legais dos contratos de derivados

  • Lusa
  • 15 Novembro 2019

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários alerta para obrigações de contratos de derivados, incluindo as regras de transparência e de estabilidade nos mercados para evitar novas crises financeiras.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou esta sexta-feira para as obrigações de contratos de derivados, incluindo as regras de transparência e de estabilidade nos mercados para evitar novas crises financeiras.

O Regulamento Europeu de Infraestruturas do Mercado, vulgarmente designado por EMIR (acrónimo da designação inglesa European Market Infrastructure Regulation) introduz deveres legais às entidades envolvidas na transação de contratos de derivados, em particular dos negociados fora de mercado, ao balcão ou mercado de balcão (over the counter), refere a CMVM numa nota explicativa publicada esta sexta-feira.

Este regulamento, de aplicação direta e obrigatória em todos os Estados Membros, em vigor desde 2012, surgiu na sequência da crise financeira de 2007/2008, em resultado de recomendações das reuniões do G20 em Londres e Pittsburg, em 2009, com o objetivo de reforçar a supervisão, aumentar a transparência e reduzir os riscos inerentes aos contratos de derivados, sobretudo daqueles que são negociados fora de mercado.

A CMVM, na nota publicada, alerta as empresas acerca dos procedimentos necessários antes de celebrar um contrato de derivados, para a garantir que, após a contratação, reúne as condições para cumprir as obrigações legais no âmbito do EMIR.

“Assim, antes de celebrar um contrato desta natureza, uma empresa deve”, alerta a CMVM, enumerando os cuidados a ter, entre os quais verificar se o contrato de derivados a celebrar corresponde a um instrumento financeiro sujeito aos deveres impostos pelo EMIR.

Os derivados são instrumentos financeiros cujo valor e evolução futura deriva do valor de um determinado ativo subjacente, como uma ação, um índice, uma mercadoria ou uma taxa de juro.

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Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra selecionada

  • ECO + Banco de Portugal
  • 15 Novembro 2019

A Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra é uma das instituições selecionadas do Prémio Jacinto Nunes 2018/2019.

O Banco de Portugal premeia anualmente a prestação dos melhores alunos da licenciatura em Economia do país.

O Prémio Jacinto Nunes – economista de renome que foi ministro das Finanças e também governador do Banco de Portugal – distingue para cada um dos estabelecimentos de ensino selecionados, o aluno que, no ano anterior, tenha obtido a média final de licenciatura em Economia mais elevada.

Com este prémio, o Banco de Portugal pretende contribuir para a valorização do mérito e o desempenho individual dos alunos de uma licenciatura que se debruça sobre uma área de estudos central para a missão que leva a cabo.

A Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra encontra-se na lista das 12 escolas de Economia do país selecionadas.

A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar na sede do Banco de Portugal no dia 21 de novembro onde o melhor aluno de cada uma destas 12 instituições irá receber três mil euros, como prevê o respetivo regulamento.

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Faculdade de Economia da Universidade do Porto selecionada

  • ECO + Banco de Portugal
  • 15 Novembro 2019

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto é uma das instituições selecionadas do Prémio Jacinto Nunes 2018/2019.

O Banco de Portugal premeia anualmente a prestação dos melhores alunos da licenciatura em Economia do país.

O Prémio Jacinto Nunes – economista de renome que foi ministro das Finanças e também governador do Banco de Portugal – distingue para cada um dos estabelecimentos de ensino selecionados, o aluno que, no ano anterior, tenha obtido a média final de licenciatura em Economia mais elevada.

Com este prémio, o Banco de Portugal pretende contribuir para a valorização do mérito e o desempenho individual dos alunos de uma licenciatura que se debruça sobre uma área de estudos central para a missão que leva a cabo.

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto encontra-se na lista das 12 escolas de Economia do país selecionadas.

A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar na sede do Banco de Portugal no dia 21 de novembro onde o melhor aluno de cada uma destas 12 instituições irá receber três mil euros, como prevê o respetivo regulamento.

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Francisco Ramos denuncia “campanha organizada” sobre alegada falta de acesso a medicamentos

  • Lusa
  • 15 Novembro 2019

Francisco Ramos acusa empresas farmacêuticas de se envolverem numa campanha para “montar alarmismo” sobre a alegada falta de acesso de portugueses a medicamentos inovadores para o cancro.

O ex-secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, acusou esta sexta-feira empresas farmacêuticas e responsáveis de organizações médicas de se envolverem numa campanha para “montar alarmismo” sobre a alegada falta de acesso de portugueses a medicamentos inovadores para o cancro.

Na abertura do Fórum do Medicamento, que decorre esta sexta-feira em Lisboa, Francisco Ramos disse que nas vésperas das eleições legislativas de 06 de outubro se assistiu a uma “campanha organizada com a colaboração de empresas e responsáveis de organizações médicas” com o intuito de “montar algum modelo de alarmismo”, dando a entender que os portugueses não estavam a ter o melhor acesso aos medicamentos inovadores.

O ex-secretário de Estado da Saúde, que deixou o anterior Governo há cerca de um mês, referia-se a notícias divulgadas antes das eleições em que médicos denunciavam dificuldades no acesso a fármacos inovadores na área oncológica, apontando barreiras à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

Para Francisco Ramos, o estudo que será divulgado esta sexta-feira no Fórum do Medicamento sobre acesso aos medicamentos hospitalares vem “aparentemente desmentir as dificuldades no acesso”.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Ramos insistiu na visão de que o estudo sobre acesso a medicamentos apresentado esta sexta-feira vem “desmentir as notícias alarmistas de dificuldades” de acesso à inovação.

“Não só os casos não aprovados [pela Autoridade do Medicamento] são residuais como o tempo entre o pedido (de utilização excecional de um medicamento) e a compra é relativamente curto”, afirmou.

Segundo o Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar, no que respeita a medicamentos inovadores, mais de 80% dos pedidos de autorização excecional de fármacos feitos pelos hospitais foram aprovados pelo Infarmed no ano passado.

Assim, a maioria dos hospitais utiliza medicamentos inovadores ainda sem autorização de introdução do mercado ou já com autorização, mas sem a decisão de financiamento.

O estudo aponta para uma taxa de aprovação pela Autoridade do Medicamento – Infarmed entre os 80% e os 89%.

No ano passado, o Infarmed aprovou 89% dos pedidos de autorização de uso excecional de medicamentos inovadores que ainda não tinham autorização de introdução no mercado (foram aprovados 238 dos 279 pedidos iniciados pelo médico). A título de exemplo, o caso do medicamento para a bebé Matilde, com atrofia muscular espinhal, insere-se nestes pedidos de excecionais antes da autorização de introdução no mercado.

Mais pedidos de autorização excecional surgem da parte dos hospitais na fase em que o medicamento já está aprovado no mercado, mas ainda não tem decisão de financiamento pelo SNS.

De 1778 pedidos feitos por médicos no ano passado, foram submetidos ao Infarmed 1.739 e aprovados 1.494, tendo sido indeferidos 236.

O estudo que é apresentado esta sexta-feira conclui ainda que a complexidade dos processos, a falta de recursos humanos e a lentidão dos processos e de cabimentação são os maiores desafios à introdução de novos medicamentos.

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Huawei começa a vender smartphone dobrável sem tecnologia norte-americana

  • Lusa
  • 15 Novembro 2019

Huawei começou a vender o seu telemóvel inteligente dobrável sem aplicações do Google ou chips fabricados nos Estados Unidos. O MateX está à venda na loja online da empresa na China.

O grupo chinês de telecomunicações Huawei começou esta sexta-feira a vender o seu telemóvel inteligente dobrável sem aplicações do Google ou chips fabricados nos Estados Unidos, após Washington banir o fornecimento de tecnologia-chave para a empresa.

O MateX foi colocado à venda na loja online da Huawei na China e concorre com o Galaxy Fold, lançado em setembro pela sul-coreana Samsung.

A Huawei, a primeira marca chinesa global, está a lutar para preservar o seu negócio após, em maio passado, o Governo norte-americano ter emitido uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia crítica à empresa.

Washington acusa a Huawei de cooperar com o Governo chinês e os seus serviços de inteligência e de representar um risco para a segurança nacional dos EUA.

O MateX teve que recorrer aos chipsets Kirin 980 e Balong 5000, de fabrico próprio, e alternativas chinesas para aplicações de música, mapas e outros serviços oferecidos pela Google.

O novo smartphone usa o sistema operacional EMUI 9 da Huawei, que é baseado no sistema Android da Google. As autoridades norte-americanas dizem que as empresas poderão vender alguns produtos para a Huawei, mas ainda estão dependentes de licenças emitidas pelo Departamento de Comércio norte-americano.

A Huawei ainda não anunciou planos de vendas fora da China para o MateX.

Em setembro passado, a empresa lançou um sistema operacional próprio, o HarmonyOS, que disse poder substituir o Android, caso seja necessário.

O grupo chinês informou que, nos primeiros nove meses do ano, as vendas aumentaram 24,4%, para o equivalente a 78 mil milhões de euros. O presidente do grupo, Liang Hua, alertou em julho, no entanto, para que a empresa “enfrentaria dificuldades” no segundo semestre.

Esta semana, a Huawei anunciou que vai pagar um bónus total equivalente a 258 milhões de euros, a ser distribuído por 90.000 funcionários que trabalham no desenvolvimento de ‘chips’ e em outras unidades da empresa, como recompensa, por ajudarem a superar as sanções impostas pelos EUA.

A força de trabalho completa de 180.000 funcionários da Huawei também receberá um mês extra de salário, informou a empresa.

Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro. Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação do grupo.

A empresa nega as acusações dos EUA de que está sujeita a cooperar com a espionagem chinesa.

A empresa é o segundo maior fabricante de telemóveis inteligentes do mundo, atrás da Samsung Electronics Ltd., e a maior fabricante de equipamentos de rede para operadoras de telecomunicações.

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Católica Lisbon School of Business & Economics selecionada

  • ECO + Banco de Portugal
  • 15 Novembro 2019

A Católica Lisbon School of Business & Economics é uma das instituições selecionadas do Prémio Jacinto Nunes 2018/2019.

O Banco de Portugal premeia anualmente a prestação dos melhores alunos da licenciatura em Economia do país.

O Prémio Jacinto Nunes – economista de renome que foi ministro das Finanças e também governador do Banco de Portugal – distingue para cada um dos estabelecimentos de ensino selecionados, o aluno que, no ano anterior, tenha obtido a média final de licenciatura em Economia mais elevada.

Com este prémio, o Banco de Portugal pretende contribuir para a valorização do mérito e o desempenho individual dos alunos de uma licenciatura que se debruça sobre uma área de estudos central para a missão que leva a cabo.

A Católica Lisbon School of Business & Economics encontra-se na lista das 12 escolas de Economia do país selecionadas.

A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar na sede do Banco de Portugal no dia 21 de novembro onde o melhor aluno de cada uma destas 12 instituições irá receber três mil euros, como prevê o respetivo regulamento.

 

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ARC Ratings melhora perspetiva de Portugal para “positiva”

  • ECO
  • 15 Novembro 2019

A agência de notação financeira reafirmou o rating de Portugal, mas justifica a subida do outlook com a melhoria da economia e com as expectativas de que a consolidação orçamental vai continuar.

A agência de notação financeira ARC Ratings melhorou o outlook (perspetivas de evolução) de Portugal para “positivo”, justificando a decisão com a melhoria da economia e com o facto de esperar que o Governo mantenha os esforços de consolidação orçamental nos próximos anos.

“A ARC mudou o outlook do rating de Portugal de estável para positivo baseado na melhoria contínua dos principais indicadores no contexto do crescimento económico, com o aumento da contribuição da componente Investimento do PIB, e com os esforços contínuos de consolidação orçamental, que a ARC assume que vão ser mantidos no curto e médio prazo”, indica a agência de rating numa nota distribuída esta sexta-feira.

Acrescenta ainda que o aumento da resiliência da economia portuguesa face ao exterior e que as melhorias no setor financeiro “também são positivas” para o risco de Portugal.

Ao mesmo tempo que melhorou a perspetiva, o que abre a porta a uma subida da notação da dívida nos próximos meses, a ARC também reiterou o rating de ‘BBB’ de Portugal.

http://videos.sapo.pt/7oZRouHPE6B9rdYV0eCU

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Turismo continua a crescer, mas com sinais de abrandamento. Estrangeiros dormem menos noites em Portugal

Em setembro, o número de turistas a visitar Portugal aumentou para 2,9 milhões, mas os estrangeiros passaram menos noites. As receitas com o turismo atingiram os 498,7 milhões de euros.

Depois de um abrandamento do turismo em julho e de uma recuperação em agosto, setembro mostrou que o setor turístico nacional continua em crescimento, embora com alguns sinais de desaceleração. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os estabelecimentos hoteleiros nacionais receberam 2,9 milhões de hóspedes em setembro, mais 5,2% do que no mesmo mês do ano passado. Para a economia isto refletiu-se em quase 500 milhões de euros em receitas.

Se em setembro do ano passado tinham sido 2,7 milhões de turistas, em setembro deste ano esse número aumentou 5,2%, diz o INE. Os hóspedes estrangeiros levaram a melhor, tendo aumentado 6% para 1,83 milhões, enquanto os residentes no país subiram 3,7% para 1,04 milhões.

Estes números, contudo, mostram uma desaceleração quando comparados com agosto, o mês preferido para passar férias. Nesse mês, o número total de hóspedes tinha subido 6,7%, com destaque para os residentes que tinham aumentado 8,1%.

Mas se o número de hóspedes aumentou face ao ano passado, o tempo que estes passaram em Portugal caiu. De acordo com os dados do INE, a estadia média caiu 1,8% para 2,64 noites, uma quebra que se deveu ao número de noites que os estrangeiros passaram nos estabelecimentos hoteleiros nacionais: caíram 3% para uma média de 2,92 noites.

Chineses vieram em força. Alemães perderam interesse

Embora os hóspedes britânicos continuem a liderar as visitas dos estrangeiros a Portugal, não foram a nacionalidade que mais cresceu: subiram 0,1% para 1,13 milhões de turistas. Aqui, em termos de crescimento, os chineses levaram a melhor com um aumento de 23,8% para um total de 53.450 mil turistas, refere o INE. Atrás aparecem os norte-americanos (21,1% para 322.032 hóspedes) e os brasileiros (14,2% para 291.890 hóspedes).

No lado oposto da tabela estão os alemães, que foram a nacionalidade que mais interesse perdeu: caíram 8,1% para 698.231 hóspedes, à frente dos holandeses (-7,4% para 246.359 hóspedes) e dos suecos (-4,5% para 50.525 hóspedes).

Dormidas no Norte disparam. Madeira continua a perder turistas

Em setembro, registaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões do país, com exceção da Região Autónoma da Madeira, onde este indicador caiu 4,1%. Em termos de crescimento, o Norte e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) destacaram-se com subidas de 8% e 5,1%, respetivamente. O Algarve, por sua vez, concentrou 33,8% das dormidas totais, à frente da AML (23,9%) e o Norte (14,9%).

No que toca às dormidas de residentes em setembro, estas subiram em todas as regiões, exceto na AML, onde caíram 0,3%. Nas subidas o destaque vai para a Região Autónoma dos Açores (+13,1%), Região Autónoma da Madeira (+8,7%) e Algarve (+7%).

Quanto às dormidas de não residentes, realçaram-se os crescimentos no Norte (+10,5%) e na AML (+6,5%).

Receitas sobem para 498,7 milhões. Mas desaceleram face a agosto

Em setembro, refere o INE, embora os proveitos totais com o turismo tenham aumentado 6,7% face a setembro do ano passado para um total de 498,7 milhões de euros, este indicador mostrou uma desaceleração quando comparado com agosto, mês em que tinham subido 7,3% para 635,5 milhões.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, em termos de rendimento médio por quarto ocupado bateu-se os 97,5 euros em setembro, o equivalente a um aumento de 3% face ao ano passado.

Já quanto ao rendimento médio dos quartos disponíveis, este indicador situou-se em 66 euros em setembro, o equivalente a um aumento de 1,2% face ao ano passado. Contudo, aqui, observa-se novamente uma desaceleração face a agosto, mês em que este indicador tinha aumentado 1,7% para 84,6 euros.

(Notícia atualizada às 11h40 com mais informação)

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Como o setor do futuro procura talento (e o convence a ficar)

No mercado há mais de duas décadas, a Glintt encontra soluções para um desafio do presente como se tivesse acabado de chegar. Inês Viana Pinto, responsável de recursos humanos, explica como.

Desde o final de 2017, Inês Viana Pinto gere as pessoas responsáveis pelas equipas de recrutamento, gestão de talento e desenvolvimento da Glintt. A multinacional especialista em soluções tecnológicas na área da saúde está há 20 anos no mercado, emprega mais de 900 pessoas em Portugal mas, nem por isso dá por garantidas a atração e retenção de talento qualificado. “Temos recursos de todos os graus de formação académica, de experiência profissional e isso é um desafio, conseguir ter uma política transversal que consiga chegar a todos eles”, começa por contar Inês Viana Pinto, responsável pelos recursos humanos da Glintt.

“Em resultado do bom trabalho que temos vindo a desenvolver junto dos nossos clientes, estamos a ganhar novos projetos mas, para tal, necessitamos de reforçar a nossa equipa, trazendo mais talento para a Glintt”, sublinha a responsável.

Para atrair talento, a Glintt tem apostado na formação e na reconversão de perfis através de projetos como as Escolas Tecnológicas, que já formaram 90 pessoas em competência de OutSystems, Java e .NET, as Summer Trainees, que desde 2016 já abriu a porta da empresa a 40 alunos, e a Academia Glintt, que nos últimos três anos já contratou 250 jovens talentos.

Num setor onde a oferta escasseia, a Academia Glintt tem sido um dos maiores impulsionadores de atração de jovens talentos, acredita Inês, tanto pelo processo de recrutamento como pelo impacto que tem na cultura empresarial. Todos os anos, a Academia recruta 50 jovens recém-graduados, com licenciatura ou mestrado, nas áreas de engenharia de IT, gestão e ciências farmacêuticas. É uma forma de a empresa “se adaptar à mudança” e “renovar a camada jovem”, afirma Inês. “As pessoas já sabem que em setembro vão entrar 50 novas pessoas e vão ter de as acolher”, reforça.

O onboarding é uma oportunidade para os jovens “tomarem um banho cultural”, metaforiza. “Nós queremos que as pessoas, quando entram, fiquem a conhecer o ADN da Glintt, o que é ser um glintter”, acrescenta a responsável.

Já para quem fica, o desafio é reter. “Temos muito turnover. Somos conhecidos por ser uma empresa-escola e, a partir de um, dois anos, é muito importante conseguirmos reter. São as perspetivas e o feedback que lhes é dado que os faz ficar aqui”, defende a responsável. Os jovens “exigem que haja um acompanhamento constante, preciso de receber feedback quase diário, saber o que está a correr bem, o que posso melhorar e quais os projetos futuros”.

Inês entrou na Glintt em 2013, através de um estágio curricular e conta que o que a fez ficar foi o facto de “nunca se sentir estagnada” e ter “o apoio de uma equipa muito familiar”. Os perfis de IT têm pleno mercado, portanto “é mais difícil estar no top das empresas mais atrativas. O que os faz estar cá tem de ser algo diferenciador”, defende. Uma das soluções passa por “manter os recursos felizes dentro da Glintt”, por isso têm sido desenvolvidos “pequenos projetos com grande significado”, tais como a formação dos líderes na empresa ou a avaliação de bem-estar e ainda programas inclusivos para os colaboradores.

“Há uma questão que temos de contornar, que é a nossa localização e que às vezes pode ser um fator que dificulta a atração de talento”. Para ultrapassar este entrave, a empresa oferece transporte gratuito através de autocarros que todos os dias partem do Cais do Sodré e de Sete Rios, em direção à sede da Glintt, na Beloura. Esta foi uma ideia sugerida pelos colaboradores e vencedora do Win Idea.

A ligação do setor da saúde e da tecnologia é “o futuro”, acredita Inês. “A nível de retenção, é muito difícil termos a fórmula mágica. Acho que passa muito por se viver um bom ambiente. Faz muita diferença sentirmo-nos em casa quando entramos na Glintt”, acrescenta. “Quando entrei em 2013 era uma Glintt mais cinzenta, com menos cor. É isso que temos tentado mudar nos últimos tempos: fazer com que os nossos colaboradores se sintam bem aqui”, garante.

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Jean-Claude Trichet quer um ministro das Finanças para o euro

Em Lisboa, o antigo presidente do BCE diz que a Europa precisa de um ministro das Finanças e que as regras orçamentais criadas durante a crise não devem ser descartadas.

O antigo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, quer ressuscitar a discussão sobre a criação de um ministro das Finanças para o euro, entendendo que o Eurogrupo e a Comissão Europeia não são suficientes para gerir as questões relacionadas com a moeda única. O francês, antecessor de Mario Draghi, advertiu ainda os países para terem cuidado na sua intenção de mudarem as regras orçamentais, reforçadas durante a crise precisamente para evitar novas crises como a da Grécia.

“Sou a favor de um ministro das Finanças da Zona Euro”, disse o antigo líder do BCE numa conferência promovida pelo Banco de Portugal em Lisboa. “Não podemos contar apenas com um ministro ser simultaneamente o presidente do Eurogrupo, porque tem dois trabalhos e não é assim tão fácil um ministro que representa os interesses do seu país” ter um papel de imparcialidade e tempo para lidar com as questões europeias, sublinha o francês.

Jean-Claude Trichet admite que é uma questão “muito difícil”, mas entende que este caminho tem de continuar a ser feito, especialmente se os países do euro quiserem que os princípios da governação económica sejam respeitados, e assim, se evitam que sejam criadas as condições para novas crises, como aconteceu no período que antecedeu 2010.

O antigo líder do BCE aproveitou também para lançar um aviso aos decisores europeus sobre as regras orçamentais europeias. Depois de muita pressão de um grupo de países, entre eles Itália e Portugal, a próxima Comissão Europeia tem no seu programa uma revisão das regras — que tem a oposição da linha dura do Eurogrupo, como a Alemanha. Trichet diz que já ouviu esta conversa, várias vezes, nos anos que antecederam a crise, inclusivamente em 2010, e que não é boa ideia.

“O Pacto de Estabilidade e Crescimento tem alguns constrangimentos, mas também margem de manobra. Em alguns países, as regras nacionais até são muito mais restritivas que as regras do PEC. (…) O que aconteceu no passado, pode acontecer no futuro. Podemos ter uma nova crise“, avisou Jean-Claude Trichet.

Por isso, disse, as alterações que foram feitas nos anos que se seguiram ao resgate da Grécia, com a introdução do pacto orçamental e a criação semestre europeu, “não devem ser postas de lado”.

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O BCE ganhou tempo, agora é tempo de os governos agirem, diz Carlos Costa

O governador do Banco de Portugal diz que é necessário terminar as reformas da arquitetura financeira europeia para preparar o euro para uma crise. Instabilidade financeira pode alimentar populismo.

O governador do Banco de Portugal instou esta sexta-feira os países do euro a agirem e completarem as reformas da arquitetura financeira europeia, como a União Bancária, dizendo que o BCE permitiu aos países ganhar tempo, mas que agora chegou o tempo dos governos agirem. Carlos Costa avisou que o euro ainda não está totalmente capacitado para enfrentar uma nova crise e que a instabilidade financeira pode permitir o crescimento dos movimentos populistas.

Numa conferência sobre os primeiros 20 anos do euro, organizada pelo banco central, Carlos Costa admitiu que a construção e implementação da moeda única “nunca foi fácil ou consensual”, com muitos a preverem uma vida curta à moeda única, mas que o euro não só sobreviveu como se provou ser um sucesso, apesar dos profetas da desgraça.

“Vinte anos depois, e ao contrário das opiniões dos profetas da desgraça — que parecem ter voltado a ficar muito ativos recentemente — o euro está aqui para ficar”, disse Carlos Costa.

No entanto, depois de enunciar os benefícios que o euro trouxe a todos na Zona Euro, o governador do Banco de Portugal deixou o aviso que ainda há muito por fazer e que uma parte muito importante do trabalho incompleto compete aos governos.

“O BCE ganhou tempo, é tempo de agirem”, disse o governador. Entre o que ainda ficou por fazer, disse, está a finalização da União Bancária, da União dos Mercados de Capitais e a transformação do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Em relação ao fundo de resgate do euro, Carlos Costa defendeu novamente que este deve ser transformado num verdadeiro fundo monetário europeu, integrado na lei europeia e com capacidade financeira alargada.

Sem a finalização destas reformas, diz o governador, a Zona Euro não estará completamente preparada para reagir a uma nova crise e a instabilidade financeira que dai resultaria, poderia alimentar os movimentos populistas que já existem espalhados pelos países europeus: “Temos de ter cuidado para não criar um problema de instabilidade financeira, porque criaria muitos problemas que alimentariam os populismos”, disse.

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