Portugal já é considerado uma “democracia plena”. Sobe cinco posições no ranking
Portugal entrou para a categoria de "democracia plena" no Democracy Index 2019, da The Economist. Ficou na 22.ª posição, à frente de países como o Japão e os EUA.
Portugal subiu cinco posições no Democracy Index do The Economist. Com este desempenho, passou de “democracia imperfeita” para uma “democracia plena”, ficando à frente de países como Japão e EUA, mas atrás de Espanha. De um modo global, dos 167 países incluídos neste índice, 45,5% são considerados democracias.
Num universo de 167 países, 76 eram considerados democracias no ano passado, o que revela uma melhoria face a 2018. Entre as democracias há, depois, a separação entre “democracias plenas” e “democracias imperfeitas”, sendo que nas primeiras também se verificou uma melhoria: o número aumentou para 22. E a contribuir para isto estiveram três países que entraram diretamente para o ranking das “democracias plenas” — França, Chile e Portugal.
Portugal conseguiu entrar para esta categoria, ainda que à tangente (ficou em 22.º), com uma pontuação total de 8,03 pontos. Segundo o The Economist, uma “democracia plena” é um país onde a liberdade política e civil é respeitada e o funcionamento do Governo é “satisfatório”. A comunicação social é independente e diversificada e a Justiça é independente, sendo as decisões judiciais aplicadas.
Esta classificação é atribuída consoante cinco critérios: processo eleitoral e pluralismo (9,58 pontos), funcionamento do Governo (7,86 pontos), participação política (6,11 pontos), cultura política democrática (7,5 pontos) e liberdades civis (9,12 pontos). Mas, apesar de se destacar em termos de processos eleitorais, este desempenho do país – e também de França — deveu-se, sobretudo, a “melhorias na cultura política”, diz o índice.
No ranking de 2018, Portugal tinha ficado na 27.ª posição com uma pontuação total de 7,84 pontos, tendo melhorado, desde então, em todos os critérios, à exceção de participação política e liberdades civis, em que se manteve com as mesmas classificações. Contudo, não foi em 2019 que Portugal teve o melhor desempenho. Recuando até 2006, ano em que o índice começou a ser feito, o país já tinha registado uma pontuação de 8.16 pontos e, em 2008, de 8,05 pontos. O ano com a classificação mais baixa foi 2013, a altura da crise financeira que afetou o país.
Classificação mundial em mínimos de 2006
De um modo global, os 167 países obtiveram uma classificação média de 5,44 pontos, face aos 5,48 pontos registados em 2018, o que representa o “pior resultado do Democracy Index desde 2006”, refere o The Economist. Este desempenho deveu-se às “regressões acentuadas nos países da América Latina e da África Subsariana e a uma queda, ainda que menor, da pontuação média nos países do Médio Oriente e Norte de África (MENA).
Analisando o ranking como um todo — que está dividido em “democracias plenas”, “democracias imperfeitas”, “regimes híbridos” (que estão numa fase de transição para democracia) e os “regimes autoritários” –, a maioria ainda não é considerada democracia, o que não é positivo. Enquanto o número de “democracias plenas” subiu para 22, as “democracias imperfeitas” caíram para 54. Já os “regimes híbridos” caíram para 37 e os “regimes autoritários” subiram para 54. Ou seja, “houve dez mudanças de categoria de regime, seis positivas e quatro negativas”, diz o The Economist.
Entre as mudanças negativas, o ranking destaca Malta, que passou de “democracia plena” para “democracia imperfeita” — o único país a cair da primeira categoria –, com 7,95 pontos em 2019 face aos 8,21 pontos obtidos em 2018. A explicar este desempenho está a crise política que afetou o país no ano passado, depois de o primeiro-ministro ter sido afastado por suspeitas de ter estado envolvido na morte de uma jornalista.
A liderar a tabela está a Noruega (9,87 pontos), a Islândia (9,58 pontos), a Suécia (9,39 pontos) e a Nova Zelândia (9,26 pontos) e a Finlândia (9,25 pontos). Já no fim da tabela, classificados como “regimes autoritários”, estão o Chad (1,61 pontos), a Síria (1,43 pontos), a República Centro Africana (1,32 pontos), a República Democrática do Congo (1,13 pontos) e a Coreia do Norte (1,08 pontos).
Entre os restantes países, destaque para Espanha, que se manteve como “democracia plena” com 8.18 pontos. Por sua vez, Angola ficou na 119.ª posição, mantendo-se como um “regime autoritário” com 3,72 pontos face aos 3,62 pontos do ano anterior. Já o Brasil, na 52.ª posição com 6,86 pontos, continuou como “democracia imperfeita”.
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