Melhor dos coupé da Mercedes chega ao CLA
O CLA está próximo do criador deste conceito, o "gigante" CLS. É um coupé, mas falso. Tem quatro portas, mas não perde o espírito mais desportivo. Especialmente com motor a gasolina.
O Mercedes Classe A deu um salto significativo face à anterior geração. Manteve a lógica, completamente diferente da do primeiro modelo da marca da estrela para este segmento, mas ganhou um look muito tecnológico. E muito mais desportivo, apelando a um público cada vez mais jovem. É uma característica que se vê no hatchback, mas é especialmente visível no coupé. O CLA está agora muito mais próximo da restante família de coupés da Mercedes.
Não deixa de ser o coupé do modelo de entrada na gama da fabricante de Estugarda, mas o novo CLA dá ares de muito mais. Se na dianteira é em tudo idêntico ao A, com todo o mérito da Mercedes em termos de design, na traseira está mais próximo do criador deste conceito, o “gigante” CLS. Deslumbra com uma traseira descendente perfeitamente acompanhada pelos farolins que parecem ter sido impressos na “chapa”. Não há qualquer protuberância.
A traseira encaixa muito bem nas vias alargadas que ajudam a completar este ar mais imponente do CLA. E acabam, ambos, por vincar a diferença entre este coupé e a versão limousine do A, apesar de partilharem o facto de terem quatro portas. Sim, este é um falso coupé, mas engana muito bem, graças à linha de tejadilho que mergulha até “lá atrás”, mas também às portas com vidros sem moldura. É sempre fantástico abrir a porta e não ver qualquer rebordo em torno dos vidros.
Estilo paga-se lá dentro. Mas compensa
Todos estes elementos permitiram à marca da estrela apresentar um coupé que se consegue utilizar no dia-a-dia, mas fazendo aquele statement de quem aprecia conduzir um automóvel que acaba por se diferenciar na estrada. Não é muito comum. É um carro para todos os dias, mas este desenho mais aerodinâmico tem os seus custos na utilização familiar.
Se sentados à frente pouca diferença existe face a um A, quem tenta aceder aos lugares traseiros poderá sentir aquele esfregar de cabeça na carroçaria. E, dependendo da altura, o tejadilho pode acabar por dar cabo daquele penteado que demorou meia hora a fazer. É a fatura do estilo coupé, a que se junta outro custo, o da bagageira mais limitada. Ainda assim, dá para transportar 460 litros.
Ao volante, o coupé só “empecilha” no campo da visibilidade, tendo em conta a linha de cintura muito elevada e o óculo traseiro “deitado”. Mas para isso há solução. Basta, nas manobras, olhar para o sofisticado sistema de interface Mercedes-Benz User eXperience (MBUX) — conceito de duplo ecrã da Mercedes é um must — para ver tudo o que se passa à volta do CLA. É uma das imensas funcionalidades deste sistema totalmente personalizável ao gosto de cada dono.
Com direito ao ronco a gasolina
O estilo do CLA pede um automóvel mais próximo do solo. E foi isso mesmo que a Mercedes fez, reduzindo a suspensão em 15 milímetros, o que, em conjunto com as maiores dimensões deste novo modelo face à anterior geração, acaba por dar ajudar à sensação de estarmos perante um modelo de gama superior. É uma melhoria também em termos de estabilidade, mas também de controlo do carro, apesar de se traduzir numa ligeira perda de conforto, especialmente em superfícies mais acidentadas. Os ocupantes abanam, mas o resto não. A montagem e a qualidade dos materiais é de topo.
Com o CLA mais perto do chão, uma direção mais precisa, como se comporta na condução? Este CLA é o 200. Não é diesel, é a gasolina, mas sobrealimentado. Há direito a ronco, embora suave. É, pasme-se, um 1.3 capaz de debitar 163 cv que, aliados à caixa de dupla embraiagem com sete velocidades (7G-DCT), são capazes de um desempenho convincente. O arranque é suficientemente rápido, cumprindo os 0 – 100 km/h em 8,2 segundos, mas mais impressionante é a leveza com que sobe de regime até velocidades mais elevadas.
É um motor elástico quanto baste. Com o Confort selecionado, é civilizado, respondendo bem sempre que solicitado, enquanto no Sport quase nem precisa ser incitado. Mantém a rotação elevada para uma resposta rápida ao mais pequeno toque no acelerador. É um modo de condução que dá corpo ao espírito mais desportivo deste coupé, com o devido custo em termos de consumos. A marca anuncia 5,6 litros aos 100 km, mas um pé mais pesado empurra-os para os 7/8 litros.
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