Rendas acessíveis falham em Lisboa e Porto. Alastra-se ao resto do país
Desde que o programa entrou em vigor só foram assinados 78 contratos. Desfasamento entre rendas e rendimentos está a afetar Lisboa e Porto, mas alastra-se já para outras cidades em todo o país.
O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) está a falhar. O desfasamento entre o valor das rendas e os rendimentos das famílias continua a ser grande em Lisboa e no Porto, mas está a alastrar-se a mais cidades, como Évora, Leiria, Pombal, Santarém, Tomar, Figueira da Foz, Barcelos e Guimarães.
De acordo com o Público (acesso condicionado), apesar de ter havido uma atualização dos dados das rendas medianas, que permitiu “aproximar a simulação do funcionamento real do programa“, os problemas que existiam persistem. Segundo Aitor Vareo Oro, investigador do grupo Morfologias e Dinâmicas do território do Centro de Estudos em Arquitetura e Urbanismo da FAUP, estes são explicados pela “inacessibilidade severa e em crescimento no atual funcionamento do mercado, onde a diferença entre rendas e rendimentos é cada vez maior e afeta cada vez mais territórios”.
O investigador aponta ainda que o mercado de arrendamento acessível no Porto e em Lisboa parece estar a “repetir dinâmicas de mercado que, já conhecidas em outras cidades europeias”, e que “contaminam as periferias com o aumento do valor fundiário experimentado nos centros urbanos.”.
Além disso, segundo o jornal existem outros territórios, como Évora, Leiria, Pombal, Santarém, Tomar, Figueira da Foz, Guimarães ou Barcelos em que o programa em causa permitiria, em teoria, o acesso à habitação com taxas de esforço inferiores a 35% do rendimento bruto, mas com limitações. Ao mesmo tempo, em territórios como Peniche, Setúbal, Santa Maria da Feira, Caldas da Rainha e Sines baixar o valor dos arrendamentos em 20% já não resolve os problemas de habitação.
O programa tem como destino as famílias de classe média que têm dificuldades em aceder ao mercado de habitação a preços comportáveis. Desde que entrou em vigor, a 1 de julho, só existem 78 contratos assinados em todo o país.
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