PS responde em janeiro ao veto de Marcelo na contratação pública

O Presidente da República vetou as alterações à lei da contratação pública aprovadas pelo Parlamento. O PS vai corrigir e apresentar uma nova proposta no início de janeiro.

O grupo parlamentar do PS vai apresentar no início de janeiro um novo diploma para alterar as regras da contratação pública onde acomodará os alertas deixados pelo Presidente da República quando vetou a legislação aprovada pela Assembleia da República. Os socialistas esperam ter a “maioria necessária” para aprovar o diploma, nomeadamente a abstenção do PSD, lembrando que na especialidade aprovaram propostas de todos os partidos.

O grupo parlamentar do PS está a trabalhar no sentido de responder às dúvidas e preocupações do Presidente da República“, adianta o deputado socialista Carlos Pereira ao ECO, referindo que a “ideia é garantir que no início da sessão legislativa seja obtida a maioria necessária para acomodar as preocupações e aprovar o diploma“. Na ótica do PS e do Governo, a aprovação desta legislação é necessária para a absorção dos reforçados fundos europeus nos próximos anos, cujo prazo de execução é apertado.

Carlos Pereira faz questão de lembrar que o “PS aprovou na especialidade propostas de todos os partidos”, dando uma “grande transversalidade” ao diploma final. A essas mudanças vão juntar-se os “pedidos” de Marcelo Rebelo de Sousa, os quais os socialistas já tinham dito que eram “acomodáveis”. As alterações, aliás, vão cingir-se a esses aspetos apenas, pelo menos do lado do PS.

Foi a 5 de dezembro que o atual Presidente da República e recandidato ao cargo decidiu vetar o diploma do Parlamento que agiliza as regras da contratação pública de projetos financiados por fundos comunitários. Em concreto, a legislação cria medidas especiais de contratação pública, altera o Código dos Contratos Públicos e muda também o Código de Processo nos Tribunais Administrativos.

Na justificação do veto, Marcelo reconhecia a necessidade de fazer alterações. “É naturalmente compreensível – e até desejável – a necessidade de simplificação e de aperfeiçoamento de procedimentos em matéria de contratação pública que possam, com rigor, implicar a melhoria das condições de vida dos Portugueses e permitir flexibilizar a atribuição e a alocação dos referidos fundos, num contexto excecional, como o que atualmente vivemos, e dentro dos prazos muito limitados que estarão previstos nos respetivos regulamentos“, escreveu.

Contudo, o Presidente da República alertava que a simplificação necessitava de uma “contrapartida”, isto é, uma “atenta preocupação com o controlo, mesmo se a posteriori, da legalidade e da regularidade dos contratos, exigido pela transparência administrativa“. Em concreto, Marcelo pedia mudanças na legislação em duas áreas: “um mais elaborado tratamento dos efeitos do controlo a posteriori pelo Tribunal de Contas quanto ao adjudicante e ao adjudicatário”; e garantias sobre “a composição e funções da nova comissão independente de acompanhamento e fiscalização”.

PS satisfaz preocupações de Marcelo. Parlamento vai nomear presidente da nova comissão

É a essas preocupações que o PS pretende responder. “Por um lado, clarificar os aspetos relativos à nomeação dos membros da comissão independente e, por outro, encontrar os mecanismos mais apropriados para que a identificação das irregularidades e ilegalidades por parte do Tribunal de Contas possam ter o respetivo seguimento”, explica Carlos Pereira.

Assim, é expectável que passe a ser o Parlamento a nomear o presidente da comissão independente para vigiar novas regras, que foi proposta pelo PSD, sendo dada uma especial atenção às incompatibilidades dos seus membros. Além disso, deverá ficar prevista na legislação uma maior exposição pública da atividade desta comissão e uma maior articulação com o Tribunal de Contas para que se dê seguimento aos casos suspeitos.

A apresentação do novo diploma logo no início de janeiro será importante para ter o “edifício jurídico completo e adequado” para a utilização dos fundos europeus que chegarão a Portugal. Além do dinheiro que está por usar do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020 e do novo QFP 2021-2017, o país contará com verbas a fundo perdido do fundo de recuperação da União Europeia (apelidado Próxima Geração UE), as quais têm um período de execução mais curto, tendo o objetivo de ajudar a recuperação da economia portuguesa e europeia. No total, nos próximos anos, Portugal deverá receber cerca de 57 mil milhões de euros.

Carlos Pereira argumenta que o Parlamento e o Governo têm de “assegurar que o país não fica com fundos perdidos” e que “tudo possa ser bem executado”. Além da legislação, o deputado do PS aponta também para a necessidade de aumentar as qualificações e a preparação das entidades competentes.

Esta nova legislação vem trazer várias mudanças ao processo de contratação pública. O objetivo geral é de diminuir prazos e aumentar os limiares acima dos quais os processos são mais escrutinados a priori (e por isso mais lentos), apostando na fiscalização a posteriori. É de notar que algumas das mudanças acordadas para os procedimentos pré-contratuais são temporárias, até 31 de dezembro de 2022, e não é por acaso: as verbas do PRR têm de ser contratualizadas até 2023 e os projetos têm de ser finalizados até 2026.

A nova legislação prevê também que possa ser dispensada a análise de custo-benefício quando se trata da execução de projetos financiados ou cofinanciados por fundos europeus e ainda a possibilidade de adjudicação a um preço mais elevado desde que o preço não exceda em 20% o preço base, mas só se for de forma excecional e “por motivos de interesse público devidamente fundamentados”.

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Défice está abaixo da meta anual, mas economistas pedem cautela

Os economistas consultados pelo ECO não ficaram convencidos com os números do défice e alertam que, para já, não há razões para otimismo.

Entre janeiro e setembro, o défice orçamental atingiu os 4,9% do PIB. Face ao ano anterior (excedente de 0,7% até setembro), este valor representa um forte agravamento, que é justificado pela pandemia, mas face à meta anual do Governo de 7,3% do PIB é positivo — à primeira vista. No entanto, os economistas consultados pelo ECO recomendam cautela e não excluem que o défice possa piorar significativamente no quarto trimestre.

Não me parece que o valor de 4,9% nos 9 primeiros meses signifique uma perspetiva mais otimista no final do ano“, responde ao ECO Francisca Guedes de Oliveira, professora da Católica Porto Business School. Para a economista “a reabertura da economia no verão ajudou, mas o deficit é cumulativo pelo que deve chegar ao final do ano muito próximo da previsão do Governo”.

Uma opinião partilhada por António Afonso, professor do ISEG, que realça a incerteza sobre a parte final do ano e o seu potencial impacto nas contas públicas. Ao ECO, o economista não exclui a hipótese de o défice chegar aos 8% do PIB em 2020, o que “pode ainda ser provável” face à crise pandémica.

Apesar de o défice até setembro ficar abaixo da meta anual, ainda falta saber qual será o impacto da segunda onda de infeções e das restrições no quarto trimestre para tirar conclusões sobre o conjunto do ano. Ainda que os economistas antecipem um impacto económico bem inferior ao do segundo trimestre, é expectável que este período leve a uma nova queda das receitas do Estado e a um aumento da despesa.

Esse impacto poderá ser suficiente para agravar novamente o défice orçamental, após a melhoria registada no terceiro trimestre (face ao segundo trimestre). Apenas o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um défice (-8,4%) superior ao do Governo, mas a previsão é de outubro pelo que poderá estar desatualizada. As restantes instituições — Conselho das Finanças Públicas (setembro), Comissão Europeia (novembro) e OCDE (dezembro) — alinham com os números do Ministério das Finanças.

Mas há ainda outro aspeto que não pode ser descurado e cujo efeito poderá só ser relevado daqui a vários meses: as correções que ainda podem vir a ser feitas aos impostos e contribuições que foram adiados. O défice orçamental de 4,9% do PIB até setembro assume uma receita equivalente a 1% do PIB que ainda não foi encaixada nos cofres do Estado e que poderá não ser recebida integralmente. Tal dependerá do incumprimento dos contribuintes que beneficiaram do adiamento do pagamento de impostos.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), havia ainda 2.045,3 milhões de euros de impostos e contribuições dos cidadãos e das empresas por pagar no final do terceiro trimestre. “Todos os anos existem alguns ajustamentos, mas é evidente que este ano os valores são substanciais. É sempre um perigo controlado, mas não deixa de ser um fator de risco“, alerta Francisca Guedes de Oliveira.

Ao ECO, Ricardo Cabral, professor da Universidade da Madeira, diz não estar “muito preocupado” com o valor do défice, admitindo que estes dados estão em linha com as previsões do Governo para o conjunto do ano. Este valor pode ser “sintomático” de que a atividade económica “não caiu tanto quanto se temia”, mas antevê um impacto mais “grave” nos cidadãos e empresas do quarto trimestre por causa das restrições porque os “apoios foram menores” face ao segundo trimestre. Falta saber se isso se refletirá nos valores do PIB e do défice.

Francesco Franco, professor da Nova SBE, diz ter ficado “surpreendido” pela positiva com os valores do défice, os quais indicam que a relação entre as contas pública e o PIB esteja “alterada relativamente ao normal”. O economista esperava um défice maior, mas avança várias explicações: os apoios como o lay-off, o adiamento dos impostos e a composição do impacto da pandemia. Este último ponto refere-se à possibilidade de a pandemia ter tido maior impacto em setores que contribuem menos com receitas fiscais face ao contributo que dão ao crescimento económico. “Provavelmente todas estas explicações participam neste resultado”, remata.

Não foi possível obter uma reação do Ministério das Finanças aos números do défice do terceiro trimestre.

(Notícia atualizada às 11h35 com o contributo de Francesco Franco)

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86% dos contratos públicos na saúde celebrados este ano foram por ajuste direto

Os contratos públicos na saúde celebrados este ano já totalizam mais de 65 milhões de euros. Março foi o mês de maiores gastos.

A maioria dos contratos públicos na saúde celebrados este ano foi por ajuste direto. Entre mais de 3.200 contratos fechados até novembro, 86% seguiram o regime geral de ajuste público, de acordo com os dados publicados no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O valor destes contratos totaliza os 50,4 milhões de euros.

Os contratos realizados neste regime têm sido elevados neste ano marcado pela pandemia, sendo que podem também estar enquadrados no decreto-lei que regulamenta o momento de urgência imperiosa causado pelo surto de Covid-19 em Portugal. Este diploma abrange a aquisição de equipamentos de proteção individual, bens necessários à realização de testes à Covid-19, equipamentos e material para unidades de cuidados intensivos, medicamentos e outros dispositivos médicos.

Estão ainda incluídos “serviços de logística e transporte, incluindo aéreo, relacionados com as aquisições, a título oneroso ou gratuito, dos bens referidos nas alíneas anteriores, bem como com a sua distribuição a entidades sob tutela do membro do Governo responsável pela área da saúde ou a outras entidades públicas ou de interesse público às quais se destinem”, segundo se lê no diploma.

O Governo já gastou mais de 65 milhões de euros com contratos públicos na saúde este ano, até novembro. Três quartos deste montante foram por ajuste direto. Já 20% foi ao abrigo do acordo-quadro (Art.º 259º.), que abrange aqueles cujos termos não abranjam todos os seus aspetos submetidos à concorrência.

Foram ainda celebrados 82 contratos por consulta prévia, no valor de 1 milhão de euros, e quatro contratos por concurso público, no valor de 846 mil euros. Outros 22 foram ao abrigo do acordo-quadro (Art.º 258º.), no montante de 26 mil euros, que contemplam aqueles cujos termos abranjam todos os seus aspetos submetidos à concorrência e nos quais se deve adotar também pelo ajuste direto.

Os gastos com contratos públicos na saúde já superam os do ano passado, que totalizaram os 35,6 milhões de euros. Este ano não se deverá, ainda assim, atingir o nível de 2017, quando a despesa foi de 127 milhões de euros.

Já olhando para as entidades, este ano, foi com a Janssen Cilag, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, que foram celebrados contratos de maior valor, totalizando os 1,7 milhões de euros. Segue-se a farmacêutica Takeda, que celebrou contratos no montante de 1,2 milhões de euros.

Março foi o mês de maior despesa

O pico dos gastos foi em março, mês que arrancou com a identificação dos primeiros casos de Covid-19 em Portugal, quando o valor dos contratos atingiu os 13 milhões de euros. Aí, foram celebrados 577 contratos, entre os quais se incluiu, por exemplo, a aquisição de quatro equipamentos ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal) para o Centro Hospitalar de São João, no valor de 280 mil euros.

Contratos públicos celebrados e valor dos contratos por mês, em 2020Portal do SNS

Em abril, os contratos realizados foram também num valor elevado, de cerca de 8 milhões. As compras neste mês contemplavam também equipamentos necessários para o combate à pandemia, como nove ventiladores de cuidados intensivos, no valor de 206 mil euros, ou batas de proteção Covid-19, uma aquisição de 250 mil euros.

As despesas com contratos públicos foram diminuindo até julho, mas acabaram por voltar a subir. Outubro foi outro mês de gastos elevados, de cerca de 8,1 milhões de euros, altura que coincide com o início da segunda vaga da pandemia em Portugal. No nono mês do ano, o maior gasto foi com a aquisição de testes de pesquisa de coronavírus e combinados, no valor de 888 mil euros.

Já em novembro, o último mês disponível para consulta no Portal do SNS, os contratos voltaram a diminuir. Foram celebrados 238 contratos, no valor de 4,4 milhões de euros. Entre estes, destacam-se a compra de testes de diagnóstico de Covid-19 no valor de 72 mil euros, bem como de testes rápidos. Foi ainda feito um contrato de 35 mil euros para o aluguer de ventiladores para 2021.

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“Chamada Amiga” ajuda a combater isolamento social este Natal

  • ECO Seguros
  • 23 Dezembro 2020

Mais de 60 voluntários da Fundação dão voz às "chamadas amigas" este Natal, uma ação de solidariedade para combater o isolamento social que afeta a população sénior. 

 

A Chamada Amiga “está inserida no Plano de Emergência Social contra a Fome e contra o Isolamento Social que lançámos em março“. A iniciativa tem como objetivo “combater o isolamento social que afeta a população sénior”, explica a Fundação Ageas num comunicado.

Desde o início da pandemia COVID-19, a Fundação Ageas procurou apoiar a sociedade através de várias iniciativas, refere a entidade. “Nos primeiros 10 meses, o projeto teve 67 voluntários que fizeram companhia a idosos de 15 instituições (Bragança, Vila Real, Porto, Leiria, Santarém, Lisboa e Funchal) durante um total de 968 horas de conversas e partilhas”.

Entre as várias dezenas de partilhas “estão sobretudo a ansiedade com a situação que estamos a viver e as histórias do passado que transmitem felicidade e tranquilidade. Sabemos que este vai ser um Natal particularmente difícil, por isso queremos devolver a magia e esperança típicas desta quadra com ainda mais Chamadas Amigas durante as próximas semanas”, realça a instituição de solidariedade social.

A Fundação Ageas, “ciente do seu papel na sociedade, procurou desde o primeiro momento promover uma série de iniciativas e parcerias, de forma a apoiar os que mais necessitam, designadamente junto de pessoas idosas, doentes crónicos, pessoas sem-abrigo, entre outras”, complementa a fonte.

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PCP vai requerer apreciação parlamentar do decreto-lei que prorroga concessão dos CTT

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

O partido considera esta uma “opção errada” do Governo por “continuar a recusar a recuperação do controlo público da empresa”.

O PCP disse esta quarta-feira que o Governo mantém a “opção errada nos CTT” e que vai requerer a apreciação parlamentar do decreto-lei que prorroga a concessão do serviço postal universal dos CTT até setembro de 2021.

“O PCP não deixará de requerer a apreciação parlamentar do referido decreto-lei assim que o mesmo venha a ser publicado”, destaca o comunicado divulgado esta quarta-feira. A nota explica que “o Conselho de Ministros de dia 22 de dezembro aprovou um decreto-lei que prorroga a concessão do serviço postal universal, que assim continuará a ser prestado pelos CTT até ao final do mês de setembro de 2021”.

O partido considera esta uma “opção errada” do Governo por “continuar a recusar a recuperação do controlo público da empresa”. E refere temer que esta opção “vá sobretudo ao encontro dos interesses acionistas dos CTT, em vez da necessária consideração dos interesses nacionais que assegurem o serviço postal público e universal que tem sido negado ao país”.

“Como o PCP tem repetidamente sublinhado, a privatização da empresa CTT saldou-se no encerramento de centenas de estações e postos de correio, no delapidar do património, na destruição de milhares de postos de trabalho, na desvalorização dos seus trabalhadores, no encarecimento do serviço prestado às populações e na degradação da sua qualidade”, aponta ainda.

O PCP destaca também que “não sendo público nem claro o conteúdo das negociações entre o Governo e a administração dos CTT, não pode ser esquecida a chantagem pública destes últimos, quando anunciaram em novembro que só manteriam a concessão se o Governo aceitasse uma ainda maior redução da qualidade do serviço e passar a pagar mais aos CTT por um serviço que sempre deu lucro e continua a dar”.

O Governo prorrogou até setembro do próximo ano a concessão do serviço postal universal dos CTT, a qual terminava no final deste mês, de acordo com comunicado do Conselho de Ministros divulgado na terça-feira. Os CTT – Correios de Portugal alertaram esta quarta-feira para a necessidade de reequilibrar o contrato de concessão do Serviço Postal Universal, prorrogado até final de setembro de 2021, e que consideram não ser sustentável.

Em comunicado, os CTT explicam que, com a prorrogação do serviço aprovada na terça-feira pelo Governo em Conselho de Ministros, no contexto da atual crise pandémica, vão assegurar a continuidade da prestação do serviço público de correio e demais serviços concessionados para impedir “uma crise desnecessária e sem precedentes, de interrupção de um serviço público essencial”.

No entanto, sublinham que o fazem “sem prejuízo das iniciativas que consideram adequadas, tendo em conta a necessidade de reequilibrar, fruto da queda abrupta do correio, um contrato de concessão que, em 2020 e no período de prorrogação, não se afigura sustentável”. A concessão do serviço postal universal terminava no final deste ano.

O serviço postal universal consiste na oferta permanente de determinados serviços postais em todo o país, com uma qualidade determinada e a preços acessíveis, de forma a responder às necessidades de comunicação das pessoas e empresas, de acordo com a Anacom. O serviço abrange, entre outros, os envios de encomendas postais até 10 quilos de peso, envios registados e de valor declarado.

Cabe também aos CTT, enquanto operador do serviço universal, assegurar em exclusivo a colocação de marcos e caixas de correio na via pública para o depósito de cartas e outros envios postais e a prestação de serviços de vales postais, entre outros.

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Wall Street em alta com perspetivas de recuperação económica

O S&P 500 e o Dow Jones terminaram a sessão com ganhos, apesar das críticas de Trump aos estímulos aprovados no Congresso. Já quedas nas tecnológicas pesaram no Nasdaq.

A sessão em Wall Street esta quarta-feira foi mista, depois de críticas de Donald Trump ao novo pacote de estímulos que foi aprovado no Congresso. Dados mais positivos do que o esperado e a perspetiva de estímulos mais fortes animaram as expectativas de recuperação económica dos investidores. No entanto, as cotadas tecnológicas registaram perdas, pesando nos índices.

O número de norte-americanos que avançaram com pedidos de subsídio de desemprego pela primeira vez na semana passada caiu, contrariando as expectativas dos analistas, embora permaneça elevado.

Entretanto, Donald Trump ameaçou vetar o pacote de estímulos de cerca de 900 mil milhões de dólares, argumentando que o cheque passado aos norte-americanos deve subir de 600 dólares para dois mil dólares.

Mas esta posição não prejudicou muito o sentimento dos investidores. “Ou obteremos exatamente o que foi aprovado, o que é muito positivo para a economia, ou obteremos algo ainda maior e o mercado gosta de qualquer maneira”, disse Thomas Hayes, da Great Hill Capital, citado pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

O industrial Dow Jones avançou 0,38% para os 30.129,83 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 ganhou 0,07% para os 3.690,01 pontos. Já o tecnológico Nasdaq caiu 0,15% para os 12.788,61 pontos.

Nos ganhos, destaque para a farmacêutica Pfizer, que subiu 1,91% depois de celebrar um acordo para fornecer aos Estados Unidos 100 milhões de doses adicionais da sua vacina contra a Covid-19 até julho.

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Governo suspende avaliação de impacte ambiental das centrais da Torre Bela

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

Agência Portuguesa do Ambiente deve proceder, no prazo de 30 dias, a “averiguações em face dos factos ocorridos” na Quinta da Torre Bela, onde foram abatidos mais de 500 animais.

O Ministério do Ambiente anunciou a “suspensão imediata” da avaliação de impacte ambiental do projeto das centrais fotovoltaicas da Quinta da Torre Bela, na Azambuja, onde foram recentemente abatidos 540 animais.

O despacho assinado pelo ministro Matos Fernandes determina a “suspensão imediata do procedimento de avaliação de impacte ambiental, incluindo a consulta pública, referente às centrais fotovoltaicas do lote 18 do leilão solar de julho 2019, considerando que as referidas centrais fotovoltaicas se localizam dentro da Quinta da Torre Bela, onde ocorreu uma montaria durante a qual foram abatidos mais de 500 animais, factos que motivaram comunicação ao Ministério Público”.

Segundo o mesmo despacho, a Agência Portuguesa do Ambiente deve proceder, no prazo de 30 dias, a “averiguações em face dos factos ocorridos” e, em resultado das mesmas, aferir se o “Estudo de Impacte Ambiental deve ser reformulado ou aditado no âmbito do procedimento de avaliação de impacte ambiental do projeto em causa”.

O ministro do Ambiente afirmou que “não há qualquer relação” entre a caçada que levou ao abate de 540 animais e a construção de uma central fotovoltaica naquele local.

“Não é possível construir uma central fotovoltaica num espaço onde existem animais de grande porte, mas não há qualquer relação entre isso e a chacina que aconteceu na semana passada”, disse João Pedro Matos Fernandes, que falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras do plano de intervenção “Mondego Mais Seguro”, em Montemor-o-Velho.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática salientou que a empresa que ganhou o concurso para a construção da central “já veio condenar essa chacina”.

Na terça-feira, a Federação Portuguesa de Caça (Fencaça) repudiou o abate de 540 animais na Herdade Torre Bela, adiantando que a caçada terá ocorrido para poder ser construída uma central fotovoltaica no local.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já fez saber que vai suspender a licença da Zona de Caça de Torre Bela, com efeitos imediatos, e que apresentou ao Ministério Público uma participação de crime contra a preservação da fauna.

O jornal online O Fundamental divulgou no domingo que 540 animais, a maioria veados e javalis, foram abatidos numa montaria nos últimos dias, num ato de caça que terá sido “publicitado” nas redes sociais “por alguns dos 16 ‘caçadores’ que terão participado” na iniciativa.

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Sindicatos da TAP querem ser “terceira parte interessada” junto do processo na UE

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

"Não participámos em momento algum neste processo". Sindicatos prepararam a constituição formal, jurídico-administrativa, como terceira parte interessada no plano de reestruturação, junto da UE.

Uma plataforma de sete sindicatos da TAP está a levar a cabo os procedimentos para se constituir como “terceira parte interessada” junto da União Europeia (UE) no processo do plano de reestruturação da companhia, de acordo com um comunicado.

Na nota, assinada pelo Sindicato dos Economistas (SE), Sindicato dos Engenheiros (SERS), Sindicato dos Contabilistas (SICONT), Sindicato das Indústrias Metalúrgica e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e pelo Sindicato dos Técnicos de ‘Handling’ de Aeroportos (STHA), a plataforma lamenta não sido chamada a participar no processo.

“Estamos a tratar da nossa (estes Sindicatos) constituição formal, jurídico-administrativa, como terceira parte interessada no âmbito do plano de reestruturação, junto da UE, figura jurídica raramente usada, mas acessível através da evidência de que não participámos em momento algum neste processo”, indicou a plataforma, no comunicado.

A plataforma recorda que esta terça-feira foi aprovada em Conselho de Ministros “a suspensão unilateral” dos acordos de empresa, sem, sequer, “uma reunião de aviso ou qualquer informação, oficiosa ou oficial, ao que acrescem as questões éticas e constitucionais”.

“Aliás, estes sete sindicatos, não foram recebidos uma única vez desde março, por este Governo que se diz de esquerda”, critica a entidade, no mesmo comunicado.

O Conselho de Ministros aprovou uma resolução que declara a TAP, a Portugália e a Cateringpor, a empresa de ‘catering’ do grupo TAP, em “situação económica difícil”, lê-se no comunicado, divulgado esta terça-feira.

“A estas empresas são, assim, atribuídos os efeitos previstos na legislação, nomeadamente a alteração de condições de trabalho e a não aplicação ou a suspensão, total ou parcial, das cláusulas dos acordos de empresa ou dos instrumentos de regulamentação coletiva aplicáveis, com estabelecimento do respetivo regime sucedâneo”, adiantou o Governo.

Vários sindicatos que representam trabalhadores da companhia criticaram este diploma.

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas este mês, prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, segundo o ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da TAP.

“Para podermos suspender os acordos de empresa é necessário que o Conselho de Ministros declare a empresa em situação económica difícil”, explicou, apontando que este é, aliás, um regime ao abrigo do qual a TAP já tinha estado no passado, em 1977.

O plano de reestruturação da TAP prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões.

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Já há 65 mil beneficiários da ADSE que estão isentos

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

Número de beneficiários isentos “tem vindo a crescer pelo menos desde 2015”. Esta isenção vai deixar de estar indexada ao valor do salário mínimo nacional, passando a ser fixado como limite 635 euros.

O número de beneficiários da ADSE isentos dos descontos mensais para o subsistema de saúde ascende a 65 mil, estando a aumentar desde pelo menos 2015, segundo dados do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.

“Atualmente há cerca de 65 mil beneficiários da ADSE isentos”, disse à Lusa fonte oficial do ministério liderado por Alexandra Leitão.

Relativamente a anos anteriores, o número “tem vindo a crescer pelo menos desde 2015”, acrescenta a mesma fonte.

Segundo os dados oficiais, em 2015 o número de beneficiários que estavam isentos de contribuir para o sistema de proteção na saúde da função pública era de cerca de 42 mil, tendo subido para 47 mil em 2016, para 54 mil em 2017, para 57 mil em 2018, tendo atingido os 60 mil em 2019.

A isenção da contribuição para a ADSE vai deixar de estar indexada ao valor do salário mínimo nacional, passando a ser fixado como limite 635 euros, anunciou na terça-feira a ministra da Administração Pública no final do Conselho de Ministros.

A nova regra integra o diploma que alarga a ADSE a cerca de 100 mil contratos individuais do Estado, aprovado na terça-feira em Conselho de Ministros.

Atualmente, os beneficiários da ADSE descontam 3,5% sobre o salário ou pensão, mas quando da aplicação da taxa de desconto resultar uma pensão de valor inferior ao salário mínimo nacional, que este ano é de 635 euros, o beneficiário aposentado fica isento da contribuição.

No próximo ano, o salário mínimo aumentará para 665 euros, tal como foi aprovado também em Conselho de Ministros na terça-feira, pelo que esta nova regra acaba por servir de ‘travão’ a um alargamento do número de isentos.

A questão tem sido levantada pelo Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE, que defendia que devia ser o Orçamento do Estado a financiar a despesa com os beneficiários isentos de contribuições, propondo uma dotação de 56,1 milhões de euros para o efeito.

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Segundo dia de licitação do 5G para novos entrantes com encaixe de 61,2 milhões

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

O segundo dia da fase de licitação do leilão 5G para novos entrantes registou seis rondas, o que permitiu um encaixe de mais de 60 milhões de euros, revelou o regulador.

O segundo dia da fase de licitação do leilão 5G para novos entrantes registou seis rondas, o que permitiu um encaixe de mais de 60 milhões de euros, de acordo com informação divulgada no site da Anacom.

“Terminou a 23 de dezembro de 2020 o segundo dia de rondas da fase de licitação para novos entrantes do leilão para a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 900 MHz e 1.800 MHz”, refere a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). No total, “tiveram lugar seis rondas” nas faixas que têm frequência reservada para novos entrantes.

A licitação pela faixa 1.800 MHz tinha como preço base definido [preço de reserva] pela Anacom os quatro milhões de euros, mas o preço subiu e foram licitados três lotes por 10,403 milhões de euros, o que totaliza 31,209 milhões de euros. Na faixa 900 MHz, foi licitado um lote por 30 milhões de euros. Assim, o encaixe total do segundo dia de licitação para novos entrantes foi de 61,209 milhões de euros.

No primeiro dia do leilão de quinta geração para os novos entrantes, o encaixe tinha sido de mais de 49 milhões de euros. O montante final encaixado com o leilão depende dos lotes que forem atribuídos durante o processo e se são adquiridos pelo preço de reserva, sendo que a Anacom aponta para receitas de cerca de 237,9 milhões de euros.

De acordo com o regulamento do leilão, as rondas “decorrem nos dias úteis, entre as 9h00 e as 18h00”. Sobre quem licitou, não existe informação oficial, embora a Másmóvil tenha anunciado que iria participar através da Nowo, mas até ao momento não fez comentários sobre o assunto.

Os novos entrantes podem beneficiar de roaming nacional no acesso às redes dos operadores já instalados, independentemente da qualidade de espectro que adquiram, de acordo com as condições do leilão. A Meo (Altice Portugal), NOS e Vodafone Portugal apresentaram candidatura, como também a Dense Air.

O processo tem sido bastante contestado pelas operadoras históricas, envolvendo processos judiciais, providências cautelares e queixas a Bruxelas, considerando que o regulamento tem medidas “ilegais” e “discriminatórias”, o que incentiva ao desinvestimento. As licenças do 5G serão atribuídas durante o primeiro trimestre do próximo ano, em plena presidência portuguesa da União Europeia.

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Pfizer antecipa entrega de vacinas contra a Covid-19. Portugal recebe 79 mil doses ainda este ano

Portugal vai receber, este ano, mais vacinas contra a Covid-19 do que o esperado. Pfizer vai fornecer 70 mil doses extra, que chegam dia 28 de dezembro.

A ministra da Saúde adiantou que a Pfizer antecipou o calendário de entregas de vacinas, sendo que ainda este ano vai ser possível receber mais 70.200 doses do que estava previsto, que eram apenas 9.750. Assim, neste mês de dezembro, teremos a chegada ao país da nova vacina da Pfizer de quase 80 mil doses.

As primeiras doses da vacina da Pfizer vão chegar a Portugal no dia 26 de dezembro, para começarem a ser administradas no dia 27, explicou Marta Temido, numa conferência de imprensa convocada para dar esta atualização. Já aquelas do novo carregamento chegam dia 28, dois dias depois das primeiras.

Esta entrega, de cerca de 79 mil doses, vai permitir vacinar 60% dos profissionais de saúde identificados já no primeiro momento, indicou a ministra da Saúde. Estes profissionais serão os primeiros portugueses a ser vacinados, nomeadamente aqueles dos Centros Hospitalares de São João, do Porto, de Coimbra, de Lisboa-Norte e de Lisboa-Central.

Marta Temido aponta ainda que, com esta antecipação do calendário, se poderá alargar o universo abrangido, sendo que “se espera atingir todos hospitais do Serviço Nacional de Saúde com esta primeira entrega de vacinas”. Apesar desta mudança, o número total de vacinas que Portugal vai receber no primeiro trimestre do ano não se deverá alterar, sublinhou a ministra da Saúde.

(Notícia atualizada às 19h40)

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Resposta imunitária de pessoas infetadas com Covid-19 mantém-se até 9 meses

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

Estudo de investigadores espanhóis conclui que a resposta imunitária das pessoas infetadas com o coronavírus mantém-se entre seis e nove meses, e contra uma possível reinfeção.

A resposta imunitária das pessoas infetadas com o coronavírus da Covid-19 mantém-se entre seis e nove meses, e contra uma possível reinfeção, segundo um grupo de peritos espanhóis que assessoria o Governo.

O grupo, formado por 16 investigadores, aconselha o Ministério da Ciência espanhol em matérias científicas relacionadas com a pandemia da covid-19.

No seu mais recente relatório, citado esta quarta-feira pela agência noticiosa espanhola Efe, os peritos do Grupo de Trabalho Multidisciplinar referem que os anticorpos neutralizadores do coronavírus SARS-CoV-2, produzidos pela maioria das pessoas infetadas, vão diminuindo com o tempo, caindo a partir dos três meses, mas podem persistir durante pelo menos seis meses, embora em níveis baixos.

Em contrapartida, os linfócitos T de memória podem manter-se mais tempo. Estas células imunitárias desencadeiam uma resposta secundária rápida e forte contra um antigénio, como o coronavírus da Covid-19, que aparece de novo, mas com o qual já tiveram um contacto em infeções anteriores.

Os especialistas espanhóis consideram, no entanto, que as reinfeções por SARS-CoV-2 são “muito raras”, salientando que ainda não se sabe quanto tempo dura a proteção conferida pela primeira infeção, nem a que é gerada pelas várias vacinas que estão em ensaios clínicos, incluindo as que começaram a ser administradas no Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Rússia, China, Israel e Arábia Saudita.

De acordo com o relatório, esta questão “deve ser tida em consideração” na monitorização do aparecimento e das consequências clínicas de reinfeções em idosos e outros grupos vulneráveis ou com outras doenças.

Dada a heterogeneidade da resposta imunitária ao novo coronavírus, não se sabe ainda como isso pode influenciar a resposta induzida por uma vacina, avisam os peritos.

A pandemia da Covid-19 provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Morreram mais 89 pessoas por Covid-19 e há 4.602 novas infeçõesEm Portugal, morreram 6.343 pessoas dos 383.258 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A Covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

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