Energia põe PSI-20 a subir pela terceira sessão

A bolsa nacional encerrou em terreno positivo pela terceira sessão consecutiva, impulsionada pelas ações da EDP e da Galp Energia.

A bolsa de Lisboa encerrou a terceira sessão da semana em terreno positivo, naquela que é o terceiro dia consecutivo de ganhos. A contribuir para este desempenho do índice de referência nacional estiveram as cotadas do setor energético, sobretudo a EDP e a Galp Energia. Destaque ainda para os CTT que têm registado fortes valorizações depois de terem assinado um contrato de vários milhões com a Segurança Social.

O PSI-20 avançou 1,07% para 4481,69 pontos, com 17 cotadas em alta e apenas uma em queda. A impulsionar a bolsa nacional estiveram as empresas do setor energético, principalmente a EDP que valorizou 1,77% para 4,417 euros e a EDP Renováveis que somou 0,57% para 14,02 euros.

Destaque ainda para os títulos da Galp Energia, que valorizaram 2,02%, para 9,806 euros, beneficiando de uma melhoria na recomendação feita pelo banco Exane BNP Paribas. O banco passou a recomendação da empresa de “neutral” para “outperform“.

Nos “pesos pesados” da bolsa de Lisboa, o BCP avançou 0,85% para 10,81 cêntimos, enquanto a Jerónimo Martins subiu 1,21%, para 14,185 euros.

Mas nesta sessão o destaque foi também a empresa dos correios, que tem vindo a somar valorizações nos últimos dias. Os títulos dos CTT ganharam mais 2,15%, para 2,845 euros, representando a maior subida desta sessão.

No resto da Europa o sentimento também foi de ganhos, principalmente devidos às recentes notícias de desenvolvimentos de vacinas para combaterem o coronavírus. O Stoxx 600 valorizou 1,11%, para 374,88 pontos.

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Jovens portugueses deixam casa dos pais mais tarde do que na média da UE

Os jovens adultos portugueses deixam a casa dos pais, em média, aos 29 anos, o que coloca Portugal em 7.º lugar entre os Estados membros da UE e acima da média europeia, fixada nos 26,2 anos.

Para muitos jovens, sair de casa dos pais representa um passo para a vida adulta e para a independência. Os jovens adultos portugueses deixam a casa dos pais, em média, aos 29 anos, o que coloca Portugal acima da média entre os Estados-membros da UE, de 26,2 anos em 2019, apontam dados do Eurostat divulgados esta quarta-feira.

Em Portugal, mais de 40% dos jovens adultos portugueses, entre os 25 e os 34 anos, ainda continua a viver em casa dos pais. Os preços do mercado imobiliário, as possibilidades de emprego, a incapacidade financeira, o facto de estudarem ou terem (ou não) um parceiro e, ainda, motivos culturais, estão entre as várias razões que justificam esta realidade. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, os jovens são os mais afetados, sendo que um em cada seis perdeu o emprego desde o início da pandemia.

Olhando para o Estados-membros do sul da Europa, a média para deixar a casa dos pais é aos 30 anos. No mesmo grupo de Portugal, surgem países como a Grécia, Roménia, Eslovénia e Turquia. Não tão longe da realidade portuguesa, estão os jovens adultos que vivem em países como Itália, que saem de casa dos pais aos 30,1 anos de idade, na Bulgária aos 30 anos, em Espanha aos 29,5 anos e em Malta aos 29,9 anos.

Entre 2006 e 2019, a idade média para sair de casa dos pais para os jovens portugueses aumentou dos 28,3 para os 29,0.

De acordo com um estudo da Fundação Gulbenkian, divulgado em julho, esta tendência tem vindoa aumentar devido à incapacidade financeira dos jovens para pagar a sua própria habitação. O mesmo estudo aponta que em 2017, mais de 63% dos jovens adultos portugueses entre os 18 e os 34 anos viviam em casa dos pais.

Em 2019, a Suécia bateu o recorde do país onde os jovens deixavam mais cedo a casa dos pais: 17,8 anos, seguindo-se Luxemburgo (20,1 anos), Dinamarca (21,1 anos) e Finlândia (21,8 anos). Também na Estónia, França, Alemanha e Holanda, os jovens adultos saem de casa com menos de 25 anos.

Os dados do início deste ano, colocam a Eslováquia no fim da lista —onde os jovens saem casa dos pais quase aos 31 anos –, e a Croácia, onde mais de 60% dos jovens nesta faixa etária ainda não saiu de casa e só o faz depois dos 30 anos.

Jovens mulheres saem mais cedo

Entre 2002 e 2006, a idade média para sair de casa dos pais entre os 27 Estados-membros subiu dos 26,5 anos para os 26,8 anos. Em 2019, a média estabilizou nos 26,2 anos. Em quase todos os países, as mulheres saem mais cedo do que os homens, à exceção do Luxemburgo, onde a diferença não é significativa.

“Deixar a casa dos pais está geralmente relacionado com o facto de os jovens terem, ou não, um parceiro, estarem a estudar, ou com o seu nível de independência financeira, com as condições do mercado de trabalho, com a facilidade em comprar casa, mas também com questões culturais”, sublinha o gabinete de estatísticas da UE.

Em 2019, foram as mulheres quem saiu mais cedo de casa dos pais em quase todos os Estados membros da UE. É nos países do Leste europeu que se regista uma maior diferença de género, principalmente na Roménia: as mulheres saem de casa com pouco mais de 25 anos e os homens só depois dos 30 anos. As jovens adultas também saem antes dos homens em países como a Bulgária, a Letónia, Hungria e Eslováquia.

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Eletricidade verde da Galp já chega a 15 mil novos clientes. Custa 89 por mês para um casal com filhos

Os planos de energia verde estão disponíveis para novas adesões de clientes individuais ou empresariais, fornecendo eletricidade produzida a partir de fontes 100% renováveis.

O mês de junho de 2020 marcou o momento em que a Galp Energia passou a disponibilizar uma oferta de energia elétrica 100% renovável aos seus clientes, proveniente da compra de certificados de origem de diversas fontes. A empresa dá conta que a sua eletricidade verde chega já a 15 mil novos clientes.

A Galp tinha já anunciado que celebrou acordos de compra com espanhola X-Elio, tendo esta energia elétrica origem em parques solares de 200 MW em Espanha. Estes acordos cobrem o equivalente a 358 GWh/ano por 12 anos, o suficiente para abastecer 140 mil casas com uma redução anual de 19 mil toneladas de emissões de CO2. No final do primeiro semestre, a capacidade instalada de geração renovável da Galp era de 12 MW, relativos a um parque eólico onde a empresa detém uma participação através da Ventinveste (51,5%). Até o momento, a empresa não possui capacidade instalada de energia solar fotovoltaica em operação, no entanto há alguns projetos em desenvolvimento.

Os planos de energia verde estão disponíveis para novas adesões de clientes individuais ou empresariais, fornecendo eletricidade produzida a partir de fontes 100% renováveis, como a energia hídrica, eólica ou solar, com baixas emissões de carbono. A empresa fala de uma “forte adesão nas primeiras semanas”, tendo atingido já a fasquia dos 15 mil novos clientes.

Quanto a preços, o tarifário mais barato de energia verde da Galp Energia — Galp Continente Eletricidade Verde, com adesão a fatura eletrónica e débito direto — resulta numa fatura mensal de 88, 59 euros por mês (1.063 euros por ano) para um casal com dois filhos (potência contratada de 6,9 kVA, contagem bi-horária e um consumo de cerca de 5000 kWh), de acordo com o simulador de preços da ERSE. Por comparação com a oferta mais barata do mercado livre (da Muon Electric) para o mesmo consumidor tipo, a energia verde da Galp sai mais cara cerca de 10 euros por mês.

A grande diferença entre os dois tarifários é o facto de o da Galp Energia incluir reembolsos no valor de 113,41 euros por ano. O simulador da ERSE esclarece que o montante dos reembolsos “não é descontado diretamente na fatura, mas sim atribuído em cupão a ser carregado como saldo no cartão Continente. Os preços unitários apresentados neste simulador correspondem aos valores utilizados na fatura, antes da atribuição do saldo em cartão Continente”.

Fazendo as contas a contar com os reembolsos, a comparação com o tarifário mais barato do mercado livre é de apenas de mais 7,34 euros por ano e mais 0,61 euros por mês.

“Inseridos na estratégia que tem posicionado a Galp como um agente ativo na transição energética, os novos planos de eletricidade verde são mais um exemplo de como a Galp tem diversificado o seu portfólio de oferta aos clientes com soluções que promovam a utilização de energias mais limpas e sustentáveis”, referiu a Galp em comunicado, sublinhando também a oferta de soluções de carregamento para veículos elétricos, incluindo o fornecimento de eletricidade e uma rede ampla e nacional de carregamento rápido nas estações de serviço da marca em Portugal.

(Notícia atualizada)

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Marcelo também veta aumento do número de assinaturas para petições dos cidadãos. Seria “um sinal negativo para a Democracia”

O Presidente da República vetou o decreto da Assembleia da República que aumentava de 4 mil para 10 mil o número de assinaturas necessárias para uma petição ser discutida no Parlamento.

O Presidente da República vetou esta quarta-feira o decreto da Assembleia da República que subia de 4 mil para 10 mil o número de assinaturas necessárias para que uma petição de cidadãos seja discutida no Parlamento. Na visão do chefe de Estado, “o passo dado representa um sinal negativo para a Democracia portuguesa”. Este é o terceiro veto de Marcelo Rebelo de Sousa nesta semana, após ter devolvido a redução dos debates sobre a Europa.

A proposta inicial do PSD era para aumentar o limiar para 15 mil, mas o PS só viabilizou uma subida para os 10 mil. A proposta final acabou por ser aprovada pelos dois partidos no final desta sessão parlamentar, contra a vontade de todos os outros partidos com assento parlamentar. A nova lei, agora vetada por Marcelo, previa ainda que as petições que tenham entre 4 a 10 mil subscritores fossem debatidas na respetiva comissão parlamentar, sem votação, e sobe a plenário sob a forma de iniciativa dos deputados.

Que razões justificam o terceiro veto do Presidente numa semana? “As razões invocáveis para esta alteração prendem-se com a racionalização do trabalho parlamentar, a maior facilidade da obtenção de assinaturas nesta era digital e o excesso de petições que pode afetar a lógica do sistema de governo instituído“, interpreta o Presidente da República, concluindo, “com o devido respeito, (…), apesar de todas essas razões, que o passo dado representa um sinal negativo para a Democracia portuguesa”.

Assim, aumentar o limiar das petições “pode ser visto como um sinal de fechamento na Assembleia da República, na participação dos cidadãos e na vitalidade da própria Democracia”. Marcelo refere ainda que o número de petições diminuiu em 2018 e 2019, face a 2019, e que “não ocorreu o temido aumento do uso do envio por email”, tirando força às razões para esta mudança.

“Num tempo já complexo para a reforma e a atualização dos partidos políticos e de aparecimento de fenómenos inorgânicos sociais e políticos de tropismo antissistémico, tudo o que seja revelar desconforto perante a participação dos cidadãos não ajuda, ou melhor, desajuda a fortalecer a Democracia“, argumenta o Presidente da República, recomendando, pelo contrário, “o desenvolvimento da Democracia participativa a par da representativa, permitindo maior ligação entre representantes eleitos e representados”.

Perante esta argumentação, Marcelo decidiu vetar o decreto: “Nestes termos, e por imperativo de consciência cívica, devolvo, sem promulgação, o Decreto N.º 55/XIV, solicitando à Assembleia da República que pondere se deve dar o passo proposto, e, a dá-lo, se o não deve mitigar nos seus contornos”, conclui na carta enviada por Belém ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

O veto de Marcelo devolve o decreto aos deputados quando estes voltarem no início de setembro. O Parlamento tanto pode aprovar novamente o texto tal como está, devolvendo o decreto a Belém e forçando uma promulgação, como pode ceder às exigências do Presidente.

Na segunda-feira, o Presidente da República devolveu à Assembleia da República o decreto que previa uma redução dos debates sobre a União Europeia no plenário, referindo que “não se afigura feliz na perceção pública” esta mudança e admitindo que “a leitura mais óbvia do ora proposto é a da desvalorização dos temas europeus e do papel da Assembleia da República perante eles”.

Com o veto de hoje, Marcelo dá “cartão vermelho” a duas alterações que os dois maiores partidos, PS e PSD, queriam fazer à organização da democracia, neste caso na atividade do Parlamento. No caso do decreto que acaba com os debates quinzenais (também acertado entre PS e PSD), fonte oficial do Palácio de Belém esclareceu esta quarta-feira ao ECO que estes são do âmbito do regimento do Parlamento pelo que não carecem de promulgação do Presidente da República, daí que Marcelo já tenha utilizado a expressão “aos até há pouco existentes debates quinzenais” no veto de segunda-feira.

(Notícia atualizada às 17h40 com mais informação)

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Sindicato vai processar Ryanair por assédio laboral e discriminação

  • Lusa
  • 12 Agosto 2020

O Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) vai processar a Ryanair, exigindo a restituição de créditos laborais após a resolução de contratos por justa causa.

O Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) vai processar a Ryanair por assédio laboral e discriminação, exigindo a restituição de créditos laborais, após a resolução de contratos por justa causa, disse à Lusa um dirigente sindical.

“Um dos processos com que vamos avançar já no imediato será um processo contra a empresa Ryanair, de assédio e discriminação”, disse à Lusa Diogo Dias, vogal do SNPVAC, referindo-se a um processo relacionado com os trabalhadores que não aceitaram os cortes impostos pela empresa.

A Ryanair desregulou o regime de escalas habitual à “pequena minoria” de trabalhadores que recusou os cortes da empresa na sequência da pandemia, retirando-lhes qualquer direito a bónus, segundo documentos a que a Lusa teve acesso. Segundo o dirigente sindical, os trabalhadores “a sofrer uma discriminação gravíssima, onde lhes retiraram o padrão do roster [escala]”, estando “a voar menos de 10 horas, quando o normal seria entre 70 a 80”, não acontecendo o mesmo com quem assinou os cortes.

De acordo com o responsável, “imediatamente a seguir” será interposta uma ação em tribunal pelos trabalhadores que recusaram assinar contratos com remuneração base inferior ao salário mínimo, e que a empresa obrigava a transferir para bases no estrangeiro.

Mais de 30 trabalhadores da Crewlink, que tripulam os aviões da Ryanair, estão a ser convidados para os quadros da companhia com remunerações base abaixo do salário mínimo, tendo como alternativa a relocalização no estrangeiro já em setembro. O contrato proposto possui adicionalmente uma cláusula em que o trabalhador declara “não ter quaisquer reclamações/créditos contra a empresa” à data de 01 de setembro de 2020.

O dirigente do SNPVAC disse à Lusa que “todos os tripulantes” que recusaram a proposta “estão a resolver com justa causa o contrato, depois desta transferência que lhes está a ser oferecida”, adiantando que irão avançar “com um processo coletivo contra a empresa não só para a reintegração na empresa Ryanair”, como também serão pedidos “os créditos laborais, como por exemplo o subsídio de Natal e o subsídio de férias”.

“A Ryanair e a Crewlink, desde que estão em Portugal, nunca pagaram subsídios de Natal e subsídios de férias”, disse Diogo Dias, acrescentando que o Governo e os grupos parlamentares já foram alertados para a situação, mas que “a única solução é realmente a via judicial, não há outra maneira”. O sindicalista denunciou ainda que os valores pagos por hora de voo não são uniformizados, “ou seja, há o tripulante que ganha X, outro que ganha Y”, algo cujo diferencial salarial também será reivindicado pelos trabalhadores.

Questionado por que motivo o processo será movido sempre contra a Ryanair e não contra a Crewlink, o dirigente do SNPVAC detalhou que, “no entender dos advogados do sindicato, a Crewlink é uma empresa fachada da Ryanair”, por se tratar de “uma empresa de trabalho temporário onde o seu único cliente é a Ryanair”, além de não ser “bem trabalho temporário”.

Nós deveríamos trabalhar dois anos para a empresa Crewlink — trabalho temporário — e após esses dois anos seríamos Ryanair. Se um trabalhador está há dez anos na empresa, se quiser reclamar créditos laborais, os primeiros dois anos serão à empresa Crewlink, os oito anos seguintes já serão à empresa Ryanair”, referiu Diogo Dias.

A Lusa questionou ainda o sindicalista acerca do não pagamento dos salários de março deste ano, e o dirigente do SNPVAC referiu que esse montante “vai entrar como crédito laboral” no segundo processo judicial. A Crewlink, empresa de tripulantes de voo cujo único cliente é a Ryanair, aderiu ao regime de lay-off simplificado em abril, mas ainda não pagou os salários de março, segundo documentação a que a Lusa teve acesso.

“O que a empresa fez com a pandemia foi um aproveitamento brutal para não só legalizar os contratos daqui para a frente, como para fazer cortes salariais brutais”, disse à Lusa o dirigente, falando em cortes de quase 50% para os trabalhadores da Crewlink.

O sindicalista afirmou que perante a probabilidade de perder processos, a Ryanair tem estado a “chegar a acordo com os trabalhadores para não ter uma sentença final” contra si, usando depois o argumento de que “nunca perdeu uma ação”, porque “chega sempre a acordo com o trabalhador e paga sempre acima do que o trabalhador está a pedir”.

“Isto é uma prática recorrente, sempre foi assim. Já aconteceu no ano passado com os despedimentos na base de Faro, foi um despedimento coletivo, também, foi a primeira base onde fecharam os Crewlinks, e ainda não perderam nenhum caso em tribunal porque têm chegado sempre a acordo com os tripulantes“, referiu Diogo Dias.

O sindicalista referiu ainda que “há muitos tripulantes portugueses espalhados pela Europa” com vontade de regressar, a quem a Ryanair está a oferecer o contrato com remuneração base abaixo do salário mínimo, mas que, por estarem “cansados de estar no estrangeiro também a ganhar precariamente”, acabam por voltar nessas condições.

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Turismo: Algarve emite vídeo em canal britânico a reforçar a segurança da região

  • Lusa
  • 12 Agosto 2020

O Turismo do Algarve vai emitir uma campanha promocional na estação Channel 5 a reforçar a mensagem de que a região é um destino seguro para turistas. Haverá ainda um prémio para espectadores.

A Associação Turismo do Algarve (ATA) vai reforçar a mensagem de que a região é um destino seguro junto do Reino Unido, através de uma campanha publicitária que será emitida na estação de televisão Channel 5, foi anunciado esta quarta-feira.

“De 20 de agosto até ao final de outubro, este canal de entretenimento de grande audiência no Reino Unido irá transmitir um vídeo promocional do Algarve, com a duração de 50 segundos, que será exibido cerca de 38 vezes por semana e resultará numa exposição de 175 mil visualizações semanais”, avança a ATA, em comunicado de imprensa.

O objetivo é que sejam levantadas as restrições impostas aos viajantes que cheguem ao Reino Unido a partir de Portugal, devido à pandemia de coronavírus. “Estamos fortemente empenhados em reverter os efeitos negativos que resultaram da decisão do Governo britânico e isso passa, entre outros aspetos, pelo reforço e pela repetição da mensagem, junto desse mercado, de que o Algarve é um destino seguro e que está totalmente preparado para voltar a acolher os seus turistas com toda a qualidade e o bem-estar a que sempre os habituou”, destaca o presidente da ATA.

João Fernandes acredita que a campanha “terá um impacto significativo” e que o “Reino Unido irá alterar a sua decisão muito em breve”, permitindo ao Algarve a recuperação do “principal mercado emissor de turistas”.

“Além de promover a notoriedade do Algarve enquanto destino seguro, a exibição deste vídeo terá também associada uma vertente de competição, que irá permitir aos espetadores participarem num sorteio e habilitarem-se a ganhar uma estadia de 7 noites na região para duas pessoas, num hotel de cinco estrelas. Este prémio será válido até ao final do verão de 2021”, lê-se na mesma nota.

A 24 de julho, o Reino Unido manteve Portugal fora do corredor aéreo que dispensa quarentena no regresso ao país devido à pandemia de coronavírus, reiterando as restrições que tinha imposto pela primeira vez no início do mês.

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Espanha recebe “pior classificação europeia” na colaboração com setor privado da saúde durante a pandemia

  • Servimedia
  • 12 Agosto 2020

Instituto Coordenadas denuncia que o Governo de Pedro Sánchez "vai colocar em perigo uma parte importante do sector privado da saúde".

Espanha recebe a “pior classificação europeia” pela gestão do Governo na colaboração com o setor privado da saúde na luta contra a pandemia da Covid-19. A decisão de Pedro Sanchez, presidente do Giverno espanhol, de colocar todas as clínicas privadas sob o comando exclusivo das autoridades sanitárias gerou “danos insuportáveis” para as clínicas.

Esta é a principal conclusão da análise efetuada por um grupo de peritos convocado pelo Instituto Coordenadas de Gobernanza y Economía Aplicada sobre a forma como a contribuição dos cuidados de saúde privados na atual pandemia tem sido gerida em Espanha.

Na sua opinião, o comando único fez com que muitos centros privados tivessem de rejeitar os seus doentes regulares e associados para darem lugar a doentes com Coronavírus, os quais eventualmente nunca chegaram porque estavam em áreas com uma baixa incidência da pandemia. Desta forma, a fonte de rendimentos destas empresas foi bloqueada, os seus recursos não foram utilizados e não lhes foi permitido tirar partido das medidas de lay-off temporário, por ser um setor essencial.

A análise do Instituto Coordenadas também analisou esta colaboração nos principais países europeus e reflete o “modelo desastroso” implementado em Espanha, que “vai pôr em perigo uma parte importante do setor privado da saúde“. França, Alemanha e Reino Unido impuseram uma fórmula de colaboração entre o sistema de saúde público e o privado em que prevalece a oferta de serviços de saúde à população, acompanhada de um modelo de compensação económica às empresas para garantir um serviço adequado.

Pelo seu lado, o modelo espanhol fez com neste momento esteja em “grave risco” a sobrevivência de mais de 2.400 centros médicos e o emprego de quase 60 mil profissionais de saúde, como emprego direto, e o dobro dos profissionais afetados indiretamente.

Após a queda do comando único e o fim do estado de alarme, o Governo espanhol delegou em cada uma das 17 comunidades autónomas a regulação da colaboração com a saúde privada, refere a investigação do Instituto Coordenadas.

Os centros de saúde privados assumiram um custo cobrir a pandemia e “não existe um modelo claro” que permita a cobrança dos gastos. O impacto na avaliação do custo e a sua repercussão no rendimento dos centros privados varia em função de cada Comunidade Autónoma.

Assim, Murcia, La Rioja, Cantabria e Astúrias são as que sofreram o “maior decréscimo”. Pelo contrário, Madrid, Castela e Leão e Catalunha têm sido as zonas “menos afetadas”. Os centros sem internamento diminuíram o seu volume de negócios em média mais de 85% e os centros hospitalares em mais de 60% em relação ao período anterior à pandemia, segundo o estudo.

“Esta falta de homogeneidade torna virtualmente impossível às grandes organizações planear e otimizar recursos para combater a pandemia e assegurar a rentabilidade de um setor que representa 3,4% do PIB nacional e emprega 266 mil profissionais de alto valor”, lamentaram os analistas do Instituto.

Enquanto em Espanha cada comunidade faz o que considera sem que o governo estabeleça taxas razoáveis e homogéneas, em França, Alemanha e Reino Unido foi imposta uma fórmula de colaboração que privilegia a saúde da população e a compensação das empresas para garantir um serviço adequado e a manutenção de um setor estratégico e de alto valor acrescentado, enfatiza o estudo. “Conduzir ao desequilíbrio económico e à asfixia financeira só é prejudicial ao interesse geral: deixará de ser um apoio do setor público e todos suportaremos um aumento evitável do desemprego”, adverte.

Os casos europeus

Na Alemanha, foram adotados dois pacotes legislativos. Por um lado, a “Lei de apoio hospitalar Covid-19” para compensar as consequências económicas dos hospitais e médicos contratados. Por outro lado, a “Lei para a proteção da população numa situação epidémica de importância nacional” para melhorar a capacidade de resposta a epidemias.

Ambas as iniciativas foram coordenadas pelo Governo Federal e, entre outras coisas, permitem aos hospitais receber uma compensação financeira por operações e tratamentos reprogramados para libertar capacidade para tratar doentes com infeção por Coronavírus; um bónus de 50.000 euros por cada cama de cuidados intensivos que criem; e um suplemento de 50 euros por doente.

No Reino Unido, o Governo introduziu uma lei de emergência que prevê uma grande flexibilidade em termos de pessoal e de regulamentação no setor da saúde e serviços sociais Isto proporcionou à saúde privada um financiamento adicional para cobrir os custos extra da resposta à Covid.19. O Governo lançou as bases para a parceria público-privada no preciso momento em que decidiu enfrentar a pandemia e concordou que os recursos adicionais exigidos pelo seu sistema nacional de saúde seriam entregues e compensados imediatamente.

França tem apoiado financeiramente todas as entidades de saúde públicas e privadas. No dia 10 de cada mês, a Segurança Social pagava às empresas privadas de saúde uma percentagem da faturação obtida no mesmo período do ano anterior. Além disso, França paga uma taxa adicional por cada paciente hospitalizado com Covid-19. Este sistema de pagamento sobre os rendimentos do ano anterior também se aplica aos salários dos médicos particulares.

Enquanto em Espanha a legislação varia de comunidade para comunidade e “não há unanimidade no estabelecimento de critérios de saúde ou económicos para utilizar todo o potencial do setor privado na luta contra a pandemia e garantir a saúde dos cidadãos”, o Instituto Coordenadas apela a “uma maior cooperação entre os sectores público e privado”.

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Temido: Lotação da Festa do Avante terá que ser inferior à capacidade total

  • Lusa
  • 12 Agosto 2020

A ministra da Saúde assegurou que à organização da Festa do Avante! "não será permitido o que está proibido nem proibido o que está permitido”.

A ministra da Saúde defendeu hoje que a lotação da Festa do Avante!, organizada pelo PCP, terá este ano que ser inferior à capacidade máxima de 100 mil pessoas do recinto no Seixal, por causa da covid-19.

“É evidente que estamos a falar, teremos que falar de outros números”, declarou Marta Temido na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia, acrescentando: “compreendo que se fale de um número de 100 mil, na medida do que será a licença de utilização, mas estamos num momento específico, num contexto específico”.

A ministra assegurou que à organização da Festa do Avante! “não será permitido o que está proibido nem proibido o que está permitido” e que “não haverá exceções” às regras adotadas pelas autoridades de saúde para conter o contágio pelo novo coronavírus.

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OPEP prevê maior queda anual na procura por petróleo devido à crise

  • Lusa
  • 12 Agosto 2020

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) prevê que a queda anual do consumo de petróleo pode ser maior, avançando agora uma previsão de 9,09%.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) previu esta quarta-feira que a queda anual do consumo de petróleo pode ser maior, avançando agora uma previsão de 9,09%, face aos 8,03% que antecipara há um mês.

Esta revisão é atribuída a uma paragem das atividades económicas em alguns países, durante o segundo trimestre, maior do que o estimado inicialmente devido à pandemia de coronavírus, indica a OPEP no seu relatório mensal. A previsão da procura mundial deve ser em média de 90,6 milhões de barris diários ao longo de 2020, depois de se ter aproximado de 100 milhões de barris por dia em 2019. A queda de 9,1 milhões de barris tem um aumento de 100 mil em relação ao calculado no anterior relatório.

Contudo, a OPEP prevê uma constante melhoria, depois de uma diminuição para 81,84 milhões de barris por dia no trimestre passado, o consumo de petróleo sobe para 92,10 milhões no trimestre atual e prevê-se que avance para 95,83 milhões nos últimos três meses do ano. Para 2021, a OPEP espera que, com base numa melhoria da situação epidemiológica, haja um aumento de sete milhões de barris diários, para uma média de 97,63 milhões de barris.

Estas previsões partem de um cenário de maior contenção da pandemia, “sem grandes transtornos para a economia global”, salientam os peritos da organização, acrescentando que a incerteza quanto à evolução da situação e do seu impacto no mercado petrolífero prevalece. Devido a essa incerteza, os peritos consideram necessário que os produtores mantenham limitada a oferta e que os consumidores incentivem o consumo energético.

Nesse sentido, referem-se ao corte na produção decidido em abril pelos membros da OPEP e por de aliados independentes (incluindo a Rússia) e dizem esperar que outros produtores sigam o mesmo caminho para apoiar os preços.

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Vai abrir uma garrafa de vinho? Por cada rolha de cortiça são sequestradas mais de 300 gramas de emissões poluentes

O estudo da EY concluiu que 80% dos produtos da Amorim Cork têm uma pegada de carbono negativa, ao apresentar emissões diretas do processo produtivo inferiores ao carbono contido no produto.

São portuguesas e podem ser encontradas nas garrafas dos melhores vinhos do mundo. Além de manterem intactas todas as propriedades dos néctares que guardam, cada uma das rolhas de cortiça 100% natural da Amorim Cork, unidade de negócio da Corticeira Amorim, permite também um sequestro de carbono até -309 gramas equivalentes a CO2. Esta pegada carbónica negativa foi o principal resultado dos estudos conduzidos pela consultora EY e evidencia a contribuição da cortiça para a descarbonização da indústria do vinho.

A Amorim Cork revela agora aos seus cerca de 19.000 clientes nacionais e internacionais os resultados das análises feitas a 10 dos seus principais produtos que concluíram que “o balanço de carbono de todas as rolhas analisadas é negativo quando considerado o sequestro das florestas de sobro e as emissões associadas à produção do produto”. Abrangendo rolhas para diversos segmentos de vinhos tranquilos, espumantes e espirituosos, os estudos conduzidos pela EY concluíram que 80% dos produtos avaliados têm uma pegada de carbono individual negativa, ao apresentar emissões diretas do processo produtivo inferiores ao carbono contido no produto.

E se uma rolha natural permite um significativo sequestro de carbono, também uma rolha Twin Top Evo para vinho, com dois discos de cortiça, permite sequestrar até -297 gramas de CO2 equivalente; uma rolha microaglomerada Neutrocork vai até -392g CO2eq e uma rolha Advantec de rotação rápida permite um sequestro de carbono até -328g CO2eq.

Nos espumantes, uma rolha com dois discos permite um sequestro de carbono até -562g CO2eq; uma rolha aglomerada para permite reduz até -540g CO2eq; já nos espirituosos, uma rolha natural Top Series com cápsula de madeira permite um sequestro de carbono até -96g CO2eq; uma rolha Top Series Wood Neutro sequestra até -148g CO2eq; uma rolha natural Top Series com cápsula em plástico não vai além dos -87g CO2eq e uma rolha Top Series Plastic Neutro garante um sequestro de carbono até -138g CO2eq.

Segundo António Rios de Amorim, a empresa “continua a aprofundar o enorme contributo do montado e de toda a fileira da cortiça através de mais investigação sobre a matéria. De resto, as questões dos serviços do ecossistema agora lançados para a discussão pública por vários especialistas começaram a ser estudados pela Corticeira Amorim há 10 anos. Este estudo da EY vem complementar e pôr em evidência o enorme valor do montado em matéria de sustentabilidade”, conclui o Presidente e CEO da Corticeira Amorim.

Levados a cabo entre 2018 e 2020, os estudos debruçaram-se sobre as diferentes etapas do ciclo de vida numa abordagem cradle to gate, nomeadamente: atividades florestais; preparação de cortiça, incluindo o transporte da floresta; produção; acabamento e embalagem. Tendo como objetivo a comparação com abordagens de estudos anteriores, também foi incluída a distribuição do produto de Portugal para o Reino Unido. A avaliação incluiu ainda informações adicionais sobre o sequestro de carbono da floresta de sobreiro.

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Campanhas “Vá para fora cá dentro” de outros países estão a tramar turismo nacional

De descontos em impostos nos setores do turismo e hotelaria à oferta de "cheques" e devolução de dinheiro a quem "Vá para fora cá dentro". Veja as estratégias seguidas por outros países europeus.

A pandemia está a provocar quebras históricas no turismo em todo o mundo. Com uma estratégia de crescimento que assentou nos últimos anos na captação de turistas estrangeiros, Portugal não escapa a esse “contágio”. Essa situação é agravada ainda pelo facto de se ter visto excluído do corredor aéreo do Reino Unido, um dos mercados mais relevantes para o turismo nacional, mas não só. A fazer mossa ao turismo nacional estarão também os apoios que os governos de outros países estão a dar aos próprios cidadãos para optarem pelo “Vá lá para fora cá dentro” que acabam por afastar turistas do território nacional.

O número de turistas estrangeiros a visitar Portugal aumentou 7,9% para mais de 24,6 milhões de pessoas, no ano passado, cimentando a aposta na promoção turística do país no estrangeiro que despertou o interesse de muitos em descobrir o país. Mas esses números à luz da realidade atual são uma “miragem”.

E as consequências económicas prometem ser muito duras. De acordo com um ranking da EY, feito com base nos dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), Portugal surge na quarta posição dos países mais afetados pela quebra do turismo, com uma perda de 11,7 mil milhões de euros estimada para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional equivalente a uma contração de 6%.

Temendo já os efeitos sobre o setor em Portugal devido aos efeitos da pandemia, ainda em pleno confinamento, o Governo optou por apostar na promoção do turismo nacional, convidando os portugueses a viajar pelo país em vez de rumarem ao estrangeiro. Outros países estão também a optar pela promoção do turismo interno, mas estão a ir mais longe com a implementação de medidas de apoio e promoção. Estas vão desde descontos em impostos nos setores do turismo e hotelaria à oferta de “cheques” e devolução de dinheiro aos cidadãos que sigam a estratégia do “Vá para fora cá dentro”. Veja o que cinco países europeus estão a fazer nesse âmbito.

Reino Unido reduz IVA no turismo e hotelaria

Uma das medidas anti-crise tomadas pelo Executivo de Boris Johnson que mais têm sido realçada recai sobre a redução do IVA sobre o setor do turismo e da hotelaria que passa de 20% para 5% até 12 de janeiro de 2021. Além disso, há também uma redução de 50% nos impostos pagos nas contas dos restaurantes durante o mês de agosto.

Alemanha corta o IVA. Restauração beneficiada

No pacote de estímulos anunciados com vista a puxar pela economia, a Alemanha também optou por medidas fiscais para impulsionar o turismo nacional. Para o efeito, aprovou a redução da taxa geral do IVA de 19% para 16% e a da taxa reduzida de 7% para 5%. Ambos os ajustes fiscais vigoram desde o dia 1 de julho e durarão até ao último dia deste ano. A restauração sai beneficiada neste campo já que, para além de mais profundo, o corte de impostos é mais extenso no tempo. Para o setor o IVA desce de 19% para 7% durante um ano. Ou seja, até 30 de junho do próximo ano.

Grécia também dá desconto no IVA

A Grécia foi o país da União Europeia que mais cedo abriu as fronteiras ao turismo e que mais tem tentado tirar partido das dificuldades de outros países como Itália e Espanha para gerir a crise do coronavírus. Em maio, aprovou uma redução do IVA de 23% para 14% para transporte, bebidas não alcoólicas e ingressos de cinema entre junho e outubro, a fim de atrair turismo da Alemanha e dos países nórdicos.

Itália dá “bónus de férias” às famílias para gastar em estadias

Com vista a promover o turismo interno e a incentivar as famílias de mais baixos rendimentos a fazer férias, o Governo italiano decidiu dar um “Bónus de férias” de 500 euros por família a ser gasto em estadias em alojamentos turísticos localizados na Itália. O auxílio destina-se exclusivamente a agregados familiares com rendimentos inferiores a 40 mil euros brutos anuais. As famílias com filhos a cargo têm direito a 500 euros, sendo que o valor baixa para 300 para agregados com apenas dois membros e 150 para famílias monoparentais.

França reembolsa em caso de confinamento

Logo no início da crise sanitária, o Executivo francês lançou uma campanha de promoção do turismo nacional para o período de julho e agosto. Para isso, comprometeu-se a devolver o montante desembolsado nas reservas aos afetados em caso de confinamento.

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Grandes empresas estão a usar Covid-19 para atacar numerário, defende ativista Brett Scott

  • Servimedia
  • 12 Agosto 2020

O ex-corretor, escritor e activista britânico denunciou durante vários anos o controlo e o impacto na privacidade provocado pelo crescimento dos pagamentos digitais agora reforçados pelo Coronavírus.

Brett Scott acredita que as grandes empresas estão atualmente a tirar partido da crise do Covid-19 para atacar ainda mais o dinheiro em numerário. O objetivo deste ataque, explica, é aumentar o controlo através da informação e dados gerados pelos pagamentos digitais, nas mãos de empresas privadas em oposição ao numerário, que descreve como “público, democrático e estatal”.

Com o Coronavírus, foram impostas medidas de recomendação de pagamentos digitais e eletrónicos com base no medo de contágio, facto que foi negado em várias ocasiões pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelos bancos centrais. Assim, Scott denuncia que tem sido “amplamente divulgado por atores interessados na luta contra o numerário, gerando desinformação e medo”.

Em Espanha, antes da pandemia, o numerário continuou a ser o método de pagamento preferido para 53% da população e desempenhou um papel de liderança em até 87% das operações, de acordo com dados do Banco Central Europeu e do Banco de Espanha. Esta tendência mudou com a pandemia, segundo o ativista britânico, principalmente devido à pressão das grandes empresas que viram na crise do Covid-19 uma forma de reforçar a banca e a digitalização dos pagamentos.

Scott adverte para a intensificação da “guerra ao numerário” e o seu impacto no acesso de muitas franjas da população com menos bancos, bem como a perda de privacidade e segurança nos pagamentos para toda a população.

O ativista argumenta que a ascensão do comércio digital e “a indústria de pagamentos digitais não é uma coincidência“. Na sua opinião, “estes atores têm sinergias naturais, já que todos procuram criar vastos sistemas de automação interligados”. “Querem e beneficiam de um mundo em que as economias são coordenadas remotamente através dos seus enormes sistemas de centros de dados, em vez de serem negociadas através da interação cara a cara, entre as pessoas na rua”.

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