Portugal emite 1.750 milhões em dívida de curto prazo com juros mais negativos
O país foi esta quarta-feira ao mercado de dívida para emitir bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses. As taxas de juros mantiveram a tendência de queda, apesar de a procura ter recuado.
Portugal financiou-se com juros ainda mais negativos no primeiro leilão de dívida pública de curto prazo realizado em 2020. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou, esta quarta-feira, um total de 1.750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses.
No caso da maturidade mais longa, Portugal emitiu 1.250 milhões com uma taxa de juro de -0,482%. O custo compara com um leilão a 18 de setembro (última vez que o Tesouro emitiu dívida com este prazo) quando a taxa de juro se situou em -0,44%.
Já nas BT a seis meses, a agência liderada por Cristina Casalinho emitiu 500 milhões de euros, tendo pago -0,487%. No último leilão comparável, o juro tinha ficado em -0,463%.
Em ambos os prazos, o Tesouro conseguiu assim custos mais baixos, em linha com a tendência de forte quebra nos juros pedidos pelos investidores a Portugal e graças ao forte apetite demonstrado. Apesar de este se manter, o interesse cedeu face a leilões anteriores.
A procura por BT a 12 meses ultrapassou a oferta em 1,78 vezes (face a 2 vezes no anterior leilão) e por BT a seis meses foi 2,24 vezes superior à oferta (contra 4,7 vezes na última colocação comparável).
Portugal já tinha ido ao mercado de dívida este ano, com a realização de uma venda sindicada de quatro mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a dez anos. Mas esta foi a primeira vez, em 2020, que o país emite dívida de curto prazo.
Ao longo de 2020, o IGCP prevê emitir um total de 13.252 milhões de euros em bilhetes do Tesouro, sendo que tem 11.983 milhões de euros a reembolsar ao mercado. Ou seja, o impacto positivo líquido das emissões será de cerca de 1.270 milhões de euros. No primeiro trimestre do ano (período para o qual já é conhecido o programa de financiamento) serão realizados três leilões, que permitirão colocar até um total de 4,5 mil milhões de euros.
(Notícia em atualização)
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