Qual a principal fonte da eletricidade produzida em Portugal?

Nos primeiros seis meses, a hídrica liderou na geração de energia elétrica (36%), seguida da eólica (25%), gás natural (20%), cogeração fóssil (9,9%), biomassa (6,8%), solar (2,6%) e carvão (0,5%).

Desde 2005 que as famílias, as empresas e as indústrias não consumiam tão pouca eletricidade em Portugal. De acordo com os dados mais recentes da REN, de janeiro a julho deste ano a queda no consumo de energia elétrica foi de 4,3%. A variação negativa face a igual período do ano passado sobe para os 5%, com a respetiva correção de temperatura e dias úteis.

Consumimos menos energia, mas consumimos mais energia limpa, de fontes renováveis: no acumulado do ano, a produção renovável abasteceu 60% do consumo, repartida pela hidroelétrica com 28%, eólica com 23%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 2,6%. Já a produção fóssil abasteceu 32% do consumo, praticamente apenas com gás natural, mantendo-se o carvão com produção reduzida, representando menos de 1% do consumo.

E se do lado do consumo a energia produzida nas barragens surge no primeiro lugar na lista de fontes da eletricidade que gastamos lá em casa, do lado da produção o cenário é igual. Nos primeiros seis meses do ano, a hídrica liderou na geração de energia elétrica (36%), seguida da eólica (25%), gás natural (20%), cogeração fóssil (9,9%), biomassa (6,8%), solar (2,6%) e carvão (0,5%).

Olhando especificamente apenas para o mês de junho, o carvão desapareceu entretanto do mix energético português, o gás natural disparou para os 30% da geração, o solar quase duplicou para os 4%, a cogeração fóssil chegou aos 11%, a biomassa aos 7,8% e a hídrica desceu a pique para os 22%, tendo em o menor índice de produtividade hídrica.

Fonte: APREN

Há um ano, no primeiro semestre de 2019, 15% da eletricidade produzida em Portugal ainda tinha como origem o carvão e a hídrica não ia além dos 19%.

Em maio, a associação ambientalista Zero deu conta do facto de a central de Sines praticamente não funcionar desde 26 de janeiro. A 14 de março foi a vez da central do Pego, da Trustenergy e da Endesa, desligar as turbinas. Tal não acontecia há 35 anos, desde que a central de Sines entrou em funcionamento no país. A EDP já avisou o Governo que quer encerrar Sines de vez em janeiro de 2021.

De acordo com a APREN, no mês de julho o carvão já voltou entretanto a ser usado para produzir energia em Portugal, sendo responsável nesse mês por 2,4% da geração.

No seu último boletim, a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) revela que em Portugal Continental foram gerados 23.322 GWh de eletricidade acumulados entre janeiro e junho de 2020, dos quais 69,8 % foram de origem renovável. Ao mesmo tempo, o setor eletroprodutor renovável nacional evitou a emissão de 9,2 milhões de toneladas de CO2 desde o início de 2020.

No consumo, a APREN dá conta de uma redução de 8,8% em junho de 2020, relativamente a junho de 2019, tendo em consideração a correção de horas laborais e de temperatura.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Reservas turísticas no Algarve aumentam 13% para setembro com corredores aéreos britânicos

  • Lusa
  • 23 Agosto 2020

As reservas turísticas para o mês de setembro no Algarve aumentaram cerca de 13%, com o mercado britânico "a ter um peso substancialmente grande”, disse um dirigente da AHP.

As reservas turísticas para o mês de setembro no Algarve aumentaram cerca de 13%, com o mercado britânico “a ter um peso substancialmente grande”, disse hoje à Lusa um dirigente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

“Passamos de 50% para 63% em três dias, o que significa um aumento de cerca de 13%. Embora não seja apenas um aumento do mercado britânico, este tem um peso substancialmente grande”, indicou à Lusa João Soares, dirigente da AHP no Algarve.

Na opinião de João Soares, também diretor do Hotel Dom José, em Quarteira (Loulé), “da mesma forma que o mercado britânico contagiou outros mercados negativamente, agora acaba por contagiar positivamente, porque ao vir para o Algarve acaba por trazer confiança a outros países e mercados do norte da Europa”.

O dirigente regional da associação que representa mais de 60% dos hoteleiros nacionais, adiantou que depois da reabertura do corredor aéreo com o Reino Unido, os empresários aguardam que a Irlanda tome idêntica decisão.

“Sendo os irlandeses o nosso segundo mercado no período da época intermédia/baixa, era muito importante que tomassem a mesma decisão do Reino Unido”, destacou.

João Soares crê que vai existir um aumento significativo de reservas do mercado britânico para o mês de setembro: “Não tenho dúvidas nenhuma de que isso possa acontecer, porque Espanha está fechado e o britânico é um povo que precisa de viajar, precisa de sair”.

Não é um aumento que resolva os problemas da região, como é óbvio, porque a maioria da hotelaria está entre os 50% e os 70% abaixo do ano passado, mas vai ajudar, certamente, a mitigar, pelo menos, o fecho dos hotéis já em setembro prolongando essa decisão para outubro ou novembro”, sublinhou.

Segundo João Soares, os preços este ano no Algarve “estão e vão continuar abaixo dos valores praticados em anos anteriores, devido à ocupação baixa”, mantendo-se as tarifas que estavam em vigor à data da decisão do Reino Unido de isentar de quarentena os viajantes com origem em Portugal.

“O preço só aumenta quando a procura é superior à oferta e não havendo uma procura superior à oferta e à disponibilidade que existia, os preços não aumentaram nem vão aumentar e vamos continuar a ter preços muito inferiores aos de 2019”, concluiu.

A 19 de agosto, o Governo britânico incluiu Portugal da lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19, medida que entrou em vigor no passado sábado.

Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, foram retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como aconteceu com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

O Reino Unido introduziu a necessidade de autoisolamento por 14 dias a todas as pessoas que cheguem do estrangeiro ao Reino Unido em 08 de junho para evitar a importação de infeções, mas um mês depois isentou cerca de 70 países e territórios, considerados de baixo risco.

A isenção de quarentena é acompanhada com a mudança do conselho do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) contra as viagens não essenciais para aqueles destinos, importante para efeitos de seguro de viagem.

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Miguel Oliveira conquista primeira vitória em MotoGP ao vencer Grande Prémio de Estíria

  • Lusa
  • 23 Agosto 2020

O português partiu do sétimo lugar da grelha e conquistou várias posições na segunda partida, para as últimas 12 voltas, depois do acidente do espanhol Maverick Viñales (Yamaha).

O português Miguel Oliveira (KTM) conquistou este domingo pela primeira vez uma vitória no Mundial de MotoGP, ao vencer o Grande Prémio de Estíria, em Spielberg, na Áustria, quinta prova do campeonato.

Oliveira, que tinha como melhor resultado o sexto lugar em Brno, na República Checa, seguia no terceiro lugar e, na última curva, aproveitou a ‘luta’ entre o australiano Jack Miller (Ducati) e o espanhol Pol Espargaro (KTM) para subir pela primeira vez ao pódio.

Fizemos história, hoje, para Portugal”, afirmou Miguel Oliveira, após ter conquistado a vitória. “Não sei o que dizer, estou muito emocionado. Há tanto que gostaria de dizer. Quero começar por agradecer a toda a gente que acreditou em mim, a começar pela família, à equipa, os patrocinadores, os fãs portugueses, mostrámos que somos os melhores”, começou por dizer o português, após o triunfo na quinta prova da temporada.

Prosseguindo com o agradecimento ao “apoio” dos adeptos, Miguel Oliveira destacou o feito, inédito, do motociclismo nacional. “Fizemos história, hoje, para Portugal. Não podia estar mais feliz por tê-lo conseguido aqui em casa da Red Bull e da KTM“, sublinhou o piloto da Tech3.

O português partiu do sétimo lugar da grelha e conquistou várias posições na segunda partida, para as últimas 12 voltas, depois do acidente do espanhol Maverick Viñales (Yamaha). A próxima etapa do Mundial de MotoGP, que vai terminar em Portimão, em 22 de novembro, está marcada para 13 de setembro, em Misano, em Itália.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto classificou como “extraordinária” a vitória de Miguel Oliveira (KTM) no Grande Prémio de MotoGP de Estíria, considerando que esta “enche de orgulho o país”.

A vitória na Áustria, apenas na sua segunda época na prova rainha do motociclismo e a correr numa mota que não é de fábrica só confirma o que há muito sabíamos: O Miguel Oliveira é um piloto extraordinário”, afirmou João Paulo Rebelo, em declarações à agência Lusa.

O governante, que endereçou os parabéns ao piloto da Tech3, referiu que o triunfo no Grande Prémio de Estíria, em Spielberg, na Áustria, na quinta prova do campeonato, “enche de orgulho o país e o motociclismo nacional”.

Segundo João Paulo Rebelo, a vitória, a primeira de Miguel Oliveira e de um português no MotoGP, traz “entusiasmo redobrado” ao Grande Prémio de Portugal, última prova do Mundial de MotoGP, agendada para 22 de novembro, no circuito de Portimão.

O Presidente da República felicitou Miguel Oliveira, considerando tratar-se de “um feito extraordinário de um promissor piloto português”. “É um feito extraordinário de um promissor piloto português, que muito orgulha Portugal e os portugueses e que merece o reconhecimento do Presidente da República”, lê-se numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência da República.

Na nota, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que Miguel Oliveira “partiu da sétima posição e alcançou a vitória numa ultrapassagem na última curva da prova”. O chefe de Estado faz ainda votos para que a vitória se repita em Portugal, na última corrida do campeonato do mundo de MotoGP que se irá disputar em 22 de novembro, em Portimão, no Algarve.

Também o Comité Olímpico de Portugal, nas suas páginas nas redes sociais, saudou Miguel Oliveira, com a mensagem: “Primeira vitória de Miguel Oliveira numa prova do Mundial de MotoGP! #COPortugal”.

(Notícia atualizada às 15h40)

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Privados vão transformar antigos postos da guarda fiscal em casas de turismo

Estes imóveis, devolutos, vão ser arrendados ou concessionados a privados que os irão reabilitar e destinar ao turismo. Concurso decorre até 19 de outubro e arranca com 16 imóveis.

O Governo lançou há cerca de um mês um concurso no âmbito do Revive Natureza, um programa criado no final do ano passado que prevê que privados arrendem e explorem imóveis públicos devolutos, reabilitando-os e destinando-os ao turismo. Este concurso contempla 16 imóveis (de um pacote de 96), de norte a sul do país, a maioria antigos postos fiscais, e termina a 19 de outubro.

Em causa está um fundo propriedade do Turismo de Portugal, que poderá conceder financiamento às entidades a quem for atribuído o direito de exploração dos imóveis. Este fundo tem uma dotação de cinco milhões de euros para financiar a reabilitação e receberá uma comissão de 1,25% por ano sobre o valor líquido global do fundo.

Na hora de atribuir a concessão de determinado imóvel a uma entidade, serão tidos em conta, entre outros, critérios como se a entidades com sede ou residência nos concelhos em que se localize o imóvel ou nos concelhos contíguos e se a concessão contribuir para a criação de empregos locais.

O programa é um braço do Programa Revive, foi anunciado em setembro do ano passado pelo ministro da Economia e promulgado pelo Presidente da República em outubro. Em causa está uma carteira de 96 imóveis que serão explorados e o primeiro concurso, com 16 imóveis, arrancou agora. O ECO preparou uma fotogaleria com os imóveis que foram agora colocados no mercado.

Nota: Correção do título para postos da guarda fiscal, em vez de repartições de Finanças.

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Há 145 novos casos de Covid-19 e dois mortos em Portugal

Após semanas em que Lisboa e Vale do Tejo foi a região que concentrou a maioria das novas infeções, o Norte voltou a ultrapassar. Do total, 47,6% dos casos foram registados no Norte e 32% em LVT.

Portugal registou 145 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 55.597 o número de infetados desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas morreram mais duas pessoas com a doença, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS). É na região Norte que está concentrado o maior número de novas infeções.

Entre os casos de infeção, atualmente 13.027 encontram-se ativos, mais 21 do que no dia anterior. Desde que apareceu em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte de 1.796 pessoas. Já quanto ao número de recuperados, este continua a subir, situando-se nos 40.774 (mais 122 nas últimas 24 horas).

O tratamento no domicílio continua a ser o curso escolhido para a maioria das pessoas infetadas com o vírus. São 317 as pessoas que estão internadas (mais um do que no balanço anterior), das quais 47 nos cuidados intensivos (mais cinco face a ontem). Há ainda 34.413 contactos sob vigilância das autoridades de saúde.

Após uma série de semanas em que Lisboa e Vale do Tejo foi a região que concentrou a maioria das novas infeções, o Norte voltou a ultrapassar. Dos 145 novos casos registados nas últimas 24 horas, 47 foram em Lisboa (32% do total) e 69 no Norte (47,6%).

Lisboa e Vale do Tejo é, ainda assim, a região com mais casos registados até ao momento (28.753 casos de infeção e 646 mortes), seguindo-se o Norte (19.929 casos e 843 mortes), do Centro (4.661 casos e 253 mortes), do Algarve (1.028 casos e 17 mortes) e do Alentejo (887 casos e 22 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 199 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 140 pessoas infetadas e continua sem nenhum morto.

(Notícia atualizada às 13h55)

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Divulgado vídeo ‘off-the-record’ de António Costa a chamar “cobardes” a médicos

O Expresso já confirmou que o vídeo corresponde a uma conversa privada, em 'off', já não considerada para a entrevista e garante que é gravação amadora ilegal.

Foi divulgado nas redes sociais um vídeo em que se vê e ouve o primeiro-ministro António Costa a chamar “cobardes” a médicos. No vídeo de apenas sete segundos, em que não é possível perceber o contexto da conversa, Costa está a falar com dois dos jornalistas do Expresso que assinam a entrevista com o governante publicada pelo semanário este sábado. E a direção do jornal já fez um comunicado sobre o sucedido.

“O presidente da ARS [Administração Regional de Saúde] mandou para lá os médicos para fazerem o que lhes competia e os gajos, cobardes, não fizeram”. São estas as únicas palavras que se ouvem no vídeo em questão, que foi partilhado no Twitter (entretanto já apagado) e pelo Chega.

O Expresso já confirmou que o vídeo corresponde a uma conversa privada já não considerada para a entrevista e garante que não sabia da divulgação. “Uma gravação amadora de um ecrã de computador, que reproduz uma recolha de imagens de uma conversa off the record, privada, do primeiro-ministro com jornalistas do Expresso, foi divulgada nas redes sociais sem autorização e conhecimento deste jornal”, pode ler-se numa nota da direção do Expresso.

“O Expresso repudia absolutamente esta divulgação, pela qual não tem responsabilidade. Os sete segundos do vídeo ilegal descontextualizam quer a entrevista, quer a conversa que o primeiro-ministro teve com o Expresso”, diz ainda o jornal, que promete desencadear de imediato os “procedimentos internos e externos para apurar o que aconteceu e os responsáveis pelo sucedido”, bem como “os imprescindíveis mecanismos jurídicos para processar os responsáveis pela sua difusão”.

O ECO tentou contactar o gabinete do primeiro-ministro sobre o vídeo em questão, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Sindicato exige “respeito” ao Chefe do Governo

O Sindicato Independente dos Médicos já reagiu ao vídeo: “Lamentamos, reprovamos e repudiamos em absoluto as palavras de Vossa Excelência. Os médicos merecem e exigem respeito, muito mais partindo do Chefe de Governo“, diz o SIM, em comunicado.

O sindicato ajuda também a perceber o contexto das declarações. Falam de uma determinação da ARS Alentejo de alocar ao lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva equipas de médicos do Agrupamento de Centros de Saúde Alentejo Central e do Hospital Espírito Santo de Évora.

Consideram que esta determinação estava “ferida de ilegalidade face às convenções coletivas de trabalho”, mas ainda assim “médicos da Unidade de Saúde Familiar Remo deslocaram-se ao lar nos dias imediatamente seguintes ao diagnóstico do primeiro caso para a prestação de cuidados de saúde”.

O SIM alega ter alertado o Governo para as parcas condições sanitárias e a falta de segurança na realização dos atos médicos necessários, diz ter sugerido ao Governo, a 2 de julho, a colaboração das Forças Armadas e pedido que a Segurança Social exercesse as suas competências e responsabilidades para com os lares.

Os médicos do SNS são médicos no SNS, não são médicos em lares, nem para protegerem as costas a amigos políticos seja de que cor forem”, diz. Defende que o trabalho dos médicos do SNS só pode decorrer nas instalações de estabelecimento contratualmente identificado onde os médicos se encontram colocados ou em estabelecimento da mesma entidade empregadora pública situado no mesmo concelho.

“Os doentes têm direito cuidados de saúde de qualidade. Já os médicos têm direito a exigir condições técnicas de exercício para poderem cumprir com as leges artis, tendo direito também ao cumprimento da Lei por parte da entidade empregadora. E foi isso que acabaram por fazer quando viram que as gravíssimas condições dos utentes do lar se perpetuavam e agravavam”, acrescenta o sindicato.

CDS e Iniciativa Liberal criticam o primeiro-ministro

Além do sindicato também os partidos CDS-PP e Iniciativa Liberal já reagiram ao vídeo, ambos com críticas. “António Costa não retirou uma única consequência pelos erros ocorridos em Reguengos, manteve a Ministra e não pediu desculpas às famílias que perderam entes queridos. Mas já encontrou bode expiatório: os médicos. Repito: o socialismo faz cada vez pior à saúde da nossa democracia“, começou por escrever o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, no Twitter.

“Quando totalizavam 20% dos infetados e encabeçavam a luta ao Covid, correndo risco de vida e permitindo ao primeiro-ministro alavancar a popularidade à custa do seu esforço, os médicos eram heróis. Quando apontam falhas do Estado, passam a ser “cobardes” e criticados por terem opinião na TV. Vi, ouvi e não queria acreditar. Os elogios, os aplausos, os “prémios” de finais de Liga dos Campeões para os profissionais de saúde, não foram mais que fachada mediática. Hoje, nas suas camisolas, Bayern e PSG dizem-lhes “danke” e “merci”. António Costa chama-os de “cobardes””, acrescenta.

Já o Iniciativa Liberal foca-se no conteúdo da entrevista, em especial a defesa da ministra Ana Mendes Godinho no caso do relatório sobre o lar de Reguengos de Monsaraz. O partido liderado por João Cotrim Figueiredo considera “inaceitável” que o primeiro-ministro afirme que as Ordens profissionais não existem para fiscalizar o Estado. “Numa democracia, todas as instituições e todos os cidadãos têm o direito e até o dever de fiscalizar a ação do Estado, sobretudo no caso de uma Ordem quando está em causa atuação de profissionais que regula”, diz.

A Iniciativa Liberal diz acompanhar com “enorme preocupação” a troca de acusações e a escalada de afirmações entre o Executivo e a Ordem dos Médicos. “A IL incita o primeiro-ministro António Costa a assumir as responsabilidades e que passe a coordenar a atuação governativa nesta matéria com o sentido de Estado a que a sua função obriga”.

O partido já tinha pedido a demissão de Ana Mendes Godinho e volta a questionar o Governo sobre se vai assumir responsabilidades sobre o caso. Além disso, pede o primeiro-ministro que peça desculpas aos familiares dos utentes e aos profissionais da classe médica. “Esta situação revela a prepotência com que o Partido Socialista governa o país”.

“Sempre que há tragédias o Governo nada sabe. Sempre que há tragédias o Governo parte para o confronto e nunca assume responsabilidades, nunca vê o que falhou e como corrigir. Não pediu desculpas às famílias nem ninguém no executivo assumiu qualquer responsabilidade, não houve consequências e nem sequer há um plano para evitar que tal situação ocorra de novo. Nada foi apresentado. O governo está mais preocupado em defender a ministra e os seus do que com a segurança dos idosos em lares onde há vários surtos”, acrescenta o Iniciativa Liberal.

(Notícia atualizada às 17h30)

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Rio critica lotação da “Festa do Avante!”

  • ECO
  • 23 Agosto 2020

Rio partilhou no Twitter a notícia de concertos na Alemanha com duas mil pessoas para testar risco. De forma irónica, faz a comparação com a Festa do Avante que terá lotação de 33 mil pessoas.

O presidente do PSD, Rui Rio, voltou a criticar a realização da “Festa do Avante!”. Numa publicação no Twitter, o líder da oposição fez uma comparação irónica entre a realização de um concerto na Alemanha (para testar risco de contaminação do vírus) com o evento organizado pelo Partido Comunista Português (PCP).

Rio partilhou na rede social uma notícia sobre concertos organizados na Alemanha com duas mil pessoas para testar o risco de contaminação. De forma irónica, faz a comparação com a Festa do Avante que terá uma lotação de 33 mil pessoas.

“Nós cá em Portugal estamos muito à frente. Vamos testar com 33.000 na Quinta da Atalaia. O PIB deles é 16 vezes maior do que o nosso e nós testamos com 16 vezes mais público. Nalguma coisa temos de ser maiores“, escreveu o líder social-democrata numa publicação no Twitter, no sábado à noite.

A realização da Festa do Avante, entre 4 e 6 de setembro, na Quinta da Atalaia, no Seixal, tem causado polémica por acontecer numa altura em que o país luta contra a Covid-19. O Governo já confirmou que a lei não permite impedir a realização do Avante e indicou que não existirão “exceções”, porque as autoridades estarão atentas ao cumprimento “escrupuloso” de todas as regras.

Segundo o PCP, está em curso uma “campanha contra a Festa do Avante, pretendendo a sua estigmatização, procurando impor-lhe limitações excecionais que não vigoram nas múltiplas expressões da vida social e cultural”. “O PCP realizará a Festa do Avante com toda a responsabilidade e garantindo integralmente as condições para o seu usufruto em tranquilidade e segurança”, reforçou o partido na semana passada.

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Médicos contrariam António Costa sobre auditoria a lar de Reguengos

  • ECO
  • 23 Agosto 2020

Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos diz ao Correio da Manhã que o Ministério da Saúde "pede várias vezes à Ordem que faça auditorias, pois é quem tem total capacidade técnica".

A Ordem dos Médicos contraria o primeiro-ministro, António Costa, sobre as competências para fazer relatórios como o de Reguengos. Em declarações ao Correio da Manhã (acesso pago), a entidade que representa os profissionais do setor diz que é até recorrente que o ministério da Saúde peça esse tipo de análise.

Fazemos auditorias em todas as situações em que se pratica atos médicos, em instituições públicas ou privadas, nomeadamente quando não estão a ser exercidos em condições”, diz Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, ao Correio da Manhã. O responsável diz que o Ministério da Saúde “pede várias vezes à Ordem que faça auditorias, pois é quem tem total capacidade técnica para avaliar atos médicos“.

Esta é a reação da Ordem dos Médicos às declarações do primeiro-ministro este sábado ao Expresso. António Costa disse que a Ordem dos Médicos “não tem competência legal para fazer esse estudo”, referindo-se à auditoria ao lar de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas com Covid-19. “As ordens profissionais existem para regular o exercício da atividade dos seus profissionais, ponto. Não existem para fiscalizar o Estado”, acrescentou o governante.

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Há cada vez mais seguros a cobrir apenas metade dos riscos de crédito

  • ECO
  • 23 Agosto 2020

Segundo dados recolhidos pelo Público, a modalidade de seguro que cobre apenas 50% do capital em dívida é cada vez mais comum.

Os bancos exigem a contratação de um seguro de vida aquando da concessão de crédito à habitação. Este seguro garante o pagamento da dívida em caso de morte, acidente ou doença grave, mas as coberturas não são todas iguais. Segundo escreve este domingo o Público (acesso pago), há cada vez mais seguros que só cobrem metade dos riscos do crédito.

A cobertura base é a mais baratas e é muitas vezes a única opção apresentada pelos bancos. Além da parca oferta, a complexa terminologia da generalidade dos contratos de saúde agrava as dificuldades para os clientes, escreve o diário. Segundo dados recolhidos pelo Público, a modalidade de seguro que cobre apenas 50% do capital em dívida é cada vez mais comum.

Nesse caso, se um dos titulares do empréstimo morrer, o seguro só paga metade do capital em dívida e o outro titular fica responsável pelo pagamento do restante montante. Natália Nunes, diretora do Gabinete de Apoio Financeiro (GAF) da Deco, confirma ao Público que há consumidores que só quando precisam dos seguros é que se apercebem das condições que subscreveram.

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Venezuela recebeu carregamento de ajuda humanitária de Portugal e Espanha

  • Lusa
  • 23 Agosto 2020

Ajuda foi recebida no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía pelo vice-ministro de Relações Exteriores para a Europa Yván Gil e o embaixador de Portugal na Venezuela Carlos de Sousa Amaro.

A Venezuela recebeu este sábado 82,5 toneladas de ajuda humanitária da União Europeia (UE) para combater a a covid-19, em dois voos organizados conjuntamente pelo Departamento de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO), a Espanha e Portugal.

A ajuda humanitária foi recebida no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas), pelo vice-ministro de Relações Exteriores para a Europa, Yván Gil, e o embaixador de Portugal na Venezuela, Carlos de Sousa Amaro.

A ponte aérea humanitária para a Venezuela tratou-se de um esforço da ‘Equipa Europa’, operacionalizado conjuntamente pela UE, Portugal e Espanha”, disse o embaixador de Portugal à Agência Lusa.

Carlos Amaro precisou que do carregamento fazem parte “equipamentos de emergência médica que se destinam aos trabalhadores do setor da saúde” e “artigos para as famílias mais afetadas”, cujo objetivo é que “mais 500 mil venezuelanos venham a beneficiar desta ajuda”.

Por outro lado, a UE explica, através de um comunicado, que os voos chegaram à Venezuela a 19 e 21 de agosto e foram “financiados pela UE e fazem parte de operações de transporte aéreo humanitário em curso em zonas críticas do mundo”.

“Transportaram um total de 82,5 toneladas de material vital que será distribuído por organizações humanitárias que trabalham no terreno”, explica. O documento sublinha que a UE continua a ajudar “as pessoas necessitadas na Venezuela, especialmente no contexto da atual crise sanitária”.

“No âmbito do ‘Team Europe’, a ponte aérea humanitária da UE com a Venezuela foi gerida conjuntamente pela UE, a Espanha e Portugal e coordenada com as autoridades venezuelanas competentes. A carga será distribuída pelas organizações de ajuda que utilizaram o voo, coordenadas pela Rede de Logística Humanitária, uma rede de organizações humanitárias europeias”, precisa.

Da ajuda humanitária faz parte “material médico que pode salvar vidas, como equipamento de proteção pessoal, medicamentos, purificadores de água e suprimentos para higiene familiar” que serão usados nos centros de saúde e distribuídos diretamente às famílias mais afetadas. “Mais de 500 mil venezuelanos beneficiarão desta ajuda, incluindo crianças, mulheres e profissionais de saúde”, sublinha.

O comunicado precisa que “antes que a pandemia do coronavírus atingisse a Venezuela, em março de 2020, o país já estava a sofrer o impacto humanitário de uma crise política, económica e social” e que “em 2018, a inflação na Venezuela ultrapassou um milhão de pontos percentuais”.

Também refere que a crise “afetou o sistema de saúde do país e provocou uma falta de medicamentos básicos, bem como o recurso à emigração de perto de um terço do pessoal médico profissional”. “O resultado foi um número crescente de pessoas que carecem dos serviços normais de saúde, de tratamento para doenças crónicas e de atenção médica de emergência. Mais de cinco milhões de venezuelanos (cerca de 10% da população) abandonaram o país desde 2015”, explica.

O comunicado precisa que “a UE alocou, desde 2018, 154 milhões de euros em ajuda humanitária de emergência para ajudar os venezuelanos na Venezuela e nos países vizinhos”. Esta ajuda destinou-se a atender as “necessidades mais urgentes” dos mais vulneráveis, como crianças menores de cinco anos, mães grávidas e lactantes, idosos, estudantes e indígenas, na prestação de cuidados de saúde vitais, água, saneamento e higiene, educação em emergência ​​e apoio nutricional e alimentar.

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Bayern e PSG decidem hoje o 65.º vencedor da Liga dos Campeões

  • Lusa
  • 23 Agosto 2020

Bayern de Munique e Paris Saint-Germain decidem hoje a final da Liga dos Campeões de futebol, no Estádio da Luz.

Bayern de Munique e Paris Saint-Germain decidem hoje a final da Liga dos Campeões de futebol, no Estádio da Luz, com os alemães à procura do sexto título europeu e os franceses em estreia numa decisão da prova.

Campeões em 1974, 1975, 1976, 2001 e 2013, os bávaros estão de volta à final sete anos depois da última conquista – alcançada frente ao Borussia Dortmund — para disputarem o troféu da principal competição europeia de clubes, este ano decidida numa inédita final a oito, em Lisboa, com eliminatórias a uma mão devido à pandemia de covid-19.

A formação comandada por Hans-Dieter Flick chega à decisão com um percurso 100% vitorioso, assente em 10 triunfos no mesmo número de jogos, um dos quais surpreendente pelos números, como foi a goleada imposta ao FC Barcelona (8-2), nos quartos de final.

O polaco Robert Lewandowski, melhor marcador da prova, com 15 golos, lidera a ‘armada’ germânica, que esta época pode juntar o título europeu aos troféus da ‘Bundesliga’ e da Taça da Alemanha.

Depois de eliminar o Lyon nas meias-finais (3-0), o octocampeão alemão, que, além dos cinco títulos europeus, soma outras tantas finais perdidas, em 1982, 1987, 1999, 2010 e 2012, vai ter pela frente o ‘novato’ Paris Saint-Germain, estreante em finais da ‘Champions’.

Dominador em França desde 2012/13, depois da chegada à presidência de Nasser Al-Khelaïfi, o clube conquistou sete títulos de campeão — um pecúlio quebrado pelo Mónaco, de Leonardo Jardim, em 2016/17 -, sempre tendo como objetivo, quase obsessão, a consagração europeia.

Liderado pelo alemão Thomas Tuchel, o PSG deixou pelo caminho Borussia Dortmund, Atalanta e Leipzig, e ‘carimbou’ a qualificação para a decisão no Estádio da Luz, precisamente no ano em que o clube celebra 50 anos de existência.

A final da Liga dos Campeões 2019/20, que vai definir o sucessor do Liverpool, tem início marcado para as 20h00, no Estádio da Luz, em Lisboa, e será arbitrada pelo italiano Daniele Orsato.

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TikTok vai apresentar queixa contra administração Trump

  • Lusa
  • 23 Agosto 2020

Além desta queixa do TikTok, também os utilizadores do WeChat nos Estados Unidos estão a processam Donald Trump, numa tentativa de bloquear a ordem executiva.

A aplicação chinesa de partilha de vídeos TikTok, acusada de espionagem pelo presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou este sábado que vai avançar na próxima semana com uma queixa contra o Governo dos Estados Unidos.

“Para garantir que a lei é cumprida e que os nossos negócios e utilizadores são tratados de forma justa, não temos escolha a não ser contestar a ordem executiva (assinada pelo senhor Trump) através do sistema judicial“, afirmou o grupo, numa declaração enviada à agência de notícias francesa AFP.

Na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos disse apoiar uma oferta da Oracle para a compra da TikTok, aplicação chinesa de partilha de vídeos, apesar de estarem já em curso negociações com a Microsoft, indicou a Bloomberg. Segundo a agência de notícias económicas, a empresa informática Oracle, cujo presidente, Larry Ellison, ofereceu milhões de dólares em fundos para a campanha presidencial de Trump, estará na corrida para a aquisição das atividades da TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Contactado pela AFP, o grupo escusou-se a comentar a informação avançada pela Bloomberg. Respondendo na terça-feira a várias questões dos jornalistas após discursar no estado de Arizona, Trump indicou que a Oracle é uma “excelente empresa” e que o presidente Larry Ellison é uma “pessoa formidável”.

A administração Trump deu 90 dias ao grupo chinês proprietário da TikTok, ByteDance, para vender rapidamente as operações da rede nos Estados Unidos, sob pena de as bloquear no país, argumentando com “problemas de segurança nacional”. A 6 deste mês, Trump emitiu uma ordem executiva para proibir a TikTok e a WeChat, rede social da chinesa Tencent, de efetuarem qualquer transação com parceiros norte-americanos, por as considerar uma ameaça para a segurança, a política externa e a economia dos Estados Unidos.

Trump tem acusado nos últimos meses, embora sem apresentar qualquer prova, a popular plataforma de partilha de vídeos de utilizar os dados dos utilizadores norte-americanos para beneficiar Pequim.

A TikTok não está disponível na China. Os dados dos utilizadores dos EUA são armazenados na Virgínia, com uma cópia de segurança em Singapura. A TikTok nunca forneceu quaisquer dados de norte-americanos ao Governo chinês e não o faria se lhe fosse pedido”, responderam os responsáveis pela plataforma. Num cenário de elevadas tensões comerciais e políticas com a China, o inquilino da Casa Branca tomou medidas radicais contra a rede, que é muito popular entre os mais jovens.

Além desta queixa do TikTok, também os utilizadores do WeChat nos Estados Unidos estão a processam Donald Trump, numa tentativa de bloquear a ordem executiva que, segundo defendem, impediria o acesso à aplicação chinesa de mensagens extremamente popular nos EUA.

A queixa, registada na sexta-feira em São Francisco, foi apresentada pela organização sem fins lucrativos “US WeChat Users Aliance” e várias outras pessoas que dizem confiar na aplicação para trabalhar ou manter contacto com familiares na China, garantindo que não são associados ao WeChat, nem à Tencent, multinacional chinesa que detém a aplicação.

Os utilizadores recorreram a um tribunal federal e pretendem impedir a ordem executiva de Trump, alegando que a mesma viola a liberdade de expressão dos utilizadores dos Estados Unidos, o livre exercício da religião e outros direitos constitucionais.

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