Caixa cumpre rácios do BCE para 2020. Dá mais um passo para pagar 300 milhões em dividendos ao Estado

Caixa Geral de Depósitos diz que cumpre com os rácios exigidos pelo BCE com "uma significativa margem". E assim o banco público fica mais perto de pagar 300 milhões em dividendos ao Estado.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) diz que cumpre “com uma significativa margem” os rácios de capital exigidos pelas autoridades regulatórias a partir de 1 de janeiro de 2020. Com isso, o banco público fica mais perto de poder distribuir dividendos de 300 milhões de euros ao Estado.

“Considerando os rácios da CGD em 30 de setembro de 2019, são já cumpridos, com uma significativa margem, todos os novos rácios mínimos exigidos em matéria de CET1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e Rácio Total”, informou esta terça-feira o banco liderado por Paulo Macedo em comunicado enviado ao mercado.

Superar os testes do SPREP — supervisory review and evaluation process, em que o BCE avalia banco a banco e tem em conta variáveis como o modelo de negócio, fundos próprios e liquidez para determinar os requisitos de capital — tinha sido uma das condições enunciadas por Paulo Macedo para que a CGD voltasse a remunerar o acionista, tal como já fez este ano.

O banco do Estado deverá entregar um dividendo de 300 milhões em 2020 com base nos resultados que vai ter este ano. Até setembro, a CGD obteve um lucro de 640 milhões, um resultado impulsionado pela venda dos negócios em Espanha e África do Sul. Mas ainda falta o BCE e o próprio acionista, por exemplo, decidirem o pagamento de dividendos pela CGD.

A CGD chegou a setembro com rácio CET1 fully implemented em 15,65%, mais de cinco pontos percentuais acima do mínimo que é agora exigido. Já os rácios fully loaded Tier 1 e Total do banco fixaram-se em 16,7% e 18,01%, bem acima do que o supervisor exige no início do próximo ano.

Os rácios mínimos de capital são compostos por três camadas. O pilar 1 é o requisito mínimo igual para todos os bancos e onde a exigência do BCE se mantém face ao que pediu para este ano. O pilar 2 é o requisito que resulta do teste de SREP e não há alterações nas exigências para a CGD, um sinal de que o banco mantém o mesmo nível de risco operacional. A terceira camada diz respeito aos buffers, que obriga os bancos a constituir uma almofada adicional de capital em função da sua dimensão ou geografia. Nesta camada houve um ligeiro agravamento para a CGD naquilo que são as exigências em matéria de phased-in, passando de 3,00% para 3,25%.

O BPI foi o primeiro banco a anunciar as exigências de capital para o próximo ano. E o banco dos espanhóis do CaixaBank diz que também cumpre os requisitos.

(Notícia atualizada às 17h43)

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